Cocaína-Cola

Qual uma das lutas mais difíceis que os Países Ocidentais travam? A luta contra a droga.
Qual uma das bebidas mais vendidas no Mundo Ocidental? A Coca Cola.

Não sei se repararam: “Coca”, como “cocaina”.

Sim, mas a Coca Cola Company não utiliza a droga, só o nome ficou.
Não é bem assim.

The New York Times, 1988:

Esta semana surgiram, a partir de entrevistas com representantes do governo e cientistas envolvidos em programas de pesquisa sobre drogas, alguns detalhes sobre como a Coca-Cola obtém a coca e como esta é processada.

Eles identificaram a Stepan Company, no Illinois, qual importadora e empresa que processa a cocaína usada na Coca-Cola. Depois dos representantes da Stepan terem declarados os laços com a Coca-Cola, a gigante das bebidas confirmou os detalhes das operações.

Em entrevista telefónica com a sede da Coca-Cola em Atlanta, Randy Donaldson, porta-voz da empresa, disse: “Usamos ingredientes da folha de coca, mas não há cocaína e tudo é rigidamente controlado pelas autoridades “.

Nos Andes, as folhas de coca são mastigadas e usadas ​​como chás de ervas desde milhares de anos.
 São ricos em nutrientes essenciais, reduzem as dificuldades respiratórias e digestivas e são um estimulante e um calmante natural. 

Os estudos confirmaram que no estado natural, as folhas são totalmente seguras e não levam ao vício: é para a produção da cocaína que são utilizados ingredientes químicos tóxicos. 

No entanto, os EUA ainda têm uma política de erradicação, que apela para que os Países andinos queimem as florestas com produtos químicos tóxicos, tudo para eliminar esta planta medicinal.

Para travar a expansão da cocaína nas próprias terras, Washington pede que outros Países destruam tradições milenárias e inócuas. 


Segundo a Lei dos Estados Unidos, é ilegal importar ou estar na posse de folhas de coca.
No entanto, há uma excepção: a Coca-Cola. Na tentativa de manter o sabor tradicional da bebida best-seller, a empresa de Atlanta convenceu o governo dos EUA a isentá-la de respeitar a lei. O que vale para um traficante não vale para uma empresa privada. 

Mas atenção: as coisas não são assim simples. Vamos ver porque. 

A Stepan Company importa a cada ano cerca de 100 toneladas de folhas de coca com uma “autorização especial” da DEA. Não esqueçam este “pormenor”, sabendo que os jovens Africano-americanos recebem penas de 10 anos por posse de algumas gramas de cocaína enquanto uma das maiores corporações da América está a importar as folhas utilizadas para a produção de cocaína.

A cocaína é extraída das folhas, uma vez entradas nos Estados Unidos, com uma permissão especial da DEA. A Coca-Cola não usa cocaína, como sabemos, hoje não há cocaína na Coca-Cola.

E chegamos a uma pergunta óbvia: para onde acaba a cocaína em forma de pó branco que é extraída das folhas de coca mas que não é utilizada na Coca-Cola?  

Acontece que esta cocaína é vendida a uma empresa chamada Mallinckrodt Incorporated, de St. Louis.
A Mallinckrodt recebe não só as importações de cocaína da Coca-Cola, mas também ópio importado da Índia. Além disso, compra também THC extraído da marijuana cultivada nos Estados Unidos. 

Nada mal como “Guerra contra as drogas”, nao é?

Mas quanta cocaína é adquirida pela Mallinckrodt Incorporated? 
Mais de um quarto de tonelada.

É razoável perguntar para onde vão toda esta cocaína e ópio depois de terem chegado nos armazéns da Mallinckrodt. A explicação oficial é que destinam-se a “uso medicinal”.  

Vamos fazer duas contas.

De acordo com vários sites, são precisos cerca de 300 gramas de folhas de coca para produzir 1 grama de cocaína refinada. 

Isso significa que 100 toneladas de folhas de coca podem produzir cerca de 333 quilos de cocaína a cada ano.

É um monte de cocaína. Lembrem que são 333 quilos de cocaína aprovada pela DEA, agência que pretende combater a “Guerra contra as Drogas”, mas que de alguma forma concede imunidade aos fornecedores da Coca-Cola. Porque se a Coca-Cola goza de uma autorização especial para a importação, deve haver fornecedores com uma autorização especial também.
 
Tudo isso leva à segunda óbvia pergunta: o que faz a Mallinckrodt Incorporated com 333 quilos de cocaína refinada a cada ano? É impossível imaginar que 333 quilos de cocaína possam ser usados para “fins médicos”, a menos que você tenha uma idéia bastante ampla deste conceito.

Mas vamos em frente com os cálculos.

333 quilogramas são, obviamente, 333 mil gramas de cocaína. De quanta cocaína falamos? Segundo The Goods Drugs Store, uma “normal pista” de cocaína (uma tira que o consumidor inala para assumir a droga) contem 50-75 mg, um vigésimo de grama.

 Isso significa que uma grama é suficiente para obter 20 tiras. Multiplicamos tudo vezes 333 mil gramas de cocaína produzida com as 100 toneladas de folhas de coca importada legalmente pela Coca-Cola e obtemos 6,66 milhões de tiras de cocaína anuais. 

100 toneladas de folhas de coca = 100 mil quilogramas de folhas de coca
100 mil quilogramas de folhas de coca = 333 quilogramas de cocaína
333 quilogramas de cocaína = 333 mil gramas de cocaína
333 mil gramas de cocaína = 6,66 milhões de tiras de cocaína.

 Só como curiosidade: 333 mil gramas de cocaína representam 16,7 milhões de Dólares (50 Dólares/grama).
333 mil gramas que acabam onde?

Nota: se quanto acima parece ao leitor um bocado “esquisito”, é bom lembrar que este é o fruto duma pesquisa de Natural News, um site de confiança, e que o material faz parte dum projecto maior, condensado no livro 25 Amazing Facts About Food, que é possível descarregar de forma livre neste link (livro em Inglês).

Ipse dixit.

Fontes: The New York Times, The Good Drugs, Natural News

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