Todas as organizações sociais estão dependentes de uma lei matemática fundamental, a lei de Pareto, ou melhor, a lei da dominação: esta demonstra que, em qualquer sistema organizado, um pequeno número de pessoas que tomam posse de quase toda a riqueza à custa dos outros.
“Ehi, mas esta é a nossa sociedade!”
Eu não disse o contrário.
“Ah, pois. Desculpa.”
De nada. Continuemos:
Do ponto de vista matemático, então, os rendimentos são distribuídos de acordo com uma lei matemática decrescente com andamento exponencialmente. O economista Moshe Levy explica que
a lei de Pareto, longe de ser universal e inevitável, é apenas o modo de funcionamento específico duma sociedade egocêntrica” e que “os efeitos estocásticos (e não a inteligência e o trabalho) da concorrência enriquecem alguns em detrimento da maioria, levando à distribuição de Pareto.
“Estoquê?”
Estocásticos: isso é, processo aleatórios, qualquer tipo de evolução temporal que possa ser analisada em termos de probabilidade.
“Ah…”
Continuemos.
Assim, uma sociedade tão egocêntrica, que acabou com o posicionar o banco no centro do sistema económico. A cobrança de juros, proibida por todas as religiões (pois acabam de transformar o devedor num escravo) tornou-se regra.
Devemos acrescentar que essa lei tem uma função fractal, isso é, este princípio aplica-se entre os 20% dos dominantes, a há uma hiperconcentração de capitais nas mãos de poucos.
O economista Michel Choussudovsky, aliás, recentemente explicou: “Chegámos a um ponto de acumulação de poder e riqueza sem precedentes na história, num espaço de tempo muito curto.”
O crescimento exponencial do capital acumulado, cuja contra-parte é um crescimento exponencial da dívida, levará ao inevitável afundamento do sistema, com dois resultados possíveis:
- Uma “democtadura” (ditadura democrática ou da democracia), resumida por Aldous Huxley: “Um Estado totalitário verdadeiramente “eficiente”, quando o poderoso comité executivo poderoso de todos os líderes políticos e o exército de gerentes manda uma população de escravos, de modo que seria inútil lutar porque estes continuariam a provar amor para a própria servidão”
- Uma verdadeira democracia que permita maior clareza, um “cérebro colectivo”. O problema é se seríamos capazes de modificar o nosso comportamento, agora baseados no ego.
A terceira via será a que, finalmente, pode ter em conta a importância da relação entre Eu, Nós e os Outros.