A interminável Tragédia Grega

Então, acabou o fim de semana, não é?

Todos a descansar, nada de trabalho, boa vida…vergonha, é por isso que este País vai mal!
Qual País?
Não importa, um País qualquer, um tipo…a Grécia, por exemplo.

Enquanto o leitor nada fazia para melhorar as condições do planeta, andavam por aí pessoas que não paravam um segundo.

Como George Papandreou, um Grego com o hobby do Primeiro Ministro, segundo o qual as “consequências de uma bancarrota violenta ou a saída do Euro” seriam uma “catástrofe imediata” para as pessoas, para os bancos e para a credibilidade do País.

Ok, vamos pôr um piedoso pano que esconda a questão da credibilidade do País: mas o resto é verdade.
Fazer bancarrota e sair do Euro nestas condições dói, e muito.

Porque uma coisa é planear: reconhecer que a Grécia tem problemas enormes e preparar tudo com calma.
Outra coisa é começar a gritar “acabou o dinheiro!”, esperar uma ajuda que talvez chegará, talvez não, e que em qualquer caso não resolverá o problema. E fazer default.

Assim dói.
Pena que assim será.


E isso explica também a notícia segundo a qual os Ministros das Finanças da Zona Euro fracassaram na madrugada de hoje as tentativas de desbloquear uma parte da ajuda em curso para a Grécia, adiando a decisão para o início de Julho.

Porque alguém está a perguntar: mas porque raio temos que deitar tanto dinheiro num caixão? Cedo ou tarde (mais cedo do que mais tarde) vai ser enterrado, e o dinheiro com ele.

Mas como dizer “não” ficava mal (afinal é sempre um Membro da União em dificuldade), eis o final feliz: os dezassete ministros chegaram a um acordo de princípio sobre “o necessário financiamento adicional” de Atenas no quadro de um novo plano de ajuda complementar daquele que vigora desde há um ano.

Adicional? Nem conseguem concordar o empréstimo em curso e já falam dum financiamento adicional?
Calma, vamos ler com atenção: é um acordo “de princípio”, que será conseguido com o “envolvimento voluntário do sector privado”.

Tradução: para já nada.

Mas é verdade que se a Grécia quer evitar a bancarrota, um novo financiamento será inevitável.
Quanto? Entre 60 e 100 mil milhões de Euros. Há quem fale em 150 mil milhões. Afinal qual o problema? É todo dinheiro dos contribuintes europeus, não podemos ser forretas.

Entretanto, o bom Papandreou anunciou que o Governo dele irá realizar um referendo, no Outono, para introduzir mudanças no sistema político e administrativo do País.
Objectivos: combater a corrupção, a evasão fiscal, a fuga de capitais e os privilégios dos deputados e altos funcionários.

Com certeza.

Ipse dixit.

Fonte: Público

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