Como vimos no anterior post, dia de ganho para Portugal. Após ter visto o fundo do poço, a economia local subiu outra vez e agora pode esticar-se. O tempestade passou.
Mas passou mesmo?
Quem escreve não é pessimista e não gosta de profetizar desgraças.
Mas nem gosta de beber as declarações triunfantes de alguns operadores como se fossem verdade absoluta.
Muitas vezes a verdade está no meio. No nosso caso a tempestade passou, verdade, mas no céu há ainda nuvens bem negras. E não podemos baixar a guarda.
Dois gráficos:
O primeiro representa o crescimento do riscos dos bancos europeus.
E agora uma leitura pedagógica. Milano Finanza:
UBS olha com preocupação para o crescente nível de endividamento da famílias, empresas e sobretudo bancos dos dois Países Ibéricos. Embora a situação seja diferente entre os vários Países, o risco de contagio da crise grega é real.
Espanha e Portugal parecem estar em condições melhores da Grécia mas, segundo os analistas da Ubs, a realidade é muito diferente, sobretudo em relação ao sector privado: enquanto a dívida dos Governos destes dois Países é sem dúvida inferior quando comparado ao grego (61% do PIB em Espanha, 85% em Portugal, 125% na Grécia), o banco realçou que “famílias, empresas e instituições bancárias têm um nível de endividamento muito elevado“.
Famílias e empresas viram duplicar as dívidas ao longo da última década (89% e 150% do PIB) e a dívida agregada em Espanha e em Portugal ultrapassa 350% do PIB, acima do grego.
Os analistas da Usb […] realçaram a necessidade de cortar de forma decidida o budget. O aumento do custo da dívida dos Países Ibéricos implicará, segundo Ubs, uma contracção das margens dos bancos e o consequente aumento do custo da liquidez. […] Os custos de reestruturação pode ser muito eleva para os bancos.
O risco que o contagio se difunda é real.
E mais nada.
Ipse dixit.
Fonte imagens: Il Grande Bluff