Sob pressão dos credores da Grécia, o governo de Atenas está a realizar com procedimento de urgência a aplicação da suspensão temporária do trabalho do pessoal em excesso nas empresas estatais e outras agências governamentais.
O Sub-Secretário pela Reforma Administrativa, Ntinos Rovlias, apresentou na noite passada, no Parlamento, a lista das primeiras 151 empresas ou agências do governo nas quais será aplicada para os funcionários a suspensão temporária do trabalho.
Por seu turno, a Secretaria Especial para as Empresas Estatais (Deco) emitiu uma circular com a qual é tornada efectiva a suspensão do pessoal.
De acordo com a circular, todos os directores das empresas ou agências de governo devem apresentar, até o dia 26 de Setembro, as listas com os nomes dos funcionários em excesso; esta lista deve incluir pelo menos 10% do total dos funcionários de cada empresa ou entidade.
Segundo os jornais gregos, estima-se que com o início da operação pelo menos 3.500 trabalhadores serão temporariamente suspensos do trabalho, e até 2015 serão despedidos 20 mil funcionários públicos.
Primeiro nas listas serão aqueles que alcançaram o direito à reforma, aqueles que atingiram a idade da reforma e aqueles com menores requisitos, como o diploma de ensino básico
Assim, podemos acrescentar, nenhum Senador ou Deputado.
Pois.
Entretanto o Banco Central Europeu parece pronto para inundar o Velho Continente com um tsunami de papel. E agora começam a fazer sentido as demissões de Stark.
É preciso um boom da economia para sair do impasse? Eis a solução: Quantitative Easing em molho europeu. Mas não é a mesma receita aplicada pela Federal Reserve nos Estados Unidos sem sucesso?
Sim, então?
O BCE está pronto para fornecer quantias de dinheiro ilimitadas.
Letras e musica de Jean Claude Trichet, Presidente da mesma instituição.
Inflação sob controle? Para quê? Os bancos precisam de liquidez, as empresas precisam de liquidez, a sociedade precisa de liquidez. E de perder dinheiro. Porque, como já sabemos:
mais dinheiro em circulação = mais inflação
mais inflação = o dinheiro vale menos.
Doutro lado, no ar já paira um cheiro a cadáver, o da Grécia: para assegurar 10 milhões de Euro de dívida grega a cinco anos, agora são precisos 5,8 milhões já mais 100.000 Euros /ano.
No caso de 10 milhões a um ano, então são precisos 10 milhões já. Em ambos os casos: não faz muito sentido.
O problema é sempre o mesmo: quem paga é a Alemanha, por enquanto. Dela são os bancos endividados com Atenas (nem todos, óbvio, mas muitos sim), dela a única economia que funciona (mais ou menos: já é possível ouvir algumas crepitações). É ela que continua a financiar a Grécia.
Mas os Alemães estão farto, sobretudo os cidadãos. E se a ideia for fechar a torneira, para a Grécia não haverá salvação.
A não ser…a não ser que o BCE inunde o continente com um oceano de notas. Papel.
Inflação, ou até hiperinflação, para todos, com um único fim: resgatar um morto e salvar uma moeda mal nascida e pior gerida. Pois o que está em causa é a sobrevivência do Euro.
A França não abandonará facilmente o sonho socialista dum Europa unida e sorridente.
Angela Merkel, apesar dos humores dos concidadãos, continuará a servir os grandes bancos mundiais.
Os outros são figurantes. Ou, se preferir, cordeiros bons para o sacrifício.
Entretanto a Grécia já foi-se.
Depois será Portugal (CDS: 1.213, + 79 bps).
Espanha ou Italia a seguir (CDS: 503, +40 bps).
E se ainda haverá tempo, a França também (CDS: 189, +11 bps).
O BCE continua a comprar Títulos de Estados nos leilões vazios. Que não é o máximo como injecção de confiança.
Meus senhores, a finança e a economia não andam assim, a segunda do vento. Existem leis e regras, que devem ser respeitadas. E ninguém pode chamar-se fora, nem um Estado, nem um banco central.
Ao quebrar as regras, temos de estar prontos para as inevitáveis consequências.
Ipse dixit.
Fontes: Informazione Scorretta, Swiss Info, Freedonia
Bom… a Grécia foi-se faz muito… já partimos o esterno ao morto tal a quantidade de tentativas de reanimação, sem sucesso, mas parece que a esperança é a última a morrer!