Barça & dívidas

Futebol?
Nas páginas de Informação Incorrecta?

Sim, futebol. Futebol “económico”.

Acontece que um dos clubes mais famosos do mundo, o FC Barcelona, tem problemas.
Problemas de dinheiro, claro.

E esta é apenas a ponta do icebergue.
Pois se as contas fossem feitas correctamente, e se os controlos fossem coisas sérias, nos vários campeonatos nacionais muitas equipas não iriam sobreviver.

Mas de volta ao Barça, como é conhecido: Il Sole 24 Ore dedica espaço aos aspectos financeiros do clube catalão.
Vamos ler.

Uma semana atrás, o “Futbol Club Barcelona” vangloriou-se de ser o clube com o maior volume de negócios no mundo, ultrapassando o Real Madrid, com 445,5 milhões de Euros de receitas totais na época desportiva acabada no dia 30 de Junho de 2010, 16% mais dos 384,5 milhões do ano anterior.
Mas agora a equipa campeã de Espanha, a base da selecção que está na África do Sul, está de volta à terra, forçada a pedir aos bancos um empréstimo de 150 milhões para pagar os salários dos jogadores e funcionários, num total de 331 pessoas.

Uma aterragem abrupta, guiado pelo novo presidente Sandro Rosell, no cargo desde 01 de Julho, após os grande triunfos (e as grandes despesas) de Joan Laporta. “O clube não está falido. Esta semana, teremos tudo o que for preciso para aplicar uma política de austeridade, para fazer economias em áreas não necessárias e para cumprir os compromissos muitos importantes, como o pagamento dos salários dos nossos jogadores, treinadores e funcionários “, afirmou Rosell, culpando da queda o antecessor . Mas a manobra do novo presidente parece bastante arriscada.

Lionel Messi

Apesar do clube azulgrana ser o mais rico do mundo (mesmo que as receitas correntes sejam um pouco mais baixos do que as relatados, 411 milhões de Euros), as contas explodem, com custos cada vez mais elevados para competir nos patamares mais elevados da Europa.

Além disso, este ano o Barcelona foi expulso da Liga dos Campeões na semi-final com o Inter, outra grande gastadora do mundo da bola.
A fábula do clube com sócios populares (os membros são cerca de 174mila, pagam uma taxa anual que varia dos 30 Euros para as crianças até os 140 € para os adultos), que faz todos felizes na Catalunha, não parece ter o rumo para um bom final.

Como um ministro que promete não aumentar os impostos, Rosell prometeu não aumentar as quotas, das quais derivam cerca de 10% das receitas. As dívidas subiram. Os números divulgados pelo clube, provisórios pois ainda não há o balanço do 30 de Junho de 2010, revelam que em 12 meses a dívida líquida aumentou de 202 para 326 milhões. A dívida bancária aumentou de 29 para 114 milhões de Euros.

A dívida total é mais elevada, porque neste valor é deduzido do passivo o activo corrente. Mas isso é suficiente para drenar os cofres, embora a sociedade diga que na temporada até 30 de Junho houve um lucro líquido de 9 milhões, comparado aos 8,8 indicado na comparação com o ano passado (em 2009 este era o lucro antes dos impostos, sendo o líquido de 6,65 milhões).
O que custa tanto ao clube? Os custos do pessoal, um aumento de 16,5% para um total de 261,5 milhões. O Barcelona pagou 40 milhões em prémios pelos sucessos na Liga espanhola e na Liga dos Campeões do ano anterior. A amortização dos jogadores aumentou de 53.9 para 71.1 milhões de Euros.

Neste dias de mercado, o Barcelona já gastou 40 milhões para comprar o atacante David Villa. E persegue o jogador de meio-campo Francesc Fabregas, do Arsenal. Rosell nega a possibilidade de paga-lo 50 milhões. Mas talvez as loucuras, ainda não acabou.

Fonte: Il Sole 24 Ore

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