Visto de Bangkok

36 mortos e 244 feridos ao longo de três dias.
Este é o balanço dos sangrentos confrontos em Bangkok.

Os manifestantes pedem a demissão do Primeiro Ministro, Abhisit Vejjajiva, enquanto este anuncia: “Não podemos recuar agora”.

Em Bangkok escreve Nuno Caldeira Da Silva.
O seu blog, Visto de Bangkok, é uma janela sobre os acontecimentos da capital tailandesa e não só.
A maneira melhor para entender a difícil situação política e como a “guerra” seja vivida nas ruas.

Eis o post publicado hoje:

Hoje deveriam ter começado as aulas e deveria ter começado a semana de trabalho mas não. O Bangkok Post titula “Bangkok Burning”.
A cidade está feita refém dos combates que ocorrem em varias zonas do seu centro mas um centro agora alargado que vai de Narathiwas até Dind Daeng.
Na zona de Rajaprasong nada se passa. Está calma e despovoada. Os incidentes acontecem todos naquilo que se poderá chamar guardas avançadas do acampamento principal. Contudo os militares defrontam-se com confrontações vindas quer pela frente quer pelos lados ou traseira.
Zonas como Suan Plu, Nang Linchee-Bon Kai e Chong Nonsi são também palco de combates esporádicos e de vandalismo de bens públicos e privados. Também fora de Bangkok começa a haver conflitos com alguma violência como em Chon Buri e em Udon Thani.
Tudo isto fez aumentar em mais 9 o número de mortos de Domingo, 34 nos últimos dias, e centenas de feridos. Acaba de ser igualmente anunciado que Seh Daeng faleceu.
Ontem por volta da meia-noite o hotel Dusit Thani, na esquina de Silom com Rama IV e oposto a uma das frentes vermelhas foi atingido por duas fortes explosões provocadas por engenhos explosivos supostamente lançadas do acampamento de Lumpini. Seguiu-se forte tiroteio durante mais de meia hora. Curiosamente o Matichon, jornal de língua tailandesa, refere na sua edição desta manhã, que o que aconteceu foi provocado por uma confrontação, não intencional, entre forças do exército e da força aérea. Infelizmente tudo é possível.
Todos os, já muito poucos, hóspedes do hotel foram realojados noutra unidade. Nesse mesmo hotel na fim da passada semana foi atingido por uma bala disparada com ajuda de um sinal de laser, um hóspede que estava numa festa no hotel e que se chegou à janela para observar o que se passava. Alguém o terá confundido com um sniper e atirou a matar.
Entretanto a “boa notícia” se é que podem haver boas notícias é a informação que circula de que Veera, que como se sabe abandonou o acampamento de Rajaprasong em discordância com outros líderes, estará a ter negociações secretas com o governo. Espera-se que seja verdade.
Todos os sinais que mostrem as partes em disputa a falar são sinais positivos e são sempre uma fonte de esperança que se possam salvar vidas e acabar com a presente situação.
Quando Veera saiu de imediato começaram a circular rumores acerca dele, facto que sempre acontece em Bangkok. Primeiro que estava em Londres onde vive um irmão dele, depois que as empresas de Rajaprasong lhe tinham dado 20 milhões de bath (penso ser muito pouco) para ele convencer os outros a “largar o barco” e que como não conseguiu meteu o dinheiro ao bolso e, outra vez, foi para Londres.
A Tailândia não é parca em rumores de todo o tipo e tudo isso serve para aumentar a confusão mas faz parte da guerra de informação e desinformação conduzida por ambas as partes.

O blog Visto de Bangkok pode ser visitado com este link.

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