Fukushima: fusão de parasitas no sushi

Fukushima…onde é que já ouvimos isso?
Deve ser no Japão, mas foi há muito tempo, já não se encontra nada nos jornais.

As centrais, pois é, as centrais nucleares.
Aconteceu alguma coisa na central de Fukushima. Uma greve? “Greve” ou grave”?

De certeza não foi nada de preocupante, caso contrário o assunto seria falado ainda hoje. Por isso vamos ler, mas sem histerismos, pois não é o caso.

Melt-through

E as últimas notícias são tranquilizadoras.
O combustível nuclear fundiu, agora é oficial. Não só, mas já saiu do contentor principal, o vessel.

Uma boa notícia, como afirmado, pois isso facilita as operações de limpeza. Em vez de retirar o núcleo a partir deste vessel, o núcleo fundido está mesmo aí, perto da entrada. Fica tudo mais simples. 

Entretanto há uma fuga de petróleo. Um dos reactores de Fukushima perdeu o “ouro negro”.
Notícia má? Nem por isso.

Em primeiro lugar porque a Tepco, a empresa privada que gere as centrais, já afirmou que o petróleo em questão não é raioactivo. E ninguém pode pôr em causa as declarações duma empresa estimada e que tanto bem fez, tal como a Tepco.

Depois, porque o petróleo foi encontrado perto do reactor de Fukushima Daini, 10 quilómetros mais à sul do ponto de fuga (Fukushima Daiichi). E isso é comovente. O petróleo poderia ter abandonado a costa, expandir-se, lamber novas praias: mas não resistiu e voltou perto da própria casa, num acto que só a infinita bondade da Natureza pode contemplar.

Parasitas

Os único a criar problemas, os que estragam tudo, são os homens, como sempre.

Na semana passada um técnico foi internado no hospital de Iwaki, após ter sido encontrado em coma no dormitório de Fukushima.
Reparem: a empresa bem poderia ter despedido o homem, mas não, a Tepco preferiu proteger o próprio trabalhador e falar de “coma” em vez de dizer claro que o homem tinha adormecido. E a coisa triste é que nem foi o primeiro: desde o início da alegada “emergência” já foram 10 os trabalhadores que, com uma desculpa ou com outra, pararam de trabalhar.

Aquele de ontem, por exemplo, tinha passado o dia a utilizar substâncias sintéticas para capturar as partículas radioactiva. que é como tentar apanhar borboletas com uma rede, até um miúdo poderia tratar disso. Mas não, o “esforço” tinha sido demais e adormeceu.

E mais grave ainda: o Governo japonês, em vez de dar o exemplo e impor a própria autoridade, até parece favorecer estes parasitas sociais com medidas absurdas.

Segundo o Wall Street Journal, o Japão estaria perto de evacuar outras zonas, além daquelas já abandonadas. A razão? Radioactividade.

Sim, leram bem, tudo por culpa da radioactividade. Como se alguém pudesse morrer por causa disso.

O leitor pense nisso: alguma vez viu alguém morrer por causa da radioactividade? Seja honesto, a resposta é “não”.

E não é preciso acrescentar mais nada.

O sushi? É “light”

A coisa engraçada é que o mesmo governo do Japão toma medidas que contradizem esta espécie de histeria colectiva: os limites da radioactividade presente no peixe foram triplicados.

E não é por uma mera questão comercial, é porque com mais alguns MicroSievert o peixe não perde o sabor.

Pelo contrário, ganha em versatilidade.
Temporal, falta de luz em casa? É só pegar no sushi.

Nota
Possível pergunta: o que é um Melt-through?
Possível resposta: Wikipedia.

Ipse dixit.

Fontes: Wall Street Journal, Libreidee

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