A UE larga o dinheiro e as Bolsas crescem.
Realce para o +3,68% de Madrid, +2,08% de Paris, +0,57% de Lisboa. Não muito, no caso da Bolsa portuguesa, mas mesmo assim sempre subida é.
Até o Euro tinha recuperado alguma coisa face ao Dólar. “Tinha”, pois voltou a perder e fechou a quota 1,36.
Quanto irá durar?
Esta é a dúvida pois não é a primeira vez que os mercados reagem em alta perante declarações ou decisões positivas da UE/BCE. Salvo voltar em baixo nos dias seguintes.
Já o dia de amanhã será importante para perceber as tendências para o resto da semana.
Voltamos ao dinheiro.
Quantas moedas largou a UE? Não muitas, só 14.500.000.000 Euros. Mais 5.500.000.000 no prazo de poucos dias. Dinheiro, óbvio, que foi para as caixas da Grécia. E das caixas do Estado até aos cofres dos bancos o passo é curto.
Doutro lado, se um banco Português ganha 10,7 milhões de Euros, porque os homólogos gregos têm que ficar com a boca seca? Foi ou não foi o Presidente do BCE que disse que os Países da União partilham um destino comum?
E quem está fora da União?
Aqui a coisa fica mais complicada.
Jornal de Negócios:
Fitch alerta para “más surpresas” fora da Zona Euro
A atenção dos mercados e da comunicação social está centrada nas vulnerabilidades dos países periféricos da Zona Euro, mas fora da união monetária o “potencial para ‘surpresas orçamentais negativas’ e volatilidade nos mercados da dívida pública vai manter-se elevado num futuro previsível”.
O aviso foi deixado hoje pela Fitch, uma das três grandes agências de “rating”. “Apesar de actualmente o foco dos mercados e dos media estar na Zona Euro, a maior parte dos soberanos com melhores notações de risco enfrenta a necessidade de realizar ajustamentos orçamentais significativos, da ordem dos 4 a 7 pontos percentuais do PIB, só para estabilizar os rácios de dívida pública muito elevados projectados para o final de 2011”.
Neste contexto, adverte a agência de notação de risco, “o potencial para ‘surpresas orçamentais negativas’ e volatilidade nos mercados da dívida pública – inclusive fora da Zona Euro – vai manter-se elevado num futuro previsível”.
Na avaliação da Fitch, Japão, Irlanda, Reino Unido, Espanha, Estados Unidos e “em menor medida” França são os países desenvolvidos cujos Governos “enfrentam os maiores desafios de consolidação orçamental no médio prazo”.
Bom, não era preciso ser Fitch para afirmar que Irlanda e Espanha estão com problemas.
Diferente o discurso para os outros Países.
.
Já há muito que Informação Incorrecta aponta alguns Países fora da Eurozona como fonte de futuros problemas. É só ler um dos últimos números do GEAB para perceber que as coisas não correm tão bem na terra de Rei Artur. As eleições, e uma certa “censura” relatada por visitantes estrangeiros, conseguiram ocultar o real estado das finanças.
Mas agora as eleições passaram e é urgente fazer algo.
.
Por isso a Grã Bretanha ganha a pole position na especial classificação dos Países mais problemáticos fora da zona Euro.
E tudo isso no mesmo dia em que em Londres acordaram com mau humor:
Inflação britânica atinge maior nível em 17 meses
A inflação anualizada no Reino Unido atingiu 3,7% em abril, acima do percentual de 3,4% de março, chegando ao maior nível em 17 meses, conforme dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgados hoje pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS).