O Decrescimento – Parte II

Eis um artigo do blog Alt-Market, em favor do Decrescimento:

O argumento mais frequentemente abordado com o qual os escritores do Movimento Liberdade, os analistas e os estrategistas são confrontados com cépticos e recém-chegados bem intencionados mas cínicos é a afirmação de que, enquanto somos muito eficazes em apontar os perigos da globalização e da centralização, raramente parecemos tomar a iniciativa de oferecer “soluções” para o problema. Este argumento também é usado pelos publicitários do sistema como forma de distrair as atenções do público acerca do real poder despótico das empresas e dos seus empregadores elitistas.
É uma táctica de desinformação muitas vezes utilizada; aqueles que apresentam uma empresa criminosa também oferecem uma solução abrangente para o dilema complexo. Quando os “contadores de verdade” não podem apresentar um milagre cuidadosamente embalado numa bandeja banhada a ouro, estes “publicitários” afirmam que a apresentação dos erros não tem sentido, pois eles não podem fazer nada acerca disso. E, assim, o ciclo continua …

Na realidade, o argumento de que o Movimento Liberdade não oferece soluções é inteiramente falso. Temos construído muitas. O problema é que estas soluções não são do tipo que o público americano em geral quer entender. A média das pessoas deseja uma “bala de prata”, uma resposta para todas as crises. Querem rapidez, simplicidade, e mais do que tudo querem sentar-se e relaxar-se enquanto a bala de prata é posta em movimento por alguém que não seja eles próprios.

As soluções melhores e mais práticas quase nunca são fáceis. Eles exigem esforço, muito tempo e dolorosos sacrifícios. É uma lei da natureza, o peso de um obstáculo deve ser enfrentado com igual  ou maior energia para ser removido. Maior for o inimigo, maior será o custo. Não há tal coisa como uma “bala de prata” ou um caminho mais fácil. Sim, o Movimento Liberdade oferece respostas, mas muitas pessoas recusam ouvi-las.

Quando se trata de centralização violenta e colectivismo na forma de regime totalitário, as nossas opções são realmente limitadas. As massas frequentemente perseguem a política em primeiro lugar porque é muito mais fácil lidar com a responsabilidade de um e  a vigilância sobre um líder em vez que encarar  directamente o monstro. É muito mais fácil esperar para uma “mudança”, em vez que pegar o assunto nas nossas próprias mãos e lutar na lama do nosso sistema totalmente corrompido. É claro, a política é um jogo, um jogo que pode ser controlado pelos mesmos homens desprezíveis que desejamos destronar.

Em seguida temos a desobediência civil, o que é útil até um certo ponto, até quando o péssimo governo não parece tornar-se justo e equitativo. Quando a oligarquia não precisa mais de jogar ao bom policia, os simples protestos e o activismo desmoronam. Perante a implacável malícia e a subjugação destrutiva, fazer gestos e cantar slogan é totalmente sem sentido.

No ano de 2012, a América está muito à beira de tal tirania. O quadro jurídico e político tem sido posto em prática por meio de ordens e directrizes presidenciais como o Patriot Act, a lei FISA acerca da vigilância interna, a Directiva Presidencial 51 (a lei marcial e a continuidade do governo autoritário estabelecido por George W. Bush, que nem mesmo os membros do Congresso têm a permissão para ler)o National Defense Authorization Act de 2012, o National Defense Resource Preparedness EO, etc Simultaneamente temos visto encomendas especiais para munição sem precedentes, por parte do DHS e de outras agências governamentais (incluindo a Administração da Segurança Social), na casa dos 1,4 biliões de dólares (tantas são as grandes encomendas que o DHS está agora a tentar ocultar entre os números do registo público)!

O argumento de debate comum por parte do establishment é “hey, essas leis e directrizes existem, mas não estão a ser implementadas, então pare de ser paranóico”. Em primeiro lugar, muitas dessas leis estão a ser implementadas, mas não em grande escala ainda. A minha resposta é: quando existiu um qualquer governo, especialmente um disposto a corrupção, que criou uma lei sem a intenção de usa-la ou de fazer valer um direito autoritário nela contido? O facto é que o nosso governo planeia exercer totalmente os seus novos poderes de opressão. Só é exigido um determinado conjunto de circunstâncias para poder dar-lhe uma motivação racional.

O desastre económico é o catalisador mais iminente e evidente. Quando a população está com fome, desesperada, e internamente em conflito, quase qualquer acção por parte da liderança pode ser considerada como “aceitável”. E, se esta não for aceite imediatamente, podem simplesmente reescrever os livros de história mais tarde.

Com o anúncio da abertura por parte da Federal Reserve do pacote de estímulo (infinito) QE3, com o Banco Central Europeu que imprime e compra obrigações, com o Japão e a sua própria versão do QE, estamos diante de uma espectacular corrida global em direcção ao fundo. Uma batalha de desvalorização da moeda está prestes a acontecer, e as primeiras vítimas serão os cidadãos comuns, cujo custo de vida irá logo disparar ainda mais do que já tem acontecido nos últimos quatro anos.

Nos EUA, em particular, tudo o que é necessário é que o dólar perca o seu status de moeda de reserva mundial, o que destruiria a sua credibilidade como investimento de refúgio seguro e aniquilaria o seu poder de compra de uma só vez. Isso provocaria um ambiente inflacionário que muitos neste país estão completamente despreparados para enfrentar.

As condições hoje estão maduras para o desastre, assim como para a ditadura.

O significado é que há pouco tempo para inverter os contos de fadas políticos e bem pouca utilidade para as normais acções nas ruas. As soluções reais exigem sangue, suor e lágrimas, começando com um método que tenho discutido há algum tempo: a descentralização.

Para que um sistema colectivista possa vingar, os seus controladores devem convencer as massas de que as pessoas precisam daquele sistema para sobreviver. As elites deliberadamente negam ou ocultam as opções e as escolhas do ponto de vista do público, até que sejamos levados a acreditar que só há uma maneira de viver. Apenas uma forma de subsistir. Apenas um caminho para a segurança. Os colectivistas devem levar a população até esta acreditar que o sistema é indispensável para a prosperidade, mesmo que o mesmo sistema realmente implique uma queda.

A descentralização é, essencialmente, qualquer acção que liberta da dependência do establishment. Significa que os americanos devem lutar em primeiro lugar para ser capazes de satisfazer as próprias necessidades da economia e da vida. Qualquer movimento contrário à tirania que acha que pode combater o sistema ficando completamente dependente do mesmo sistema equivale a enganar-se. Não haverá infiltração e conversão, como o movimento de Ron Paul agora pode atestar.

O conceito de descentralização é muitas vezes confundido com o chamado “isolacionismo” por aqueles que são fortemente condicionados pela retórica globalista. O que eles não conseguem entender é que as construções colectivistas são implicitamente uma mentira. Como vimos em algumas regiões da União Europeia, bem como na maioria do mundo económico global, a interdependência, em particular a interdependência planeada, destrói a redundância. A globalização tornou-nos fracos, não fortes. Amarrou nações juntas artificialmente, não para torná-las mais seguras, mas para torná-las insustentáveis e facilmente derrubáveis. A centralização remove o imperativo individual. Isso provoca a cultura do sacrifício da capacidade de auto-curar-se. Cria sociedades de incontinentes, inválidos com alzheimers, incapazes de ficar em pé.

As pessoas que promovem o globalismo de forma involuntária (idiotas úteis) ficam muitas vezes sem palavras perante a ideia de que alguém realmente deseje afastar-se do sistema colectivista. Têm abraçado a sua servidão em nome do “bem maior” ao ponto de ser incapazes de imaginar outras alternativas. Eles, portanto, vêem logo qualquer pessoa que se separa da colmeia como uma estranha ameaça, um “isolacionista”, que é apenas um outro termo para indicar um egoísta.

Pode-se formar ou fazer parte de uma comunidade que não exige que sejam postos de lado o individualismo ou soberania. “Comunidade” não significa necessariamente “comunismo”, se for respeitada a procura da independência dos seus membros. Existem coisas como a compaixão, a caridade, a ajuda mútua, o voluntariado. As sociedades, no passado, funcionaram muito bem sem a administração dum governo com participação obrigatória. A sugestão de que a humanidade não pode sobreviver sem ser conduzida por uma burocracia sem rosto é um absurdo, para não mencionar que é historicamente imprecisa.

A descentralização e as comunidades voluntárias andam de mãos dadas. Para derrotar um sistema colectivista que pretende dissolver as liberdades individuais e concentrar o poder social, temos de construir comunidades fora do mainstream que trate da liberdade individual e disperse o poder social. Isso começa com a sustentabilidade pessoal, ou o que alguns de nós chamam de “preparação”. Cada pessoa e cada Movimento Liberdade pode e deve distanciar-se da construção globalista. Isso leva tempo e planeamento. Seremos obrigados a aprender habilidades úteis, para a produção de muitos dos nossos próprios bens, e, eventualmente, teremos que formar redes que localizem empresas e serviços.

As cadeias internacionais de empresas e o funil dos bancos ficam afastados das comunidades, fornecem um número limitado de empregos com baixos salários no sector dos serviços. Este comércio é muito desigual. Estas entidades continuam a ter influência sobre as nossas aldeias e cidades, enquanto nós continuamos a dar-lhes todos o trabalho e os nossos bens. O nosso primeiro objectivo, então, deve ser apaga-los da fotografia. Ao formar os nossos próprios mercados, seja através da troca ou através de moedas alternativas (desde que estas moedas seja apoiada por algo tangível), os americanos podem quebrar o falso paradigma do ciclo consumista, apoiar-se uns aos outros e ao mesmo tempo manter a riqueza que flui continuamente dentro de uma região.

O método aqui é óbvio, tornar o sistema corrupto obsoleto pela construção de um sistema melhor. E, no entanto, não é simples, nem fácil. Eu não nego que o governo, tal como existe agora, usaria a força para garantir que o público fique em conformidade com a centralização. Isso é um dado. Mas, vou dizer que a descentralização torna possível a resistência. Os fundadores da nossa nação tomaram medidas para descentralizar a economia da Grã-Bretanha muito antes desta ter disparado um único tiro contra eles. A vantagem de se afastar do “tabuleiro” deve ser clara, quando o inimigo saca a sua arma para obrigar-te a fazer o jogo dele, perde toda a aparente superioridade moral. Os espectadores que já se sentaram em cima do muro, finalmente descobrem a verdadeira natureza dos seus governantes e são forçados pela consciência a escolher um lado. Os activistas, então, controlam o ritmo e o tom do conflito, não as elites. Todas as honráveis revoluções começam com a descentralização.

A descentralização cultiva a raças e a força dentro das economias locais. Torna os cidadãos mais independentes e capazes de lidar com o desastre. E forma uma real e significativa comunidade, uma vantagem que já foi tudo mas que perdeu neste país ao longo de gerações. A sua vantagem mais fantástica, porém, é que elimina qualquer desculpa que o governo poderia usar para convencer o público e os militares que a lei marcial e dominação são necessárias. Se as cidades, os municípios e os estados em toda a América estivessem descentralizadas e auto-sustentáveis, não iriam precisar da ajuda federal, independentemente da gravidade da situação. O argumento para a intervenção do governo torna-se discutível.

A urgência desta situação não pode ser mal interpretada. Aqueles que não descentralizarem aqui na América agora não vão sobreviver. A escala do desastre fiscal no horizonte é imensa. Não há dúvida, não há debate. Há apenas a vida e a morte. Descentralização, apatia ou indecisão. Ou vamos descentralizar ou deixamos de existir.

Comentários?
O meu comentário é o seguinte: aliás, não, não vou escrever porque até hoje tentei manter livre este blog de vulgaridades e não vou quebrar esta regra agora. É meu preciso dever respeitar os Leitores.

Recuso comentar. Que comentem os Leitores, acho melhor.

Só uma ressalva: onde ficam as soluções? Na “descentralização”? Isso significa que sempre fui descentralista? Não sabia. Eu gostava de chamar-me “federalista”. Uma questão de semântica, evidentemente.

 

Ipse dixit.

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37 Replies to “O Decrescimento – Parte II”

  1. Breve nota: posso não concordar com o artigo (que, dito entre nós, julgo ser obsceno), mas quero agradecer JMS pelo facto de ter procurado e apresentado mais material sobre o assunto.

    Como vimos, também pelo número de comentários, este é um argumento nada simples e todas as contribuições são valiosas para tentar esclarecer as ideias.

    Obrigado JMS e um abraço para todos!

  2. Olá, Max,

    Mais "lenha" para a fogueira desta discussão. O autor da conferência é Ugo Bardi, prof. na Univ. de Florença e autor dos blogues Cassandra's Legacy e Effeto Cassandra.

    Hello, everybody; I think you came to listen to me today because you want to know something about the situation with crude oil, that is of "peak oil". So, what I can tell you is that the peak has arrived and we are now in the post peak world. It is an event that is taking place slowly, over several years, but I think we can say with reasonable certainty that the petroleum production peak was in 2008.

    To prove what I am telling you I could show you data and graphs, but I think that the best way for you to realize that the peak is past us is to think about how much people are discussing about oil substitutes. You know, all those things that produce flammable liquids that we can use to fuel our cars: biofuels, tar sands, shale oil, you surely heard about all that. And you surely heard about the idea of a "new age of oil," that some say it is coming and that is supposed to be a good thing. But this "new age" is based on dirty resources which have been known for decades (at least) and I am sure you understand that they are expensive, if nothing else by looking at gas prices. Today, we are forced to use these resources exactly because we passed the production peak of conventional crude oil. In this way, we have been able to mask the peak, for the time being, avoiding an obvious decline of production of liquid fuels. In a sense, we acted as those people who try to mask their age by dying their hair. They may succeed in looking younger, but only for a while.

    The problem, however, is not so much for how long we'll be able to keep the production of liquids stable; it is that the resources we are using for this purpose have a low energy yield and do tremendous damage to a lot of things. We are destroying enormous areas, poisoning the water aquifers, and forcing agriculture away from food production. More than that, we are increasing the amount of greenhouse gases generated for the same amount of energy produced. Emissions keep increasing and climate change accelerates, as you could see from what happened to the North Pole this year.

    So, in a sense, peak oil has been a big disappointment. It was perhaps the first modern appearance of the concept of "degrowth", when it started being discussed some 10 years ago. We expected that the post peak age would have stimulated the development of clean resources and some of us (myself included) thought that it would have saved us from global warming, or at least greatly reduced its importance. But, that has not been the case, unfortunately.

    Today, we are discussing another kind of degrowth, intended mostly as a personal choice and most of us seem to believe that it is a good thing. It is an attitude that looks similar to the one we had about peak oil 10 years ago. But is it possible that we are making the same mistake? That is, could we be too optimistic about what degrowth can bring to us?

  3. Let me ask you a question: what problems exactly do you think that degrowth can solve? Maybe you think that degrowing you'll be happier and this may well be. But can degrowth solve the climate problem? Can it reduce pollution and the stress on the ecosystem? Surely, if everyone decided to reduce their consumption, the impact of human beings on the planet would be reduced. But if just some of us decide for degrowth, wouldn't the resources that we don't consume be consumed by someone else? Then, the human impact wouldn't change.

    Besides, even if voluntary degrowth were to have a significant effect, would that be enough? Climate change could be irreversible by now, in the sense that we may have unleashed mechanisms that will cause the Earth to keep heating up independently of what we do. Reducing emission or even stopping burning fossil fuels altogether wouldn't stop warming. If this is the case, degrowth alone would not be a solution, just as peak oil wasn't one. Will we need geoengineering to save ourselves? Perhaps, but is geoengineering compatible with degrowth? If our economy shrinks a lot, where would we find the resources needed for geoengineering?

    I am not asking you rhetorical questions: I don't know the answers myself. What I know is that we are facing incredibly complex problems. We don't know what kind of solutions might exist for global warming and for ecosystems collapse. We don't even if solutions exist at all. But I think we can say, at least, that it has been growth at all costs that has led us to the quandary in which we are now. Stopping growth surely can't harm us as much!

    Abraço,
    JMS

  4. Max,
    Não vejo nenhuma contradição entre descentralismo e federalismo. O federalismo, tal como concebido por alguns pensadores anarquistas, seria apenas uma aliança de diferentes comunidades autónomas.
    De resto, penso que o único elemento de esperança nesta crise é a possibilidade de abrir os olhos às pessoas para a necessidade e o interesse de viver de outra maneira, fora do salariato, fora do ciclo alienante da produção e do consumo, fora dos enquadramentos das massas pelas elites políticas/corporativas. Utópico? Sem dúvida. Mas mais utópico ainda é pensar que tudo pode continuar como está. Penso que a humanidade está num ponto de viragem. Ou agarramos a oportunidade de tomar em nossas mãos o nosso destino, ou seremos arrastados todos pelo desabamento do edifício capitalista. É a minha opinião, e não peço a ninguém que concorde com ela. A única coisa que pediria é que procurem informação e a analizem. É o que tento fazer, porque graças a Zeus tenho muito tempo livre para isso (é uma das vantagens de se ser pobre!)

    Abraço,
    JMS

  5. Olá JMS:por entender a federação exatamente como entendes, acho que a descentralização proposta pelo autor que o Max traduziu não me convence. Ela aponta para uma soberania calcada na liberdade individual, aquela tão grata a mentalidade norte americana, ou seja, o eterno individualismo, embora mencione apoio mútuo e outras simbioses das quais o ideário anarquista se constrói.Abraços

  6. Olá Max: fui lendo…fui lendo…e pensando: raios, onde é que está a solução (se é que existe)? Claro, eles (alguns que conseguem pensar um pouquinho nos EUA)estão apavorados com a eminência do estado policial, com a realidade escancarada da sociedade de controle em funcionamento, e advogam a descentralização de um estado central onipotente, movido pelos interesses privados de pouquíssimos, e então aconselham a ruptura com tal estado. Penso que a mentalidade não muda. Não é o nosso caso (daqueles que optaram pelo desenvolvimento qualitativo)ancorados sim na sobrevivência, mas muito numa concepção política/econômica/social que rechaça o individualismo no plano social, a democracia representativa no plano político,bem como outros tipos de empulhação, e a tríade consumismo/desperdício/representação no plano econômico.Abraços

  7. 2ª das 10 estratégias de manipulação midiática:

    "Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos."

    mais em:
    http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/noam-chomsky-as-10-estrategias-de-manipulacao-midiatica.html

  8. Olá, Maria
    Compreendo a desconfiança em relação ao individualismo. Mas penso que não se deve confundir individualismo com egoísmo. O autor do texto pretende apenas, suponho, ressalvar que os direitos do indivíduo devem ser sempre salvaguardados, contra as imposições do Estado (aquilo a que ele chama "colectivismo). Essa desconfiança em relação aos imperativos do colectivo têm razão de ser, à luz da história passada (estalinismo, nazismo) e presente (o estado-policial americano, por exemplo, ou as imposições de Bruxelas sobre os europeus). Se eu sempre preferi o comunismo anarquista ao comunismo marxista (vulgo, ditadura do proletariado) foi precisamente por sentir que é importante salvaguardar a liberdade individual. Sempre achei que pertencer a um rebanho "comunista" era tão mau como pertencer ao rebanho católico, capitalista, etc.

    Cumprimentos,
    JMS

  9. E se eu vivesse nos EUA, teria tanta ou mais desconfiança do estado central. Na Europa, fomos habituados a pensar que o estado existe para nos ajudar (estado-providência), mas até na Europa essa realidade começa a mudar. Logo, esperar que governos comprados e manipulados pelos 0,1% do topo alberguem qualquer intenção de resolver os nossos problemas (mesmo que pudessem) é cada vez mais uma miragem. A revolução tem de ser feita fora do sistema e contra ele, nisso concordo com o autor do texto. A ilusão da representatividade democrática é uma patranha em que só caem os tontos. Os governantes não são eleitos para nos representar, mas para representar os interesses do seu verdadeiro eleitorado: a elite globalista e corportativa.
    Abraços
    JMS

  10. "Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos."

    Nos outros pontos, N. Chomsky tem razão, mas neste não tem. A crise financeira foi criada pela ganância cega dos capitalistas (com a cumplicidade dos consumidores hedonistas e desenfreados). Mas a crise económica tem raízes mais fundas (tão fundas como os poços de petróleo deep-offshore) e essa não foi criada por uma elite secreta vinda do planeta Bilderberg. É antes o resultado de teorias económicas absurdas, como a do crescimento económico infinito num planeta finito.
    Mas já estou como o Carlos Janeiro, cada um acredita no que quer.

    JMS

  11. Olá JMS: concordo contigo que não é assunto fácil discutir o individualismo. Acabamos por cair em discussões (filosóficas) do tipo: a liberdade do outro limita a minha, ou a liberdade do outro é pré-condição para que a minha exista? Eu me conduzo pela segunda opção,acredito que tu também. Mas, penso que a opção do autor do texto vai pela primeira. Mas tudo isso não tem importância diante das práticas cotidianas. São elas que realmente definem nossos princípios, moral etc. Os textos servem para a gente exercitar a polêmica e atiçar os miolos. Abraços

  12. Agradeço pela dica JMS,

    Concordo com o artigo de uma forma geral, mas penso que jamais, com tanta tecnologia repressora, um projeto como este será permitido. Pelo menos não sem muitos sacrifícios humanos. Aqui mesmo já se falou sobre as prisões por captação da água da chuva. É exemplificante de uma tendência que vai se acentuar.

    Sobre o tema problema/reação/solução levantado pelo Anônimo, não creio que os sentimentos e pensamentos expostos pelo conferencista seja uma teoria alien, de completo desconhecimento das pessoas, ou que tenha por trás a intenção dos dominadores. Muitos por aqui tiveram uma espécie de toque mental no mesmo sentido. Alguns já o põe em prática. Talvez ainda de uma forma rudimentar ou por hora pouco solidária, muito devido ao competo desconhecimento dos nossos semelhantes, mas já houve um começo.

    Maria mesmo, antes de ouvir falar em Permacultura, já tinha um conceito similar bem definido e o colocou em prática errando e corrigindo, como ela mesma já disse. Estou contigo, penso que não haverá como o ser humano sustentar um modelo extrativista, se alimentando de veneno, criado em humanários, sem direito a lazer na grande maioria das cidades, esperando pela velhice, a aposentadoria, a solidão e o último suspiro. Não creio que esta seja uma vida bem vivida, mas é exatamente isto que eles programaram para todos nós com nossos salários apertados, aposentadorias ridículas, pensões acabrunhadas que insistem em reduzir ainda mais.

    Minha dúvida quanto ao modelo é: como executá-lo nos grandes centros? Não vejo como criar uma sociedade auto-sustentável em meio ao inchaço urbano, e sabemos que muitos não conseguirão abrir mão de uma vida urbana, embora ache que ninguém deva esperar que a vida nas cidades permanecerá tal como está. Os confortos por certo serão muito reduzidos e se não existirem espaços para plantio e outras atividades que possibilitem segurança alimentar e demais condições de sobrevivência, penso que se tornarão em lugares mais problemáticos do que já são para se viverem.

    E tenho que concordar sobre um outro aspecto contigo: teu desemprego pode te deixar sem um tostão pra um sanduiche de ovo frito, mas tem te feito um bem danado em relação à percepção do mundo em que vivemos.

    Abraços.

  13. Algumas notas.

    @ JMS:

    Conheço muuuuito bem as ideias de Bardi. Uma das suas adeptas é a jornalista autora do blog Petrolio, que até costumava consultar e utilizar nos primeiro tempos de vida de I.I.

    Tanto para ter uma ideia: se eu fosse injustamente processado por um crime não cometido e se a única testemunha da defesa fosse Bardi, confessaria tudo para confiar na clemência do tribunal.

    Não podes anunciar o peak oil um dia, chegar no dia seguinte, dizer que os diagramas estão errados, retirar tudo, anunciar novo peak oil, ir para Viena, levar na cabeça, voltar para Italia para dizer que sim, não, talvez, peak oil? Com certeza, mas não já, temos que ver.

    O assunto é delicado, merece a máxima atenção, Bardi e a sua criatura (a associação ASPO) não tem o direito de gozar com as pessoas. Ou sabemos do que estamos a falar, ou então ficamos calados. Para mim, Bardi faria bem a dedicar-se ao "The call of Chtulhu", o jogo de sua invenção, e evitar de provocar mais prejuízos à causa do peak oil.

    Maria: o que tu fazes não é Decrescimento. O que tu fazes é viver uma vida onde aplicas o ré-aproveitamento dos materiais, o que tem um impacto muito reduzido no ambiente, e uma melhor leitura da Natureza. Todas coisas pelas quais mereces a minha admiração.

    Mas para não viver na Idade Média tens que usar um computador; para ouvir música tens que utilizar uma aparelhagem; e Maria utiliza livros. Computador, ecrã, colunas, aparelhagem, livros, energia eléctrica, compact disc…donde vêm estas coisas? Quem produziu tudo isso?

    @ Walner: "Muitos por aqui tiveram uma espécie de toque mental no mesmo sentido. Alguns já o põe em prática. Alguns já o põe em prática".

    Onde? Meus amigos, mas percebemos o que significa "Decrescimento"? Desculpem a pergunta arrogante, mas aqui estamos a falar dum mundo: sem carros, sem energia eléctrica, onde existe apenas uma lei, a auto-suficiência.

    Não confundimos um modelo de vida positivo (como o de Maria) com o Decrescimento, pois são duas coisas diferentes. Maria gosta de viajar, então digo: muito bem, mas se Maria aplica o Decrescimento nada de avião. Porque? Simples: o petróleo custa e está prestes à acabar, porque numa sociedade auto-suficiente os aviões representariam um gasto insustentável e supérfluo, quem ficaria nas torres de controle se a prioridade fosse a sobrevivência?

    Nada de carros, nada de transportes motorizados.
    E os serviços? Quem trataria dos serviços? Tudo com base voluntária? Tipo "Olhe, tenho que tirar a apêndice", "Espere, vou ver se o cirurgião acabou de dar a comida aos coelhos"?
    Porque numa sociedade baseada na auto-suficiência todos, sem excepções, têm que trabalhar para sustentar-se.

    A não ser que haja alguma pessoas exoneradas do trabalho no campo. Mas atenção, esta é a semente duma futura elite. Ou ainda não pensaram nisso? Acho que sim, que já pensaram no assunto.

    E posso saber qual a solução que encontraram? É só para ver se pelos menos as respostas mais básicas podem encontrar uma resposta no âmbito do Decrescimento…

    Grande abraço para todos, esta discussão é interessante de facto.

  14. Caros amigos
    A ilustração desta postagem diz-nos tudo o que não está escrito por todos nós, aqui, algures e alhures.
    O tão falado 9/11 e outras invisibilizadas atrocidades conservam a lúdica humanidade numa prisão através do terrorista medo de tudo, é a Guantânamo planetária. Tudo, para a elite, historicamente, transformou-se nesse luciferino jogo. E nós não vemos ou nos recusamos a ver e vamos fingindo alegria de viver… Se isto não fosse a duríssima verdade ninguém se drogava. Pessoas com autonomia, verdadeiramente felizes, não dão lucro; não se drogam para suportar a existencia.
    Enquanto os economistas, médicos, engenheiros, etc., etc, observavam (e continuam observando) suas especialidades tentando entende-las e realizar suas "individualidades" em consonância com a regras do jogo (o tabuleiro todo ou parte dele) propostas pela elite, não se deram (e não se dão) conta de que estavam (e estão) sendo manipulados e conduzidos pelas forçadas (não disse forçosas) mudanças dessas tantas regras estabelecidas por esta mesma elite em função da manutenção de sua permanência no poder. O que a elite sempre desejou desde os primórdios foi e continuou sendo o que agora está colocando em prática, o seu definitivo e tirânico governo mundial. Se observarmos com atenção a ascensão do (propositalmente falido) III Reich, poderemos verificar, sem medo de erro, a exata mesma tática dentro da estratégia que agora avança sobre o mundo com rótulos "novos", apenas rótulos. É ilusão imaginarmos autonomia individual quando o coletivo inexiste como um somatório destas individualidades naturalmente autônomas. A escravagista Grécia não é mais a de Sócrates e outros indivíduos (a pessoa humana, considerada quanto às suas características particulares, físicas e psíquicas). O coletivo está programado pela elite para socialmente não respeitar as individualidades pois, elas simplesmente não existem como tal dentro da massa moldada desde o berço para ser massa e não mais indivíduos. Temos cada qual uma especial e única impressão digital e certamente personalidade, "alma" em corpo físico, ainda que chamemos a todos de humanos por características genéricas que identificam uma espécie. Somos macacos e não nos identificamos como tal. "Sapiens". Vivemos, individualmente conectados, correlacionados, há uma teia de conexões com tudo o mais agrupado na natureza, inclusive constelações e galáxias. O campo é quantico. René Descartes e Isaac Newton não podem nos propor soluções ao século XXI. A elite se preparou desde antes da implantação da (sua) ONU e todas as ORGANIZAÇÕES MUNDIAIS, NATU, OTANs e polícias para este "up grade" nazi sionista que agora já vai em estado avançado. Lembram que não havia o "passaporte"? Agora chip!
    Ninguém constrói mais de 800 campos de concentração, nem estoca milhões de caixões da noite para o dia sem um macabro objetivo. Há um plano em curso adiantado. É tarde demais para encontrar soluções depois de dormirmos 60 anos em ilusórios berços esplêndidos produzidos, propagandeados e comercializados pela mesma holywoodiana elite que agora quer nos reduzir a 500 000 000 e matar o resto no berço com epidemias, vacinações, haaps e chemtrails. Sem um salto para dentro do raciocínio quantico logo logo descobriremos que ficamos iludidos vagando no labirinto do nada onde fomos aprisionados como gado na fazenda a espera do matadouro por muitos mil anos. Então será tarde demais, se é que já não é… Bendita seja a Internet, que seja pelo menos "eterna e infinita enquanto dure". Sempre serei grato, sem ela eu ainda estaria iludido e pensando como antes dela.
    Sinto muito, sou grato por poder participar imaginado estar contribuindo ao debate. Desejo a todos paz e prosperidade com saúde perfeita.

  15. Finalmente com este ultimo comentário, entendi a posição do Max.
    O Max está agrafado ao conceito de Decrescimento do Georgescu-Roegen.

    Pelo que li dos comentários sobretudo da maria, JMS e incluindo os meus no mesmo lote, ninguem faz a apologia desse modelo de Decrescimento ortodoxo.

    Eu referi-me a um modelo adaptado a actualidade, inclusivé variei o conceito, usando o termo: Simplicidade Voluntária.

    Não estou disposto a viver sem energia eléctrica. Quero ter na minha casa auto-geração tanto solar como eólica, ou seja, independência energética.
    Como a maria, tambem gosto de ouvir musica com qualidade.
    Não me apetece consumir frutas e legumes carregados de agro-tóxicos. Por isso já tenho um pomar com umas dezenas de arvores diferentes. A horta vai já a seguir.
    Não me apetece fazer do crédito um modo de vida. Por isso deixei de usar cartões há alguns anos atrás.
    Não me apetece depender do carro para tudo e mais alguma coisa. Por isso pretendo exerecer a minha actividade a um nível mais local.
    Não me apetece gastar as horas todas do dia só a resolver problemas, ver os dias a passar uns atrás dos outros, e chegar ao fim do mês a fazer contas de cabeça.
    Não gosto de saber que a maior parte do meu trabalho é para pagar uma dívida com juros de usura, e que nunca mais vai ter fim.

    Mas gosto de viajar. Gasta combustível? Pois gasta. Mas enquanto ele não acabar, sempre que puder, viajarei.

    Fazendo contas do impacto destas e de outras decisões na economia, estamos a falar numa redução pela minha parte no nobre esforço colectivo para honrar os compromissos nacionais para com os nossos credores.
    Mas querem saber uma coisa? Sempre que penso nisto mais ânimo tenho para continuar.

    abraço
    Krowler

  16. Max,

    Confesso que não encontrei (ou pode ser que não tenha entendido todo o texto), a palavra decrescimento, só a encontrei no título, que pensei ser de tua autoria, no mais só li sobre descentralização como conceito oposto ao coletivismo. Não vi referência à um mundo tão desprovido de recursos tecnológicos. Só se for no "Decrescimento – parte III", que ainda não li. Ou, se for o caso, descentralização implica necessariamente em abdicar de tais recursos. Sinceramente digo que o termo é completamemnte novo para mim e até o ponto onde li, minha percepção foi a que descrevi. Grupos autônomos gerando recursos para tocar a vida, até onde entendo não vejo por que não poderia haver cidadãos assumindo o controle de centrais elétricas e a produção industrial, óbvio, não no primeiro instante onde os globalistas impediriam qualquer tentativa neste sentido. Mas como disse, este projeto pra mim é impraticável, pelas forças envolvidas e escrevo baseado na hipótese de que um sistema assim tivesse vingado.

  17. Krowler,

    Eu apoio em pleno a ideia dum modelo de vida com um menor impacto ambiental. O que, só por si, implica escolhas que fragilizam a posição das corporações.

    Tal como escrevi num comentário do post seguinte, Maria prática este estilo de vida e tem toda a minha admiração. E fico feliz em saber que "nisto mais ânimo tenho para continuar", porque acho ser esta a estrada.

    Mas não é Decrescimento. O decrescimento é o que temos neste artigo: sangue, lágrimas e suor. Aqui estamos muito além do impacto reduzido. Aqui fala-se de revolução, confrontos armados, e depois todos a cavar a terra. Carro? Qual carro? Esta visão, e não é de Georgescu-Roegen, esta foi escrita no Ano Santo 2012.

    Abraço!!!

  18. Olá Walner!

    Não, não, Deus em livre, não fui eu o autor, era só que faltava…Também tenho dúvidas profundas acerca deste modelo. O principal problemas, que até antecipa a ideia (misteriosa) de implementação é o facto de que em nenhuma parte do mundo será possível contrastar as forças que lutarão para a manutenção do status actual.

    O projecto do Decrescimento precisa dum trabalho colossal ao longo de várias décadas ou ainda mais. E acredito não existir este tempo todo para fazer uma escolha.

    Abraço!!!

  19. Max, penso que deviamos ter começado esta discussão com a questão: Como viver com o Decrescimento? como referiu o Carlos Janeiro no post III. Seguramente que tinha sido mais prática, objectiva e menos teórica.

    Para mim esta é a questão de fundo.

    boa noite a todos
    Krowler

  20. Walner,

    "com tanta tecnologia repressora, um projeto como este não será permitido". Acho que esta objecção é muito válida para os EUA, onde muitos sinais apontam nesse sentido. Mas penso que na Europa ainda há espaço para que as pessoas construam modos de vida alternativos sem serem incomodadas demasiado incomodadas pelo Estado. Ainda estamos muito longe de sofrer muito longe de sofrer o grau de controle e de repressão pré-totalitárias que os americanos sofrem. Mas no futuro, não sabemos. Em todo o caso, uma coisa são as propostas da teoria do decrescimento, e outra, bem diferente, são os constrangimentos que ela pode vir a sofrer às mãos de um estado policial. Se o estado pretender transformar-nos a todos em escravos da elite e não permitir que ninguém escape ao seu controle, teremos não um mas dois problemas para resolver. Seja como for, penso que é preferível concentrar-mo-nos numa coisa de cada vez. E a prioridade, pelo menos para mim, é construir uma alternativa no dia a dia. Se uma nova gestapo me entrar pela porta dentro um dia, na altura pensarei no que fazer. Para já, não vejo gestapo nenhuma em Portugal, e portanto continuo a cuidar tranquilamente da minha horta.

    "Minha dúvida quanto ao modelo é: como executá-lo nos grandes centros?" Parece-me evidente que as cidades do futuro terão de ser mais pequenas, e com uma cintura agrícola no lugar da antiga cintura industrial. Parece-me improvável que no futuro haja cidades com dez milhões de habitantes. Devemos lembrar-nos que Roma, capital dum grande império, tinha 2 milhões de pessoas no seu período áureo. (E, já agora, que no sec. IX essa pop. tinha baixado para 15 mil pessoas…)

    Rectificação: eu não estou desempregado! Tenho é a grande sorte de poder trabalhar apenas as horas que me apetece. E então, escolho trabalhar apenas 4 ou 5 horas por dia. Ganho pouco dinheiro? Paciência. O dinheiro não é tudo na vida…
    Abraço
    JMS

  21. Max,
    É verdade, alguns destes autores, sobretudo os que conhecem por dentro a realidade económica e política americana, tendem a lançar avisos catastrofistas, e isso incomoda, claro. Mas eu não acho que eles falem à toa, e também não acho que a realidade americana seja comparável à europeia. Se eu fosse americano, seria tão pessimista quanto eles. Vivendo em Portugal, acho que há boas hipóteses de se fazer uma transição para a sustentabilidade sem cair na Idade Média ou na idade da pedra. Aliás, esses autores não são propriamente decrescimentistas, mas catastrofistas (Doomers). A minha perspectiva é um pouco diferente. A curto e médio prazo, pelo menos na Europa, acho que um decrescimento harmonioso, trocando o localismo pelo globalismo, é possível (pelo menos em teoria, isto é, partindo do princípio que as pessoas aceitam racionalmente que o crescimento e aquilo a que se chama, indevidamente, "criação de riqueza", já não é possivel). Mas estou convencido de que em 2050 já nem os super-ricos se poderão dar ao luxo de andar de avião, por exemplo. Estou convencido de que o mundo sofrerá uma contracção global, que viajaremos menos, que a economia não poderá gerar riqueza para sustentar toda a especialização e complexidade que o sec. XX nos trouxe. Se estiveres interessado sem saber o que me leva a pensar assim, posso explicar, ou pelo menos fornecer links para estudos que apontam nesse sentido. Outro elemento da crise futura, tal como a vêem esses Doomers e eu concordo, são as alterações climáticas. Mas disso nem vale a pena falar, já que a maioria dos leitores deste blogue está convencida de que o aquecimento global é uma mentira criada não sei bem por quem nem com que objectivo.

    JMS

  22. Krowler,

    Concordo com o teu comentário. Mas nem sequer sou tão pessimista a ponto de pensar que vamos, em Portugal, ficar de repente sem electricidade industrial. É sempre bom dispor de sistemas energéticos alternativos, por vários motivos (ecológicos, económicos, etc.), mas o país tem capacidade para produzir de forma sustentável uma grande parte da energia de que precisa, através das hidro-eléctricas. Mesmo que no futuro tenhamos de reduzir os nossos consumos, suponho que teremos sempre electricidade para consumo caseiro. Talvez essa energia não chegue para abastecer mega-centros comerciais, ou para iluminações natalícias, ou para holofotes de estádios, ou para fábricas de produção de gadgets idiotas. Mas quem é que verdadeiramente precisa disso para ser feliz?

    JMS

  23. Olhe JMS, se para explicar tem que insultar alguém, então são melhores os links, pois de certeza eu não teria mais paciência.

    Vice-versa, se for possível explicar sem problemas, então avance (ou envie os links, a escolha é sua), pois não me lembro de ter recusado a exposição dum ponto de vista neste blog e faria ainda menos sentido no caso dum problema delicado como o presente.

    Quanto ao clima. Sei que alguns Leitores observam dum lado evidentes alterações no planeta, do outro estudos que apontam para uma subida das temperaturas em todo o sistema solar. Pode ser uma mera coincidência, sem dúvida, pode não ser.

    Eu, por exemplo, ainda não sou capaz de fazer afirmações categóricas neste sentido.

  24. Max,

    "O projecto do Decrescimento precisa dum trabalho colossal ao longo de várias décadas ou ainda mais. E acredito não existir este tempo todo para fazer uma escolha."

    É verdade, o decrescimento para a sustentabilidade não se faz em cinco nem em dez anos. Mas se não começarmos já, qual é a alternativa? Eu acho que a alternativa só pode ser um colapso MUITO doloroso para a generalidade da população mundial. Ou acha que há uma terceira via?

    JMS

  25. Ok, JMS, ok. Não deveria mas vou responder.

    JMS, na minha óptica não há tempo. Tão simples quanto isso. Em primeiro lugar, queremos fazer o Decrescimento só em alguns Países? Neste aspecto estou como a Luxemburg perante a difusão do Comunismo: ou o Decrescimento pega numa ampla (mas ampla mesmo) parte do planeta, ou será aniquilado. Não temos pela frente o exército de Portugal, da Espanha ou da Italia: temos muito mais do que isso. Sem contar a contra-informação, cuja potência acho ser indiscutível.

    O autor do artigo que traduzi e que publiquei é simplesmente ridículo: "revolução" como os colonos americanos contra os Ingleses? Mas aquele foi um passeio em comparação: uma mãe-pátria distante semanas de navegação, num continente cujos nativos não representavam um problema no choque entre colonos e forças inglesas.

    Assim temos um trabalho colossal, como afirmei, no cujo fim podemos ver um choque de forças ímpares.

    Isso, claro, no caso de apenas alguns Países escolher o Decrescimento.
    Portanto, a única possibilidade seria um levantamento global. O que implicaria um esforço de propagação das ideias ainda maior, assim mais tempo ainda. E sempre um choque final, porque dificilmente este poderia ser evitado.

    Além do facto de que nunca aconteceu um levantamento global, o verdadeiro problema ficaria sempre na disparidade das forças.

    Alternativas? Para mim sim, há, e passa pela democracia directa.
    Que, fique claro desde já, tem evidentes traços de utopia também (pois enfrentaria muitos dos problemas já observados no caso da implementação do Decrescimento), além de não poder representar a solução final.

    Mas acho fundamental começar, e substituir a democracia representativa com a directa já seria alguma coisa. Além disso, a democracia directa já existe na Suíça e tem dado bons resultados (seria preciso falar acerca destes "bons resultados"…podemos dizer que funciona melhor do que a nossa democracia).

    Não tenho ilusões: a democracia directa tem poucas hipóteses de ser implementada. Mas parece-me menos utópica do que o Decrescimento.

    (continua)

  26. (continuação)

    Eu não considero as pessoas uma massa de gente que procura soluções fáceis e nem um conjunto de preguiçosos sem miolos.

    Há uma tentativa de estupidificação, sem dúvida, e nalguns casos até resultou ("A casa dos segredos" é uma obra prima que admiro neste sentido, pois funciona mexendo nos instintos mais básicos das pessoas, tudo com uma capa glamour).

    Mas nós, vocês e eu, não somos diferentes. JMS, tentamos ser honestos: quem é que não procura a simplicidade? Quem é que não tenta evitar os sacrifícios? Nunca, em mais de dois anos de blog, pensei ser superior aos Leitores. E esta atitude compensa, pois permite aprender com os outros.

    O Decrescimento apresenta-se como uma receita de lágrimas e sangue e depois ficamos pasmados se não vingar? Eu ficaria excepcionalmente pasmado se tivesse uma ampla aceitação. Nos moldes apresentados vou ser o primeiro a recusa-lo. Credo, pelo menos algumas palestras de marketing para dourar a pílula!

    Mais: fazer uma revolução sem desejar ouvir o que verdadeiramente querem as pessoas não faz sentido, parece-me óbvio.
    Infelizmente, o Decrescimento apresenta o pacote completo: uma receita (escassa, pois faltam muitos ingredientes) e um prato final também. Mas alguém perguntou ao cliente qual o prato desejado? Há uma natural adversão perante as elites que querem fazer percorrer forçosamente uma determinada estrada. A não ser que a elite tenha a sabedoria necessária para fazer percorrer aquela mesma estrada sem que o cidadão perceba isso, o que é quanto se passa na sociedade actual.

    Mas apresentar-se para dizer "Tu vais sofrer, e muito" não é muito inteligente se a intenção for motivar as pessoas. Retira logo qualquer iniciativa.

    Percebe agora o sentido da minha expressão "auto-crítica"? Ou o Decrescimento consegue tornar-se algo "desejável" (e por enquanto não é) ou não vai vingar. Mesmo que seja a solução certa.

    Repito: temos tempo para tudo isso? Na minha óptica não. Nem sei se teremos tempo para uma eventual democracia directa. Não sou uma pessoa pessimista, mas estamos perante um timing que não podemos controlar.

  27. Depois, e para acabar, há a expressão de Maria, o crescimento selectivo.

    Porque em vez de pensar numa sociedade de pessoas que passam a vida a cavar a terra não é possível imaginar uma sociedade onde as pessoas aprendem a consumir melhor, coisas mais importantes, desperdiçar menos, abdicar de luxo inúteis? E, ao apostar no desenvolvimento de determinadas áreas? Porque tem que ser "tudo e mau"?

    Os recursos são limitados, mas isso não significa que já amanhã o gás vai acabar. Sem a paranóia do crescimento à qualquer custo, um recurso natural poderia ser explorado num período de tempo bem maior (e de forma mais "limpa"). O que daria tempo para procurar alternativas viáveis.

    Mas aqui, mais uma vez, volta o discurso da democracia directa, única forma para que seja possível tomar as decisões que não sejam aquelas das corporações.

  28. Max,

    Sobre as razões profundas da actual crise financeira e económica, a informção mais sucinta que conheço está neste vídeo de 12 minutos:

    http://www.doingitourselves.org/

    Sobre a história dos combustíveis fósseis e o seu papel crucial na economia, outro vídeo curto:

    Sobre a interdependência entre energia, economia e ecologia, tem esta página de um autor bastante catastrofista mas que na minha opinião fundamenta muito bem o que afirma:

    http://dieoff.com/index.html

    Sobre o mesmo assunto, igualmente bem fundamentado mas numa perspectiva um pouco menos catastrofista, pode ver o vídeo de Chris Martenson

    ou ler esta conversa entre C. Martenson e Nate Hagens:

    http://www.peakprosperity.com/page/transcript-nate-hagens-were-not-facing-shortage-energy-longage-expectations

    Sobre as implicações dum colapso económico e industrial nos EUA:

    https://docs.google.com/document/edit?id=10VyAWdVuYf_95If-vn9clmUKbzqIM3YWSFo6F5xxsHY&pli=1

    Se isto não bastar para o convencer que o crescimento económico já não é possível nem desejável, e que a nossa única saída é tentar fazer uma transição pacífica para ume economia sustentável, pode pesquisar mais a fundo o assunto. E os blogues seguintes exploram todas estas questões até à exaustão, mas muitos deles num tom bastante pessimista (mas a verdade não é menos verdade por ser desagradável)

    http://theautomaticearth.com/

    http://www.doomsteaddiner.org/blog/

    http://questioneverything.typepad.com/question_everything/

    http://www.economic-undertow.com/

    http://theeconomiccollapseblog.com/

    http://www.futurescenarios.org/

    http://transitionvoice.com/

    Cumprimentos,
    JMS

  29. Max,

    "o Decrescimento pega numa ampla (mas ampla mesmo) parte do planeta, ou será aniquilado"

    Talvez. Mas convém lembrar que Cuba, por exemplo, sobreviveu (melhor ou pior) ao seu pico petrolífero. Com muitos problemas? Claro que sim. Mas não não houve mortes em massa nem foram invadidos pelos seus vizinhos terroristas (EUA). Porque é que Portugal, por exemplo, não haveria de poder adoptar uma política de decrescimento sem que ninguém nos chateasse? Teríamos que sair da UE? Melhor para nós. Seríamos mais pobres? Talvez. Mas se os recursos fossem distribuídos por todos, estou convencido de que a nenhum português faltaria nada de essencial: comida, lugar útil na sociedade, possibilidade de comunicar (pessoalmente ou via internet), etc. Entre outras coisas, perderíamos alguma mobilidade, claro, mas as infra-estruturas ferroviárias existem e podem ser muito melhor aproveitadas. E claro que uma utopia dessas só podia ser politicamente viável em democracia directa e descentralização.
    Mas eu não estou optimista por uma razão: Portugal tem dívidas que não pode pagar, e os nossos credores internacionais nunca deixarão que a gente se safe sem pagar. Logo, e paradoxalmente, a "melhor" situação para Portugal seria um colapso da economia internacional que pusesse fim à dividocracia que nos manieta. Se 80 % da dívida mundial fosse anulada, como alguns analistas dizem que se devia fazer já para desintoxicar a nossa economia sobre-aquecida, também nós portugueses poderíamos recomeçar sem grandes encargos e com alguma margem de manobra para a nossa autonomia. Portanto, devemos rezar para que o colapso venha depressa? Se calhar, e bem pesadas as coisas, ainda seria essa a opção mais sensata! Mas confesso que não me dava jeito nenhum que isso acontecesse, e portanto espero que leve pelo menos uns dez anos a chegar.

  30. "Quem é que não procura a simplicidade? Quem é que não tenta evitar os sacrifícios?"
    Claro, a maioria das pessoas não está preparada para viver uma vida mais simples (mas menos escravizante!), e a maioria das pessoas acredita que a crise global vai passar e que mais ano menos ano voltaremos ao crescimento económico. Mas o crescimento económico infinito num mundo finito é fisicamente impossível, porque não há crescimento sem consumo exponencial de recursos, e ecologicamente destrutivo. Portanto, gostem ou não gostem, as pessoas vão ter de aceitar o decrescimento como uma lei da natureza. O facto de os economistas terem decidido ignorar essa lei durante todo o sec. XX, não faz com que essa lei seja menos científica. Se um tijolo nos cai na cabeça, magoa, quer gostemos quer não. Se damos uma martelada num dedo, não podemos sentir senão dor. Se consumimos recursos finitos como os combustíveis fósseis, consumimos algo que levou milhões de anos a formar e que não temos maneira de substituir. Conclusão: deviámos utilizar sensatamente e democraticamente e equitativamente o que resta. Acredito que é isso que vai acontecer? Sinceramente, não. E nisso concordo com o seu pessimismo: os global-imperialistas vão tentar criar uam sociedade neo-feudal, com milhões de escravos controlados pelos 0,01% do topo e respectivo braço armado (na dupla vertente de propaganda e polícia), o que no total significaria que uns 10% da população manteria na escravatura os restantes 90%. Se os povos permitirem que tudo lhes seja roubado, só nos restaria pegar em armas e morrer de forma tão heróica quanto estúpida, ou viver uma estúpida e degradante vida de escravo, ou dar um tiro na cabeça. A quarta "opção" seria tentar juntar-se aos maus, tornar-se cúmplice. (Mas esta opção nunca seria a minha, e acredito que também não seria a sua nem a da maioria dos leitores deste blogue).
    Seja como for, o facto de uma solução ser difícil de implementar e ter poucas possibilidades de resultar, não nos deve fazer desistir. Sobretudo se não virmos alternativas, e eu não vejo alternativa a um decrescimento voluntário e orientado por princípios de justiça e equidade. Se esse decrescimento não for aceite pelos ser humano e respectivos governantes, a pop. mundial está condenada a descer para metade ou menos nos próximos 50 anos. Há quem faça estimativas ainda piores: a simples extinção da espécie sapiens antes dos próximos cem anos, mas essas projecções somam a todos estes problemas o "polémico" tema das das alterações climáticas, e é melhor não nos metermos por aí.

    "fazer uma revolução sem desejar ouvir o que verdadeiramente querem as pessoas não faz sentido"
    E se o que as pessoas querem (sociedade de consumo) for impossível, e além de impossível for também contrário aos interesses das próprias pessoas e da continuação da vida no planeta terra? Os nossos desejos têm forçosamente de se limitar às possibilidades físicas. A maior maior parte das pessoas não sabe nada de economia, de política, etc, não porque sejam necessariamente estúpidas ou preguiçosas, mas porque a informação lhes é negada. Mas o facto de elas não saberem, e por isso desejarem o impossível, não faz com que o impossível se torne possível.

    Cumprimentos,
    JMS

  31. É preciso ser muito "burro" para acreditar em economia ou em teorias econômicas. Já minha cadela Pamplona me disse: – Eu tenho um ossinho de couro para roer, porém eu vou depositar no Banco Kanino e eu terei ao longo de um ano um ossinho e meio. (Aí começa a pilantragem) de onde virá o meio ossinho da Pamplona? Alguém vai ter que ficar sem meio ossinho para que a Pamplona tenha um ossinho e meio. Não acham? Então o dono do Banco Kanino procederá da seguinte forma para poder honrar com o compromisso tomará da conta de um outro cão desavisado o meio ossinho e assim sucessivamente. O resto é bobagem…e mistificação matemática, já que nem todos os cães buscam o seu meio ossinho depois de um ano.

    "Em economia nunca um mais um é igual a dois".

    Ahô

  32. Olá Max:"falar com as pessoas",também gosto muito disso. Houve um ciclo da minha vida em que falava para 200…300 pessoas que, compulsoriamente tinham de me ouvir porque estavam matriculados em cursos e a obtenção do diploma dependia da frequência aos cursos. Quantos afetei significativamente a ponto de alterar o curso de suas vidas? Uma dúzia!Então a eles me dediquei, levando-os do graduação ao doutorado, fazendo convênios internacionais que me permitiram carregá-los por toda América latina, Portugal e Espanha para ver o mundo…de perto. E claro que valeu a pena, simplesmente porque uma bola preta dentro de um saco de bolas brancas aparece e faz a diferença. Até aí, a minha experiência.Hoje, acompanho o que cada um deles tem feito da vida e pela vida…e não tem sido pouco. Outras bolinhas pretas têm aparecido, sempre incômodas, em sacos de bolas brancas.Foram 15 anos deitando falação num ambiente inóspito: a universidade.

  33. continuação…Agora bem,construístes a oportunidade de falar para um milhar de pessoas ao dia, e elas aí estão não compulsoriamente, o que aumenta a possibilidade de afetá-las.Não achas que seria um descalabro deitar fora esta oportunidade? Objetivas a democracia direta em Portugal? Ótimo.Serão as pessoas orientadas por um veículo de informação a organizar-se e construí-la. Não vais fazer por elas, tenho certeza, nem será o olho no olho que enfiará goela abaixo conceitos e perspectivas nunca dantes sonhados. Um blog que em dois anos e pouco tem tantos leitores, pode encaminhar as coisas, me parece. Até aí a situação

  34. para finalizar…Agora,COMO???
    1.Jogastes com uma arma fundamental: a desconstrução do mito da economia como especificidade de especialistas. Ganhastes? Te parece que não porque nós leitores/comentaristas reincidimos no uso de conceitos esvaziados de significados. Não te passa pela cabeça a possibilidade que a formação de novos conceitos demanda muito tempo para que eles encontrem o correspondente linguístico? Acho que as coisas funcionam mais ou menos assim para qualquer pessoa.Eu aposto que ganhastes.
    2.Jogastes num espaço de comentário eivado das mais diferentes tradições de pensamento e dinâmico. Ganhastes? O Krowler já explicou isso, e acho que, convenhamos, não tens do que te lamentar. Encontro certa similitude no blog do Nassif e no Conversa Afiada, ambos apelando para outros chamarizes, diferentes entre si e diferentes do teu, que já tive oportunidade de dizer, prefiro.
    3.Jogastes com a tua perspectiva sobre acontecimentos da economia,da política, da geopolítica, da cotidianeidade. Ganhastes? Do meu ponto de vista, a ação popular que desejas tornar-se realidade não se faz discutindo textos, mas coisas muito concretas, aparentemente menores, mas que afetam o dia a dia das pessoas comuns, para que isto sim permita a elas elaborar os novos conceitos que desejas dar vida. Penso que é o momento de continuar investindo nisso, na história do cotidiano dos povos, da vida privada até, que vem fazendo a tragédia das pessoas, na memória que permite explicar porque mesmo as coisas chegaram a ser como são.
    Sei que inteligência não te falta para isso, capacidade e gosto pela observação do que acontece em volta e pela pesquisa. E fico por aqui, pensando ter contribuído para os teus projetos, que julgo ser um pouco meus também, e porque gosto muito de ti.Ah,…e o tempo? Bom, acho que desfruta-se dele para a gente fazer o que tem vocação, gosta, e contribui para as nossas utopias Abraços

  35. Sociedade perfeita não existe e também não existirá.

    Teremos que conviver e amenizar o eterno bug, mas isto, sem precisar "sacrificar" o próximo.

  36. Pingback: O Decrescimento -

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