Bancos e dinheiro: se ainda houver dúvidas…

É verdade, ainda há dúvidas.

Há Leitores que, por várias razões, ainda não aceitam uma simples verdade: os bancos privados criam dinheiro.

Seja por não ter informação acerca do assunto, seja por uma questão de princípio, seja por uma razão qualquer: não entendem como é possível que uma empresa privada (os bancos comerciais são isso: empresas privadas).

O blog já tratou muitas vezes do assunto e não vai dedicar-lhe outro espaço. Há a lista dos assuntos tratados na coluna de direita, é só procurar. Mais: existe uma secção inteira dedicada à economia, que pode ser encontrada neste link.

Assunto fechado? Não exactamente.
Se ainda houver dúvidas, eis uma série de afirmações interessantes. Sugiro prestar atenção aos links e as relativas fontes, tal como nas pessoas que se pronunciam.
Boa leitura.
The Chicago Plan Revisited, Jaromir Benes and Michael Kumhof, IMF Working Paper August 2012 (link):

No actual sistema bancário, não há necessidade de esperar que os correntistas tornem disponíveis os fundos para ser capaz de empresta-los ou negocia-los. Em vez disso, o sistema bancário cria os seus próprios fundos, depósitos, no mesmo acto do empréstimo. Este mecanismo pode ser verificado na descrição do sistema de criação de dinheiro em muitas declarações dos bancos centrais e é evidente para qualquer pessoa que tenha pedido dinheiro emprestado.

Money Banking & Monetary Policy –  Federal Reserve Bank of Dallas, May 2007 (link):

Os bancos criam dinheiro quando o emprestam.

Quarterly Bulletin, Q1 Vol 48. No. 1. Bank of England, 2008 (link):

Os bancos estendem o crédito através da criação de dinheiro.

Modern Money Mechanics – Dorothy M. Nichols – Federal Reserve Bank of Chicago, May 1961 (link):

O que fazem quando concedem empréstimos é aceitar compromissos de devolução em prestações em troca de crédito na conta dos mutuários.

Walker F. Todd. Affidavit, Chagrin Falls, Ohio, USA, 05 Dec 2003. (20yrs
as attorney & legal officer of Federal Reserve Bank of New York
& Cleveland) (link):

O crédito das taxas de reembolso (em essência os compromissos contratuais com os bancos), que é a moeda contabilística, torna-se dinheiro logo que os bancos o contabilizam, com a intenção de tratá-lo como dinheiro.

I Bet You Thought – Friedman, David H. Federal Reserve Bank of New York, Dec 1977 (link):

Os bancos comerciais criam dinheiro sempre que concedem um empréstimo, simplesmente adicionando novos dólares de depósitos nos livros contabilísticos perante um IOU do mutuário [IOU é a abreviação de I owe you e indica de maneira informal um documento de dívida, ndt].

Clicar para aumentar!
Portanto, o que temos aqui?
Temos a descrição do sistema utilizado em todos os Países ocidentais (e não só), com declarações do Fundo Monetário Internacional (também IMF no texto), de Bancos Centrais (Bank of England, Federal Reserve), de banqueiros (sempre da Fed).
Mais do que isso…
Para esclarecer ao máximo, eis um gráfico (direita).
Trata-se, como é óbvio, duma simplificação extrema, mas dá uma ideia.
Neste exemplo, é assumido um 10% de reserva que fica nos cofres dos bancos, pois os bancos são obrigados a guardar uma percentagem do dinheiro negociado.
Repito, pois é importante: é uma simplificação extrema que não tem em conta muitas variáveis.
Por exemplo: o banco não reinsere no círculo dinheiro físico e muitas vezes nem o recebe, pois a maior parte das transacções acontecem por via informática, isso é, virtual. O mesmo processo de criação/transferência é gerido inteiramente a partir dum teclado.
Ipse dixit.
Fontes: no texto.

One Reply to “Bancos e dinheiro: se ainda houver dúvidas…”

  1. Infelizmente ainda restam por aí muitas dúvidas sobre este tema, ou na pior hipótese, nenhuma dúvida na cabeça daqueles que piamente acreditam que são os estados que criam o dinheiro.

    O sistema de reserva fraccionaria que aparece simplificado no gráfico, com uma taxa de reserva de 10%, é um dos culpados, mas não só. Como referido pelo Max, não falta no blog matéria sobre isto. Basta pesquisar.

    Esta sociedade surpreende pelo grau de imbecilidade em que se converteu. E com tendência para se refinar.

    Como referiu Carl Sagan; talvez um dia alguém de outro mundo nos identifique como o Planeta dos Idiotas. O nome assenta como uma luva.

    Abraço
    Krowler

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