Exclusivo: o petróleo do Isis

Observem estas três imagens.
São combatentes do Isis. Concentrem-se nos carros por favor:

Há um Mitsubishi, mas o resto parece ser o festival da Toyota.
O Isis tem patrocinador japonês? Não é isso, a questão é outra: são todos carros novos, de última geração. Nomeadamente, estamos perante uma série de Toyota Hilux, cuja versão base é vendida em Portugal por 28 mil Euros (95 mil Reais).

Assim, dezenas (só dezenas?) de carros novinhos nas mãos de pessoas que abandonaram a casa e o trabalho deles para combater em nome de Allah. Juntem as armas (milhares). E as munições. E tudo quanto possa ficar bem numa guerra santa (bandeiras, comida, Alcorão, equipamentos vários…).
Afinal lutar em nome dum Deus não sai nada barato.

Tudo bem: há a CIA, há a Arábia Saudita, provavelmente uns trocos de israel. Mas há ainda mais.

A televisão italiana Pandora Tv (que obviamente não chega nas casas dos italianos, só está disponível via internet) apresenta em exclusiva um aprofundamento de RT acerca do assunto: o Isis é hoje a organização terrorista mais rica do mundo.

Além das doações de quem compartilha a mesma fé (fé na violância, não na religião), o Isis pode contar com receitas de 2 biliões de Dólares por ano. No mínimo, pois podem ser até bem mais. Raqqah, a capital do Isis (que, não esquecemos, é um “califado”), é também a capital económica do País. A emissora RT contactou um anónimo trabalhador duma refinaria, o qual explicou como funciona o negócio “dourado” do califado.

O petróleo é deitado em contentores originariamente concebidos para a água e assim é transportado até a periferia de Raqqah, onde ficam as refinarias. Parte do petróleo fica em Raqqah e nas zonas limítrofes, para uso dos locais, mas o resto (a maior quantidade) é inserido no mercado negro com oleodutos que chegam até a Turquia.

Uma parte é distribuída directamente pelo Isis (petróleo, como vimos, mas também gasolina e diesel). O preço é inferior aos normalmente praticados, mas a receita continua a ser consistente: a cada hora, cerca de 200 camiões deixam Raqqah e o montante envolvido atinge o milhão de Dólares por dia ou talvez mais do que isso (o Isis controla os poços da Síria e do Iraque, pelo que há estimativas que chegam aos 2 milhões por dia).

Não é possível saber se exista um acordo com o governo turco nem qual seja o destino último do petróleo.

Agora, vamos espreitar o que acontece do outro lado. Porque há uma guerra aí, com as forças dos Estados Unidos que, teoricamente, combatem o “califado”.

Seria lógico esperar que os americanos tentassem cortar esta via de subsistência do Isis, talvez bombardeando os poços ou as refinarias. Mas nada disso aconteceu até hoje, apesar da localização dos lugares de extracção e refinação ser de conhecimento público (até encontram-se nos mapas: estavam nas mãos da Total e da Shell até poucos meses atrás).

Agora, sabemos que as forças do “Bem” têm a disposição uma tecnologia bastante avançada, no meio da qual são de salientar os satélites. Mas, por incrível que pareça, não há um só satélite que consiga ver as colunas de camiões que partem dos poços, chegam às refinarias e depois partem outra vez para atingir os oleodutos.

(nota: os satélites americanos são os mesmos que não conseguem encontrar um avião desaparecido na Malásia e não sabem o que acontece aos aviões que transitam sobre a Ucrânia. Temos a certeza de que os EUA tenham satélites?)

Para nossa sorte existe a imprensa que tem uma explicação para tudo.

Segundo o Wall Street Journal…

O Wall Street Journal, por exemplo, afirma que o transporte de petróleo é realizado em jangadas que seguem a corrente do rio Orontes (!) ou em contentores carregados nas costas de mulas e burros (!!!).

Obviamente devem ser equinos particularmente astutos, pois conseguem evitar as forças aduaneiras da Turquia. Doutro lado, é a zona de confim curda, perto do Irão e da Síria, uma área notoriamente tranquila: lógico que haja apenas uma dezenas de guardas, talvez desarmados. E os burros do Isis sabem disso.

Pelo que: milhares e milhares de quadrúpedes, um formigueiro equino capaz de cobrir longas distâncias passando totalmente despercebido. Ou isso ou o Wall Street Journal acabou de entregar uma das explicações mais patéticas algumas vez saídas duma redacção dum jornal.

Se assim for, estamos perante uma guerra conduzida de forma pelo menos “anómala”: Washington simplesmente “ignora” a questão petróleo e deixa que o Isis fique cada vez mais rico.

Ipse dixit.

Fontes: Pandora TV, Wall Street Journal

12 Replies to “Exclusivo: o petróleo do Isis”

  1. Já no video publicado no post do dia 12, tambem sobre o ISIS, reparei na frota de carros novos a desfilar na cidade de Derna.
    Notoriamente anda muito dinheiro a rolar por ali.
    Alguém sabe qual o numero de efectivos que o ISIS tem actualmente a combater?

    Krowler

  2. EXP001

    Deixo-vos abaixo o link para um excelente artigo que relaciona o dollar, petroleo, eua, arabia saudita, ponzi, ouro, Iraque, Saddam, Líbia, Kaddafi, Irão, Mossad, Síria, China, Russia, BRICS, ucrania, União Econômica da Eurásia, otan, cia, União Monetária Africana, Catar , gasoduto , turquia, isis, al qaeda…
    Ia ficando sem ar 🙂
    Tão simples como tudo se encaixa

    http://dinamicaglobal.wordpress.com/2014/11/01/como-a-geopolitica-dos-petrodolares-conduz-o-mundo-a-terceira-guerra-mundial/

  3. Olá EXP001,

    Já li o artigo. Dá para ter uma ideia da organização, apesar da controvérsia quanto a números. Obrigado!

    Krowler

  4. Eis o que encontrei saltitando pela net:

    CIA: 20.000 / 31.500
    Huffington Post:: 30.000 / 50.000
    The Independent: 200.000
    ONU (via Ansa): 15.000 estrangeiros
    Informação Incorrecta: mais de 7

    7 é o mínimo para fundar um califado, com menos não faz sentido nenhum, melhor ficar em casa.

    Acerca dos outros números, 200.000 mil parece-me um pouco elevado: é quase o tamanho do exército do Iraque (240 mil). Mas posso estar enganado e, em qualquer caso, o total está a subir com os combatentes que chegam do estrangeiro.

    O Isis tem algo que Al-Qaeda não tinha: um território, com uma capital, algo concreto, e esta não é uma luta "em todos os lados", mas é para defender a independência duma determinada área. Isso exerce uma atractiva maior. Doutro lado, as funções são diferentes: Al-Qaeda tinha como objectivo permitir que os EUA pudessem intervir militarmente em várias partes do planeta, o Isis tem um conjunto de fins mais específicos, por isso as exigência são diferentes.

    Os tempos mudam….

    Abraço!!!

    1. Olá Max,

      A CIA deve dar os valores por defeito, para baralhar as contas
      O The Independent, normalmente dá por excesso, tipo Correio da Manhã.
      Mais de 7 é uma aposta segura.
      Quanto a combatentes estrangeiros, alguém sabe se a Blackwater, agora Academi,
      tem lá pessoal a combater ?

      Krowler

  5. Não a culpa é dos equinos inteligentes e que verdadeiros burros acreditam.
    Será que não arranjavam nada melhor!?

  6. Vale a pena dar uma olhada no preço do barril de petróleo!

    Desde que o I$I$ tomou conta de algumas refinarias o preço vem caindo.

    Arábia Saudita fez algo semelhante nos anos 80 (Manipulação do preço). Estaria fazendo o mesmo agora? "Cui bono"?

  7. Eu ainda não tinha pensado nesta história do Isis, mas agora parece claro. O petróleo do Iraque e da Síria é agra controlado por algumas das pessoas que mandam no mundo. Assim passaran a dispor uma arma contra os outros produtores de petróleo e deixou de haver dinheiro para distribuir pela população local, pelo que a administração não pode ser acusada de genocidio pelos responsáveis máximos da ONU, como aconteceu repetidamente quando os EUA controlavam directamente esse petróleo…

  8. Os verdadeiros terroristas são os financiadores sionistas ocultos que desejam o caos e a desorganização sócio-econômica de países ricos por natureza para se apoderarem das mesmas através do controle governamental ou mesmo militar.

Obrigado por participar na discussão!

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