O futuro americano da África

Uma agenda escondida dos Estados Unidos na África?

Faz sentido: o continente está repleto de recursos. Minerais, hidrocarbonetos, estratégia e, no futuro, um enorme mercado, já hoje com quase mil milhões de habitantes. E mais: nem é tanto escondida…

Isso explica, em parte, as intervenções humanitárias, as várias ONG,o caso Kony na Uganda, as guerras civis apoiadas por Washington no Sudão, no Congo, no Ruanda, na Somália, na Etiópia. Um total de 8 milhões de mortos nos últimos 20 anos.

Nile Bowie in Merchandising and Branding Support for US Military Intervention in Central Africa, Global Research, 14 de Março de 2012:

Em mais uma manobra destinada a ganhar a hegemonia na região e superar a China, os EUA tentam obter através do AFRICOM uma posição na zona extremamente rica em recursos da África Central. A República Democrática do Congo (RDC) é uma das maiores regiões do mundo sem um governo real. Tem grandes depósitos de diamantes, cobalto, cobre, urânio, magnésio e estanho, além de produzir mais de mil milhões de Dólares por ano de ouro. É bem possível que os Estados Unidos aumentem significativamente a presença deles na República Democrática do Congo sob o pretexto de querer capturar Joseph Kony 

Numa recente decisão, o Pentágono confirmou o envio de forças especiais que pertencem aos Marines para formar tropas não apenas na luta da Uganda Joseph Kony e do Exército de Resistência do Senhor (Lord´s Resistance Army), mas também contra a Al-Shabaab na Somália. Joseph Kony é usado como um pretexto para intervir militarmente em cinco Países africanos.

Stars and Stripes, 15 de Março de 2012:

Até agora, a unidade operativa utilizou pequenas equipas que operam em cinco Países africanos, alguns dos quais estão ameaçados pelo grupo terrorista Al-Qaeda, de acordo com um comunicado de imprensa do Corpo dos Marines.

Al Qaeda, a omnipresente Al Qaeda que tudo justifica. É a mesma Al Qaeda que lutou ao lado da Nato na Líbia.

Oficialmente, esta intervenção é parte das operações de “manutenção da paz”, que deve ser realizada com “operações antiterroristas” apoiadas (e dirigidas) pelos Estados Unidos. O objectivo declarado é transformar os soldados ugandeses em “engenheiros da luta contra o terrorismo”, ou seja, Forças Especiais sob a supervisão dos Estados Unidos, que serão depois utilizados na Somália em apoio aos batalhões de infantaria.

O envio do Marines estará presumivelmente relacionado com a nova Special Purpose Marine Air Ground Task Force-12 (Unidade Operativa Terra-Ar Força-12): a unidade implementará pequenas equipas de fuzileiros navais em todo o continente Africano, numa iniciativa lançada em 2011 na perspectiva de um esforço para preparar os exércitos africanos a conduzir operações de contra-terrorismo, obviamente sob a direcção dos Estados Unidos.

Esta iniciativa também significa o envolvimento directo das tropas ugandeses e das forças especiais na guerra civil da Somália. Stars and Stripes, 15 de Março de 2012:

“A génese desta missão incluiu operações em Mogadíscio, na Somália, onde as forças de paz da União Africano têm enfrentado os IED (engenhos explosivos improvisados) e outros obstáculos complexos tornaram a situação perigosa como em Al-Shabaab”, disse o Major Charles Baker, porta-voz da missão dos Marines, num comunicado de imprensa da embaixada dos EUA em Kampala.

“Os soldados usarão os seus conhecimentos na Somália, um País dilacerado pela guerra, na caça ao comandante Joseph Kony” disse o tenente-coronel da Força de Defesa do Povo Ugandese, Richard C. Wakayinja, num outro comunicado.

Ipse dixit.

Fonte: Mondalisiation

One Reply to “O futuro americano da África”

  1. Olá Max: lamento informar, que afastada a liderança do pan africanismo (Gaddafi), a próxima vítima a receber ajuda humanitária é a África, como um todo, exceção à África do Sul que "já tendo recebido", mantém lá privatizados todos os recursos do país, ou seja uma democracia econômica neo liberal a gosto do império, com um grau de riqueza para poucos e miséria para a maioria "pujante".
    É surpreendente como um punhado de pessoas (Donald Rumsfeld, Dick Cheney, Bush pai e Busch baby, Condolezza Rice, Henri Kissinger, Hilary Clinton, Obama, Bremer) venham conseguindo nos últimos 30 anos levar a liberdade econômica das corporações onde atuam (Halliburton, Bechtel, Parsons,Carlyle Group,Blackwater) conjuntamente com a atuação em locais chave da política estatal norte americana para tantos locais no mundo, invadindo, destruindo, e construindo estados ocos, economias desregulamentadas e população aterrorizadamente inerte.
    Para dizer que "não falei de flores" , 2012 parece ser um ano atípico para os negócios norte americanos: o plano no Irã e na Síria pode estar dando errado (com a ajuda de Alá e de Putin)e, no quintal traseiro, aqui na América Latina a coisa não vai bem para os negócios na Venezuela, Bolívia, Uruguai, Nicarágua e Cuba. Abraços

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