O general e as plantas

Enquanto o Euro continua a própria alegre descida e as Bolsas europeias perdem, recuperam, perdem, recuperam…nós falamos com um Russo.

Leonid Grigoryevich Ivashov é o vice-presidente da Academy on Geopolitical Affairs e ex general-coronel da Armada Vermelha.

Ao longo da própria carreira foi assistente do Ministério da Defesa, tratou com os Países do Commonwealth, foi Chefe do Estado Maior das forças armadas russas e desde que entrou na reforma escolheu ocupar-se de geopolítica, adquirindo notoriedade e respeito.

General, o medo da grande crise económica já chegou no seu País?

Claro, mas para proteger a economia, a Federação da Rússia tem dado origem a muitos projectos: novas estradas, novas indústrias, desenvolvimento da agricultura…

Em que medida a recessão mundial tem afectado a economia russa?

Sem dúvida a crise atingiu, houve uma queda na produção industrial de 11%, mas esperamos que no próximo ano as coisas estejam melhores.

Qual é agora a linha do governo?

O Estado deixou o modelo liberal de desenvolvimento, introduzindo cada vez mais centros de desenvolvimento industrial e económico.

Um regresso ao passado?

De certa forma sim.

Falando de Europa, como julga o plano para salvar a Grécia?

A da UE parece uma solução errada. Cada país da UE deve ter a sua própria responsabilidade. Para que a UE possa funcionar cada Estado-Membro deve desenvolver a própria cultura e economia. Em vez disso, a Europa está a tentar construir um único estado: com uma ideologia válida universalmente para todos os membros, uma cultura e uma economia unificadas. É muito perigoso.

Afirmou que a guerra ao Irão já está decidida. Para superar a crise, precisamos de uma guerra?

Para sair desta crise, sem afectar o poder da finança global, a guerra é a única solução. Mas esta guerra não começa nem com  as pessoas nem com os políticos, mas com os oligarcas da Finança.

Os EUA hoje têm menos poder?

As circunstâncias levaram os EUA a perder a própria influência. A política de Bush, além disso, tem feito o mundo odiar a América. E Obama foi eleito para dar uma nova imagem para os Estados Unidos.

Nada é novo com Obama, além da imagem?

Todos os presidentes norte-americanos que procuraram livrar-se da dominação do sistema financeiro ou ficaram envolvidos em impeachment como Nixon, ou foram mortos como Kennedy.

Têm melhorado as relações com os EUA desde Obama?

As palavras tornaram-se muito mais bonitas. A substância é a mesma.

Afeganistão: como sair de um conflito sem fim?

Porque os americanos foram para o Afeganistão? O Afeganistão tem enormes recursos. E a sua localização é estratégica.
Diz-se que as culturas de ópio no Afeganistão estão agora devastadas por um fungo introduzido pelos americanos.
Se existisse um fungo que pudesse destruir as culturas, a NATO atingiria o cogumelo, e não as plantas.

O que quer dizer?

Quando propusemos a destruição conjunta das culturas, a Nato respondeu: “Não podemos deixar morrer de fome estas pessoas.” De uma forma indirecta a NATO apoia o tráfico de drogas.

Sempre disse que “o terrorismo é uma invenção EUA”.

O terrorismo é uma ferramenta não só para intrometer-se nos assuntos dos Estados, mas também para exterminar populações inteiras, como aconteceu no Iraque. Agora dizem que Bin Laden está no Irão, então temos de atacar o Irão.

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