Interessante, não é?
Não? Estão a borrifar-se?
Não faz mal, já comecei a escrever, por isso vamos em frente.
As próximas semanas serão decisivas para o País. O actual governo irá cair, haverá eleições, o risco é de precipitar numa crise com poucas soluções à vista: o que pode ter consequências até fora dos confins, pois Portugal é um dos Países da Zona Euro.
Por isso, vamos ver em primeiro lugar “Quem é quem” no mundo político deste País.
Começamos com os partidos com representação parlamentar.
Portugal tem seis formações políticas na Assembleia da República (o Parlamento).
De Esquerda para Direita:
Um partido simpático, embora ninguém ainda tenha percebido de que pode servir. As origens são marxistas-leninistas-trotskistas, mas não gostam de definir-se “comunistas”.
Então são o quê? Este é o problema.
O leader é Francisco Louçã, faz lembrar os pregadores da televisão, mesmo fervor. O lema parece ser “Eu sou contra”. Mas contra quê? Contra tudo.
Está tudo mal, é uma vergonha, vigaristas são as outras palavras de ordem.
Não é difícil ser assim, em particular tendo em conta que o Bloco de Esquerda nunca governou o País.
Nas últimas semanas perdeu muitos votos por ter tentado provocar uma crise de governo por motivos de propaganda eleitoral.
Responsabilidade? Não mora aqui.
O nome já diz tudo.
É um partido de mortos, só que ninguém tem a coragem para avisa-los.
Derrotados pela História, continuam a ver Cuba e a Coreia do Norte como verdadeiros Paraísos na Terra, muita a saudade dos tempos dourados de Estaline.
Os eleitores, como é óbvio, na maioria são reformados e por isso é lícito falar dum partido aprazo: no futuro, do PCP sobrará apenas a bandeira.
Odeia o Partido Socialista, entre as outras coisas, após este ter-lhe tirado o papel de protagonista na Revolução de 25 de Abril de 1974..
Palavras de ordem: Povo, Camarada, Luta, Patrões, Classe Trabalhadora, Direitos Adquiridos.
Leader: Jerónimo Sousa.
Em Portugal (mas não apenas aqui) a ideia é que para ser ecologista é preciso ser de esquerda.
Por isso o PEV costuma formar uma ligação com o Partido Comunista e o resultado fica perto do zero absoluto em termos eleitorais.
Pois, claro, quem está preocupado com a questão ecológica mas não é “revolucionário” nunca votará neles, enquanto os “verdadeiros” comunistas votam PCP.
Palavra de ordem: …
Leader: Boh?
Mais do que um partido seria preciso falar dum sistema, baseado em conexões entre representantes políticos, bancos, grupos de poder.
Os socialistas estão em qualquer lugar e, de facto, representam a maioria dos Portugueses. Da doutrina socialista propriamente dita não sobrou nada, nem a sombra, e nos últimos anos o partido virou muito para o Centro.
O problema é que o PS está demasiado comprometido com o poder para propor algo de novo. Actualmente no governo, mas ainda por pouco, representa uma das duas faces da mal-governação que caracteriza os últimos anos de Portugal.
O Partido Socialista e o PSD são os únicos partidos que foram sempre presentes (de forma alternada, óbvio) nos governos de Portugal. Por isso, se estão à procura de culpados, a vossa pesquisa chegou ao fim.
Palavra de ordem: poder
Leader (e actual Primeiro Ministro): José Sócrates
É o alter-ego do partido socialista e, como já lembrado, com este compartilha a responsabilidade da actual situação.
Tipo Bonnie and Clyde.
Ou talvez Dean Martin e Jerry Lewis.
Difícil apontar diversidade entre o PS e o PSD.
Este último fica um pouco mais à Direita e os seus membros têm tendência para esfaquear nas costas os colegas de partido bem sucedidos.
Mas além disso, são idênticos, ambos maquinas de poder, ligados de forma indissolúvel à entidades que de político e democrático têm bem pouco.
Este provavelmente será o próximo partido a governar.
Palavra de ordem: poder.
Leader: Pedro Passos Coelho
Este, pelo contrário, representa o alter-ego do Partido Comunista.
De Direita, sente falta de uma verdadeira autoridade, tipo o saudoso Salazar.
O leader, Paulo Portas, passa a vida nos mercados, “entre a gente” que, todavia, vota outras formações.
Provavelmente entrará no próximo governo, em coligação com o PSD, para constituir um governo de maioria.
Palavras de ordem: família, ordem, não aborto
Bastante patético.
Contrariamente ao que acontece no Brasil, por exemplo, em Portugal a figura do Presidente da República tem mais funções representativas que práticas. Dito de outra forma: conta nada.
A única prerrogativa interessante é a possibilidade de demitir o Governo quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas.
Uma opção que em tempos recentes foi utilizada apenas uma vez, em 2004, após um hilariante governo do PSD.
Actualmente o Presidente da República é Aníbal Cavaco Silva.
As características principais do homem são a humildade (pela qual sabe de não saber tudo mas em qualquer caso sempre mais do que todos os outros, que não percebem nada), a simpatia (que tenta fazer passar por antipatia, com enorme sucesso) e as terapêuticas dotes oratórias (que conseguem tratar os mais difíceis casos de insónia).
Entre as outras particularidade, lembramos as amizades perigosas com alguns banqueiros agora detidos. Amizades que, todavia, não impedem investimentos lucrativos do Presidente e da família dele.
Vamos agora ver quais os resultados eleitorais das últimas eleições legislativas (2009):
Só isso? Eh sim, só isso. Por enquanto.
Gráfico: Wikipedia
Mudam-se os países, mas a estrutura inalteravelmente a mesma, com algumas diferenças, claro…
Achei o post injusto para com PCP e BE, tendo por hábito a assistir a mais das sessões na AR do que nos mostram nos noticiários penso que o que escreveste é a ideia populista que persiste, pelo menos, entre os mais idosos deste país que votam num partido toda a sua vida, desprovido de lógica, razão ou qualquer tipo de pensamento critico!
Não acho que governo algum seja solução para os nossos problemas mas ainda existem indivíduos na politica portuguesa que entendem alguns dos assuntos que discutimos neste blog e partilham a mesma opinião, nomeadamente na economia.
Habituaste-nos a posts mais elaborados, este foi um pouco simplista 😛
Abraço