O (quase ex) motor da economia mundial

O gráfico mostra o “peso” dos Países do G7 ( Estados Unidos, Canada, França, Alemanha,, Italia, Japão, Grã Bretanha) na economia mundial.
São presentes 3 linha: a branca indica a economia G7 em conjunto, a azul a economia dos EUA, a vermelha a economia chinesa. E não é só uma impressão: das três, só uma está em subida, a chinesa.
Os valores são apresentados em Dólares e a partir de 2009 reportam a previsões do Fundo Monetário Internacional (que também é o autor do gráfico).

No exterior: disparates

Os ministros das Finanças do G20 começaram as reuniões oficiais em Gyeongju, Coreia do Sul: e já começaram a refilar.
Normal: quando as coisas não correm bem é mais difícil entender-se. 

Os Estados Unidos avançaram com uma ideia maravilhosa: pôr limites aos excedentes comerciais. O que significa isso?
Significa que os Estados Unidos dizem: 
Epá, nós não conseguimos exportar nem que seja uma caixa de fósforo enquanto outros Países exportam tudo e mais alguma coisa. Nós estamos a ficar sem um cêntimo, outros ficam ricos. Isso não é justo! Temos que criar limites.

Naturalmente Países, como a China mas também o Japão ou a Alemanha, ficam perplexos; então os EUA continuam:
Vamos fazer assim: todos os Países que exportam muitos aumentam o valor da própria moeda, assim a mercadoria deles irá custar mais e as exportações diminuem. 

O primeiro a comentar é o Japão. Diz o Ministro das Finanças Yoshihiko Noda:
Vamos discutir disso, mas para colocar tectos máximos é irrealista.

O que, traduzido, significa:
Nem pensar.

Doutro lado é esquisito o facto dos Estados Unidos lembrar de introduzir um tecto para as exportações agora, enquanto eles não conseguem exportar.
Havia alturas em que eles exportavam muito, e nunca falaram de “tectos” ou “limites”.

Obviamente, explica Washington, a situação agora é diferente: há uma crise profunda, a economia global funciona mal.
Verdade: mas todos lembram donde e porque começou a crise…

E enquanto nos Estados Unidos é dada como certa uma nova operação da Federal Reserve, o famigerado Quantitative Easing 2 (na prática: ligar a impressora e começar a criar dinheiro a partir do nada), a preocupação em Washington aumenta.

No interior: nervosismo

Protestos nos Estados Unidos? E porquê? Por causa da imigração? Casamentos gay? Aborto? As eleições intercalares de 02 de Novembro? A mesquita no Ground Zero?

Nada disso. A resposta é a política da Federal Reserve e do governo mais em geral. E não é uma fantasia de qualquer blogueiro exaltado, é uma notícia do hiper-conceituado Time. 3 milhões de cópias, revista de ponta do grupo Time Warner.

E, como se isso não fosse suficiente, numa entrevista à Bloomberg TV, o estrategista do Citigroup Willem Buiter, junto com Howard Davies (presidente da London School of Economics), disse que no futuro dos Estados Unidos há apenas “austeridade selvagem”.  

A única dúvida é o timing e a composição. […] Os Estados Unidos podem endividar-se ainda ao longo duns tempos, mas isso não durará muito porque a disciplina do mercado foi corroída pelo peso do deficit insustentável.

As economias ocidentais não conseguem sair da crise; as dos Países emergentes (ou já emergidos) continuam como se nada fosse. Se ao leme estivessem pessoas sensatas, seria uma normal agora perceber que algo (e muito) está errado, que é tempo de profundas mudanças. 

Se estivessem.
Ipse dixit.

Fonte: Wall Street Italia

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