As sanções e o gás

As sanções não funcionam.

Islamabad confirmou a intenção de construir o gasoduto para ligar Paquistão e Irão. A Rússia confirmou o próprio interesse no projecto enquanto a China confirmou 1o acordo com Teherão para aumentar o fornecimento de petróleo: meio milhão de barris por dia antes do fim de 2012.

É uma zona quente, a melhor para entender as razões dos negócios estrangeiros dos principais actores do mundo.

O simpático Barack Obama reitera a intenção de seguir o caminho da paz, mas ao mesmo tempo diz estar pronto para utilizar a força, incluídos todos os elementos da potência americana. Normal, é prémio Nobel da Paz.

Na primeira fila nesta cruzada anti-Irão temos israel, um País que recusa revelar quantas ogivas atómicas tenha nos próprios armazéns e recusa também assinar o Tratado de Não Proliferação das armas nucleares. Mas seria limitativo pensar que o “centro do mundo” seja Tel Avive, pois há outros interesses que movem Washington.

Hillary Clinton (que misteriosamente ainda não ganhou nenhum Nobel da Paz) conseguiu convencer Europa e Japão a não adquirir o petróleo do Irão. Mas não funciona.

O petróleo do futuro, o gás, será transportado com um gasoduto de mais de 2.000 quilómetros entre Irão e Paquistão. Teheran já completou a construção do próprio segmento, Islamabad acabará em 2014. Sucessivamente poderiam ser construídos outros 600 km, até a Índia. Custo total da obra: 1.2 biliões de Dólares.

O gasoduto, conhecido como IPI Pipeline, uma vez acabado (Índia incluída) terá uma extensão de 2.700 km e uma capacidade máxima de 22 biliões de metros cúbicos de gás por ano. Muitas as empresas privadas interessadas ao projecto: Gazprom, Petronas, Total, Eni, Gail e Shell entre outras.

Paralelamente, como afirmado, a China aumentará as importações de petróleo iraniano e o mesmo fará o Paquistão.

Nova mossa da Clinton: mais pressão sobre Islamabad, ameaças (sanções) e a oferta dum bilião de Dólares para as necessidades energéticas do Paquistão. Em troca, a simpática Hillary pede que o País abdique do gasoduto e apoie a análoga estrutura que deveria ligar Turcomenistão, Afeganistão, Paquistão e Índia.

Neste caso, o gasoduto tem o nome de Trans-Afghanistan Pipeline (TAP or TAPI), com capacidade máxima de 33 biliões de metros cúbicos de gás por ano

Washington gosta deste gasoduto, apesar do custe ser superior a 8 biliões de Dólares. A razão é que as explorações de gás do Turcomenistão estão nas mãos do grupo israelita Merhav, dirigido por Yosef Maiman, agente do Mossad..

A construção deste gasoduto, todavia, encontra-se em forte atraso. Calharia bem uma guerra que destruísse o segmento já acabado no Irão, por exemplo. Mas com um prémio Nobel da Paz na Casa Branca, esta é uma opção que não pode ser considerada…

Ipse dixit.

Fontes: Clarissa

2 Replies to “As sanções e o gás”

  1. Ó MAX… olha que o Prémio Nobel da Guerra ainda há pouco tempo (1/2 dias) veio de peito feito dizer que as "sanções estão a funcionar…" mais uns blás pelo meio e "que o Irão está isolado no Mundo Político"

    Falta é saber qual é o MUNDO?

    Ei-ta FRAUDE…. se fosse espanhol escrevia "PutaMadre" como não sou… não escrevo!

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