As lâmpadas dos Suíços

Depois de tanto espaço dedicado à economia, mudamos e falamos de um assunto que é tabu. Ou assim parece. As lâmpadas economizadoras.

Porque “tabu”? Porque é assumido que este tipo de iluminação seja económica e segura, e quem afirma o contrário ou é louco ou é um “velho do Restelo”, para usar uma expressão tipicamente portuguesa, isso é, é contra o progresso. E, de facto, nem se fala do assunto.

Mas é mesmo assim?
Antes de mais um breve resumo da situação.

As lâmpadas velho estilo (lâmpada a incandescência) estão para desaparecer em Europa segundo esta tabela de marcha:

  • a partir de Setembro de 2010 é proibida a produção e a venda das lâmpadas a incandescência de 100W de potência
  • a partir de Setembro de 2010 as de 75 W
  • a partir de Setembro de 2011 as de 60 W
  • a partir de Setembro de 2012 as de qualquer potência..

Também no Brasil, a partir de 2010, as velhas lâmpadas terão que ser substituídas pelas novas, mais eficientes.
E que sejam mais eficientes não há dúvida: a lâmpada a incandescência desperdiça 95% da energia, transformando-a em calor e não em iluminação; as lâmpadas economizadoras, ou lâmpadas fluorescentes, são muito mais eficientes (até 4 vezes) e a respectiva vida útil é maior.

Por isso a substituição é coisa boa e justa. Mas…

Eis um artigo da jornalista Debora Billi no seu Petrolio:

Há anos que digo mal das lâmpadas de baixo consumo, há anos que muitos me pedem para justificar esta idiossincrasia. Bom: esperar é profícuo pois alguém fez o trabalho por mim. Aqui o post/manual (em italiano! NDT)acerca do como e porque NÃO utilizar as lâmpadas de baixo consumo. Em resumo:
– Gasta-se menos mas não é verdade que se poupa: a não ser que cada lâmpada fique ligada ao longo de oito horas seguidas!
– São precisos muito mais energia e recursos para produzi-la e a poupança conseguida serve só para empatar as contas.
– Estão cheias de electrónica, mercúrio e outros poluentes. Imaginem quando milhões de lâmpadas ficarem no lixo o nível de poluição que podemos esperar.
– Emitem raios ultravioletas e ondas electromagnéticas, as quais talvez sejam a panaceia para a saúde mas pessoalmente gosto pouco do candeeiro a trinta centímetros da almofada.
– Emitem uma luz tão branca que é prejudicial para os presbitas (na prática, todos os que têm mais de 50 anos), para quem sofre de catarata e problemas da retina.

Até aqui o post de Debora Billi.
Ainda não estão convencidos? Então vamos ver o que diz o UFSP, Departamento Federal da Saúde Pública da Suíça:

Novo Estudo acerca dos campos electromagnéticos das lâmpadas de poupança energéticas

Graças a um novo método de medida, pela primeira vez é possível determinar com precisão os campos magnéticos produzidos pelas lâmpadas de poupança energéticas e os fluxos de corrente eléctrica induzidos por tais campos no corpo humano. Este novo método de medida foi utilizado no âmbito de um estudo encomendado pelo Departamento Federal da Saúde Pública e pelo Departamento Federal da Energia.
Para todas as lâmpadas de poupança energética examinadas, os valores revelados a uma distância de 30 centímetros estão amplamente abaixo dos valores recomendados a nível internacional. A título precaucional, os Departamentos federais aconselham a manter uma distância mínima de 30 centímetros das lâmpadas de poupança energética, em particular se estas ficarem ligadas ao longo de muito, como no caso de lâmpadas de mesa.

Mas porque 30 centímetros? Explica o comunicado:

Se todavia a distância diminui, os valores crescem rapidamente até ultrapassar em alguns casos os valores limite. No estudo foram também examinados os campos electromagnéticos produzidos pelas lâmpadas LED e pelas clássicas lâmpadas a incandescência. respeito às lâmpadas de poupança energética, este tipo de lâmpadas produzem em geral só campos magnéticos muito débeis. […]
A título precaucional, e porque os efeitos de longo prazo ainda não foram suficientemente estudados, os Departamentos federais aconselham manter um distância mínima de 30 centímetros das lâmpadas de poupança energética, em particular se estas ficarem ligadas ao longo de muito tempo.

Então: perigos? Não imediatos, sobretudo se forem tomadas as precauções descritas pelo UFSP.

Lâmpadas, frigoríficos, máquinas para lavar roupa, televisões, computadores, telemóveis…tudo isso provoca campos magnéticos que podem causar problemas. Mas quando será disponível um estudo aprofundado acerca dos efeitos deste tipo de poluição?

Retirar as lâmpadas incandescentes é uma medida necessária para poupar energia e, por enquanto, não existem alternativas viáveis às lâmpadas de baixo consumo. Informação Incorrecta continuará a seguir este assunto; no entanto prevenção é a palavra chave. Por isso, já sabem: mínimo 30 centímetros.

Ipse dixit.

One Reply to “As lâmpadas dos Suíços”

  1. 1º os 30 cm são insuficientes a radiação emitida vai ser dispersada por partículas de poeira em suspensão mas mesmo a 50 cm é prejudicial
    tal como num telemóvel, nestes através de blindagem reenvia-se parte da radiação para o indivíduo que está ao lado do utilizador

    o mesmo pode ser feito numa lâmpada radiação indirecta com um quebra-luz ou inverter para projecção para o tecto,já havia abajours destes o problema é redução da luminosidade necessário maior número de lâmpadas para obter maior energia por reflexão

    Estão cheias de electrónica,???isto é discutível

    mercúrio – também há alternativas em uso já é raro o uso pelo menos naUE
    e outros poluentes.isso tudo o que usamos e comemos tem.
    – ondas electromagnéticas, a luz é partícula e onda electromag ao mesmo tempo é da natureza do fotão ser fotão

    – Emitem uma luz tão branca que é prejudicial para , todos os que têm mais de 0 anos),
    se não sofre de catarata e problemas da retina irá sofrer mas isso tb era verdade para as de incandescência olhar directamente para um filamento de tungsténio a cerca de 3000ºc tb não faz bem á saúde

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