O que é a homossexualidade – Parte III

Até agora vimos uma brevíssima síntese histórica da homossexualidade.

Mas a pergunta fica: o que é afinal a homossexualidade?

Diz Wikipedia:

Homossexualidade, também chamada de homossexualismo (do grego antigo ὁμός (homos), igual + latim sexus = sexo), refere-se à característica ou qualidade de um ser (humano ou não) que sente atração física, estética e/ou emocional por outro ser do mesmo sexo ou gênero. Enquanto orientação sexual, a homossexualidade se refere a “um padrão duradouro de experiências sexuais, afetivas e românticas” principalmente ou exclusivamente entre pessoas do mesmo sexo […]

Parece-me uma boa definição.
E aqui temos dois termos importantes: “emocional” e “afectivas”.

De facto, já reparei que muitos entre os Leitores identificam a homossexualidade com a sodomia.

É a mesma coisa que identificar o amor entre um homem e uma mulher só como acto sexual. Não acham um pouco limitativo? A componente emocional, afectiva, não é considerada de todo: o homossexual quer só ser sodomizado, sendo assim: uma espécie de maníaco sexual passivo.

Não é obrigatório gostar da sodomia: mas, desde que o Leitor não seja obrigado a pratica-la ou a sofre-la, qual o problema dele?

Com Fé 
Falar deste assunto com uma pessoa que acredita numa das grandes religiões é muito complicado, pois a Fé é clara: há orifícios no corpo humano que só servem como saídas.
Permitam-me uma graçola: imagino que estas pessoas nunca enfiem os dedos no nariz ou limpem os ouvidos!
Agora, a sério: eu não gosto de religiões, mas respeito a Fé das pessoas. Só que este respeito tem que ser bidireccional e a palavra de Deus tem que valer apenas para quem Nele acredita. Os outros estão livres de fazer as suas próprias escolhas, inclusive a forma de como utilizar o seu corpo, correcto?

Porque, caso contrário, voltamos ao assunto do primeiro post: o fascismo, desta vez não homossexual mas cristão.

Na verdade, acho não seria mal começar a pensar nas nossas próprias faltas
antes de julgar os outros (quem foi que disse para “atirar a primeira
pedra”?), mas isso é com o Leitor e com a Fé dele.

Então, problema resolvido? Nem por isso.
Porque depois existe uma coisa chamada “coerência”. E ninguém pode negar a um fiel o direito à coerência.

Isso não significa começar cruzadas contra a homossexualidade, significa, por exemplo, votar de forma a seguir os mandamentos da própria religião. Não reconhecer a um fiel o direito de seguir os seus preceitos (e, portanto, de ser coerente) é também uma prevaricação dos direitos do próximo e, como tal, deve ser condenada também.

Eu, por exemplo, se fosse um seguidor da Igreja Cristã votaria contra a homossexualidade, porque esta quebra os ensinos básicos da doutrina (na verdade: os ensinos tais como foram transmitidos, pois haveria de que falar acerca disso). Como não sou, prefiro uma visão mais “liberal” (do tipo “vives e deixa viver”), mas reconheço que haja questões de não simples solução.
 

E os outros Leitores, os que não se deixam condicionar pela Fé?
Imagino que neste caso seja mais simples aceitar a homossexualidade.

Sem Fé

Pessoalmente, nunca senti-me atraído por um homem e a ideia de ter um relacionamento sexual com uma pessoa do meu mesmo sexo provoca em mim repulsão. Lamento se este termo pode ofender alguém, mas é a pura verdade.

Todavia este sou eu, Max: há outras pessoas que conseguem tranquilamente desenvolver um sentimento de amor para um membro do mesmo sexo e que acham natural ter com esta um relacionamento sexual também.

Pergunto: qual direito tenho eu de proibir isso? Donde vem a minha alegada autoridade nesta matéria? E quais as razões que posso invocar?

A verdade é que não há razões. Eliminando a componente religiosa, não há uma razão que possa negar um relacionamento homossexual.

Recusar a homossexualidade porque “não natural”?
Convido a reflectir: quantas coisas “não naturais” costumamos fazer diariamente? Engolir comida recheada de pesticidas, antibióticos, geneticamente modificada, pode ser considerado natural? Ter um relacionamento sexual utilizando um preservativo é uma coisa natural?

E um sentimento verdadeiro entre duas pessoas, baseado no amor, não é “natural”? Por qual razão?

Pelo mesmo motivo, acho normal um casamento homossexual (mas não a adopção, acerca da qual tenho demasiadas dúvidas pelo facto de incluir uma terceira pessoa, ainda não capaz de escolher: mas este é outro assunto e fica fora deste deste contexto).

Se não existirem impedimentos religiosos, não seria mal aprender a respeitar os outros assim como as escolhas deles, desde que não atinjam as nossa vida. Alguém pode dizer-me em que medida um homossexual atinge a vida dos outros? Não entendo os homossexuais que desfilam no gay pride vestidos de mulheres, não considero aqueles homossexuais e, de facto, são muito irritantes (e em nada ajudam a causa homossexual, bem pelo contrário).

Mas tirando as figuras tristes dos gay pride, como é que um homossexual vira de avesso a nossa vida? Alguém entre os Leitores pode responder-me? (não é uma pergunta retórica: é que não consigo imaginar uma resposta).

Homossexualidade e NWO
Alguns Leitores acham que a homossexualidade é um instrumento utilizado no âmbito da Nova Ordem Mundial para reduzir a população.

Eu ainda não entendi o que isso significa: a ideia é tornar todo o mundo homossexual para não ter filhos? O que é esta, uma piada? Mas seriamente alguém pensa que a NWO tencione transformar todos em homossexuais?

Se aceitarmos a ideia de NWO (coisa já por si bastante polémica), temos que admitir que os planos não podem ser tão infantis. É evidente que o discurso deve ser mais complexo do que isso: e efectivamente, assim é (sempre se aceitarmos a ideia de NWO).

A liberalização da homossexualidade não tem como objectivo tornar todos gays, mas é um outro passo na direcção da eliminação daqueles valores que regeram a nossa sociedade ao longo dos últimos dois mil anos. Além da homossexualidade, por exemplo, temos a progressiva desvalorização da instituição do casamento, da nacionalidade, dos ideais religiosos, da Igreja no geral, do trabalho. E no futuro teremos a tentativa de legalizar a pedofilia.

É um trabalho cuja finalidade é a eliminação das nossas raízes, o que facilitaria de sobremaneira um maior controle.

Mas negar a homossexualidade para travar um eventual movimento NWO significa limitar a liberdade dos indivíduos em vez que combater directamente os responsáveis deste alegado NWO. Combater a homossexualidade de forma que a NWO não ganhe é a mesma coisa que eliminar todas as pessoas para combater os assassinos: não há pessoas, por isso não há assassinos.
Vamos com um suicídio colectivo? Comecem vocês, eu agora não tenho muita vontade.

Mais inteligente seria combater directamente os responsáveis do alegado NWO e, ao mesmo tempo, individuar aquelas mudanças que possam significar um verdadeiro avanço no âmbito da liberdade: e a liberdade de escolha afectiva e sexual é sinónimo de liberdade (obviamente neste aspecto fica excluída a pedofilia: acho não ser preciso explicar qual a razão, não é?).

Os Valores

Ligado ao assunto anterior há a questão dos Valores.

Como já afirmado, a nossa sociedade atravessa uma altura em que há um ataque contra os valores tradicionais porque, repito, uma pessoa sem raízes é muito mais facilmente manipulável.

Pessoalmente sou muito sensível a este aspecto, e de certeza não me refiro aos valores de tipo religioso. Todavia, acho que há uma valor que deve ser defendido mais do que os outros: a liberdade. Os outros valores (e a possibilidade de escolhe-los, mantê-los ou modifica-los) são apenas uma consequência deste. Sem liberdade não há valores, mas imposições.

E aqui eis algo curioso: para defender os valores, limitamos a liberdade dos outros escolherem quem amar, neste caso a liberdade dum homem amar outro homem (ou mulher com mulher). Naturalmente, se uma pessoa for condicionada pela religião este assunto não se coloca, pois o conceito de “liberdade” nas religiões é muito mais limitado. Mas se uma pessoa decidir ser plenamente livre, como pode pensar em defender a liberdade negando aos outros a possibilidade de escolher quem amar?

Muitos invocam o valor da família para opor-se à homossexualidade. Se bem percebi, se a homossexualidade fosse aceite por todos, as pessoas deixariam de casar-se, de formar famílias.

Um  pouco como quando foi legalizado o divorcio, e é por isso que hoje ninguém já se casa, ou o aborto, e é por isso que não existem filhos.

Ou não é assim que andou? 

…e a Moral.

E a moral?

“Moral” não é a mesma coisa que “valor”: os dois termos são quase coincidentes mas há uma ligeira diferença. Se “valor” indica um conjunto de regras que um povo, por exemplo, determina e segue, a moral fala do que é susceptível de avaliação e de juízo (tudo simplificando ao máximo).

Exemplo prático: o facto de beijar-se em público não é um problema de valor, mas de moral.
E este é um bom exemplo, pois a moral muda com o tempo, até de forma bastante rápida: no princípio do século passado, observar um casal beijar-se em público era coisa rara e punida com uma multa (no mínimo). Hoje já não é assim.

Quem determina a moral? Nós. É a nossa avaliação que aceita ou rejeita algo: portanto, o problema moral da homossexualidade existirá só até quando continaremos a ver a homossexualidade como algo “estranho” ou até “reprovável”.
Não existe uma moral “absoluta” que determina o que é bom e o que é mau.
Somos só nós que decidimos. Decidam que a homossexualidade não é “imoral” e o problema estará ultrapassado.

Por isso: vimos uma extrema síntese da história da homossexualidade, vimos que há problemas de não simples solução ligados à Fé, vimos que combater a homossexualidade em nome duma postura anti-NWO não tem cabimento…o que mais pode haver para dizer?

A ideia deste blog (que depois é a minha) acho ficou clara: combatam se a vossa vida for afectada, caso contrário, vivam e deixem viver. Pode não ser simples, às vezes pode ser necessário esforçar-se: mas levar a vida à nossa maneira não é o desejo de todos? E como é possível obter isso se continuarmos a pôr o nariz na vida dos outros?

Não é minha intenção defender os homossexuais. Aliás, eu nem ligo de todo aos homossexuais. Nunca perguntei a um meu amigo homossexual como se faz isso ou aquilo na cama com um partner do mesmo sexo. Não me interessa minimamente, da pessoa interessam-me outras coisas. Se for honesta, inteligente, se sabe rir, se respeita o próximo, se ama os animais, se valoriza a amizade. Se sabe viver a vida dele deixando que eu viva a minha.

Como sempre, a palavra aos Leitores.

Ipse dixit.

8 Replies to “O que é a homossexualidade – Parte III”

  1. Abordagem bem colocada, com exceção de não especificar de qual liberdade a que se referes. A única precariamente alcançável é a mental, à custa de muitas renúncias ao longo da vida, pois já nascemos escravizados pela ideologia burguesa dominante, onde a quase totalidade das pessoas morrem sem perceber tal condição.

  2. Caio Almeida e um triste exemplo da banalização da liberdade…

    … somos responsáveis pela nossa desgraça… nós deixamos o mundo chegar onde chegou… temos o que merecemos…

    Lamentável…

    Enfim, penso 99% como você Max, como sempre… é até perigoso ler seu blog e reafirmar meus pontos de vista… preciso de mais contestação… 🙂

    [ ]s

  3. Um gay não tem de pedir desculpas a ninguém por sê-lo.
    Cada um é o que é. E se alguém é gay e quer viver assumido como tal, nada a opor, e parece-me do mais elementar bom senso que a sociedade assim o veja.

    Mas por outro lado, ninguém tem de pedir desculpas por:
    – Afirmar que o normal, o natural o evidente, é o homem sentir-se sexual e amorosamente atraído pela mulher e a mulher pelo homem.
    – Afirmar que a natureza óbvia de uma família é constituída pela união de um casal (homem mulher)

    O casamento nunca foi uma instituição para Gays, para isso existem as "uniões de facto" e outras figuras legais parecidas.

    Se há pessoas que acham isso incorrecto, não estarão no seu direito?
    A igualdade de direitos tem os seus limites e especificidades.

    Equiparar essa relação com um casamento tradicional (homem mulher) com todas as consequências que daí advêm, tal como, por exemplo, a adopção de crianças por casais homossexuais em igualdade com os casais tradicionais, (como acontece em Portugal) não me parece razoável.

    Não concordo que se pretenda mudar a concepção natural da estrutura da célula familiar e da necessidade de um pai e uma mãe para uma educação funcional, para justificar uma "pseudo igualdade" de direitos um restrito grupo de pessoas (homossexuais) que não encaixa nela.

    A excepção não pode alterar a regra.

    Quanto a "não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti"
    Creio que poucos gostariam de ter sido criados por 2 homens ou 2 mulheres coabitando sexualmente.

    Não podemos impor isso a uma criança que tenha de ser dada em adopção.

    Mas hoje em dia estabeleceu-se no "mainstream" a ideia que pensar assim é incorrecto.

  4. "Além da homossexualidade, por exemplo, temos a progressiva desvalorização da instituição do casamento, da nacionalidade, dos ideais religiosos, da Igreja no geral, do trabalho." Pois é Max, a mim parece que tais "desvalorizações" só apontam para um melhor exercício do livre arbítrio. Me parece que falta um pouco refletirmos a quem serviu e vem servindo históricamente a valorização e a imposição moral e social das instituições acima citadas por ti, senão a limitações e engessamento do indivíduo aos poderes judiciário, religioso, político institucional, econômico.
    O casamento institucionaliza a família monogâmica, engessamento ad eternum do amor, da felicidade e do uso dos prazeres da carne, além da sacrossanta herança, base de desgraças, constrangimentos, acumulação de poder econômico em mãos de poucos, irresponsabilidade social de muitos. A nacionalidade instituiu o patriotismo, separou os indivíduos em fronteiras geográficas para melhor se matarem em nome da paz entre os poderosos. As religiões simplesmente instituem padrões de comportamento a serem seguidos por seus fiéis.O trabalho escravo ou assalariado instituiu a dependência dos homens e mulheres de menor poder aos homes e mulheres de maior poder. Porque será que tão poucos/as pensam em radicalizar os seus pensamentos no sentido de ir até às suas raízes? Abraços

  5. Mas tirando as figuras tristes dos gay pride, como é que um homossexual vira de avesso a nossa vida? Alguém entre os Leitores pode responder-me?
    Perigo de matar de INVEJA queridoo.

    Mas quanto a religião, Jesus (o do Novo Testamento) ensinou que não devemos julgar.

  6. Para por a coisa duma forma mais simplificada.

    Não gostaria de viver num mundo onde o “pinto” do meu pai pudesse ser menor que o da minha mãe.(como conta certa anedota)

    Creio que devemos evitar um mundo onde tudo vale para defender a igualdade e o livre arbítrio e onde a organização social se submeta aos caprichos de uma minoria, deixando-se degenerar e perverter o sentido natural das coisas.

    Isto não quer dizer que os Gays não possam ser livres de viver a sua vida. Nem deve ser entendido como julgar os outros.

  7. olá Max

    Êta assunto espinhoso… todos temos algum lado emocional que precisa ser tratado para viver com serenidade. E não estou velando nenhum tratamento contra a "gayzice", que algumas igrejas alegam poder fazer. (cujo resultado é tão somente a sufocação das preferências da vítima.)

    Da mesma forma que eles querem defender seu espaço na sociedade, podemos defender a família normal e os relacionamentos normais.

    Já sobre a adoção… Conheci uma jovem que agora ter seus 23 anos que foi criada por um casal de gays. ela foi criada como empregada deles e não como filha… não foi ensinada a fazer as tarefas de dona de casa, mas foi-lhe imposto o limpar, lavar e cozinhar para eles. Cada vez que a miúda errava algo era desmoralizada como burra. ela fez 18 anos e foi morar com um namorado, formou família tradicional. Na primeira vez que queimou o arroz e o rapaz falou com ela se pôs a chorar e pedir desculpas. Ele ficou sem entender o drama até saber da história.

    Mas também sei de outro que já adotou vários meninos de diferentes idades e cores de pele e os trata muito bem.
    Enfim, prefiro que o indivíduo que vai adotar uma criança seja muito bem pesquisado e seja fiscalizado para que prove que é capacitado para ter um filho adotivo – SEJA GAY OU HETERO, mas os gays precisam ser conferidos de perto por causa da fragilidade emocional que costumam ter. Alguns não têm mas a maioria…

    No mais, se der o que é dele, não sou eu que vou lhe escolher o parceiro, podar ou criar implicâncias… só não faça competição comigo! Meu homem não está disponível.

    Abs

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