Sondagens e realidade

Uma vez passadas as eleições ninguém lembra delas. Mas Informação Incorrecta lembra!
Por isso, vamos ver o que previam as sondagens acerca do novo Presidente da República. E não só: vamos também dar um exemplo de como as mesmas possam ser “ajustadas” segundo os gostos.

Em primeiro lugar lembramos quais os resultados finais com o gráfico do diário Publico:

Agora as previsões feitas por três institutos de pesquisa, mas a sondagem do jornal Metro (uma curiosidade):

E, para acabar, as diferenças entre as previsões e as sondagens:

E agora alguma considerações.
Agradecemos o Metro pela participação, mas da próxima vez será melhor dedicar-se a outras actividades: previu um segundo lugar para Fernando Nobre e o último para José Coelho. Nem eu consegui fazer pior.
Mas o que espanta é o + 9,06% com o qual Marktest premeia Cavaco Silva. 
Aliás, Marktest chumba todos os candidatos da Esquerda. Porque será?
Um País diferente
É bom lembrar que esta sondagem foi comissionada, entre os outros, pelo Diário Económico, que eu adquiri uma vez só na vida para depois larga-lo rapidamente com tanto de exorcismo a seguir: pois, na minha óptica, uma coisa é fazer informação económica, outra coisa é propaganda política disfarçada de economia.
Mas será que quem comissiona uma sondagem pode influir nos resultados da mesma?
Claro, não posso fazer uma afirmação como esta, não seria correcto.
Posso, no entanto, só realçar alguns factos.

Na ficha técnica da sondagem, descobrimos que Marktest considerou uma amostra de 802 eleitores assim distribuídos:

Grande Lisboa 156 inquiridos (19,5% do total);
Grande Porto 88 inquiridos (11,0% do total);
Litoral Norte 155 inquiridos (19,3% do total);
Interior Norte 181 inquiridos (22,6% do total);
Litoral Centro 129 inquiridos (16,1% do total);
Sul, mesmo incluindo a Península de Setúbal, 93 inquiridos (11,6% do total).

Mas segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística) a distribuição da população no País é a seguinte:

Grande Lisboa 20% da população,
Grande Porto 12,7%
Litoral Norte 20,1%
Interior Norte 11,9%
Litoral Centro 15,7%
Sul 19,6%.

Dito de outra forma, a base do inquérito não parece ser um espelho do País real, tirando relevância à zona meridional do País. Que é a região que mais contribui para os votos de Esquerda.

Em contrapartida, os votos da Zona Norte ganham importância: o que explica a percentagem “búlgara” atribuída a Cavaco Silva e a falta de votos dos candidatos de Esquerda.

A sondagem mais “acertada” parece ser a de Intercampus.
Vamos ter em conta nas próximas eleições.

Ipse dixit.

Fonte: Presidenciais , Público

2 Replies to “Sondagens e realidade”

Obrigado por participar na discussão!

This site uses User Verification plugin to reduce spam. See how your comment data is processed.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

%d bloggers like this: