Mors tua vida mea

É Natal, todos somos bons. Todos ou quase.

Os Estados Unidos, por exemplo, decidiram ser maus. Embora, para ser honestos, mais do que uma escolha é uma questão de sobrevivência.
Nestas últimas semanas as agências de rating voltaram ao ataque. As agências de rating, é bom lembrar, têm sede nos Estados Unidos.

Um breve resumo:

Eh, sim, de facto é uma ofensiva: um ataque das agências de rating contra muitos dos Países europeus. Mas porquê?

Um passo atrás.
A seguinte tabela mostra de quanto dinheiro precisarão os vários Países ao longo do ano 2011:

No topo da lista encontramos o Japão. Mas não conta, pois historicamente Tokio costuma adquirir 95% da própria dívida.

No primeiro lugar, em verdade, encontramos os Estados Unidos que terão de angariar 4.214 biliões de Dólares. Mais do que em 2010.

E a Europa? 2.425 biliões de Dólares no total. E a maioria dos Países precisará de menos dinheiro face ao ano que está a acabar. Excepções: Grécia, Bélgica, França e Portugal.

Resumindo: os Estados Unidos precisam do dobro do dinheiro requerido pela Europa. Uma situação pouco simpática.

É tudo? Não, não é. Outra tabela:

O que é isso? Está tudo em Inglês…
Não há crise: esta é a tendência ao longo das últimas 99 semanas dos capitais destinados à aquisição de Títulos de Estado. Nos Estados Unidos, claro. E, surpresa!, pela primeira vez nas últimas 99 semanas os capitais estão a recuar: há menos pessoas que investem nos Títulos.
Lembram de quando estávamos a falar mal do Presidente da Federal Reserve e dos seus Quantitative Easing? Ora bem, eis os resultados.
Resumo: os Estados Unidos precisam de atrair os capitais na aquisição da dívida pública. E os principais concorrentes são os Países Europeus. Que, ainda por cima, estão melhor posicionados (por enquanto, claro).
Estamos a assistir a uma verdadeira guerra entre pobres. Mors tua vida mea: morte tua, vida minha.
E é só o começo.

Ipse dixit.

Fontes: Rischio Calcolato, Dshort

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