O embaixador foge. E uma bomba rebenta.

Continuamos a falar de terrorismo.

No dia 1 de Janeiro, 21 pessoas morreram e 70 ficaram feridas numa explosão em Alexandria, Egipto. A explosão foi provocada por uma bomba numa igreja Cristã, assim como Cristãos foram as vítimas.

Al-Qaeda, mais uma vez

Hoje o Guardian aponta os culpados: os terroristas de Al-Qaida. Originalidade não falta na terra da Rainha Isabel.
As motivações?

Os aspectos técnicos, o grande número de vítimas e as ameaças da Al-Qaeda no Iraque apontam para impressões digitais de Al-Qaeda 

De facto, quando uma explosão for efectuada por meio duma bomba e provocar vitimas, podemos estar certos: a responsabilidade é de Al-Qaeda.

E o facto das ameaças chegar do Iraque representa a “prova provada”.

As autoridade egípcias, em boa verdade, seguem outros indícios, não ligados directamente à organização terrorista de (defunto) Bin Laden. Mas estes são pormenores de segundaria importância.

A questão parece um pouco mais complicada.

O declínio da super-potência americana tem pesadas consequências no Médio Oriente: com o aliado reduzido, mergulhado numa grave crise económica e com perspectivas não brilhantes, Israel sabe que o isolamento é mais do que uma simples perspectivas.

O Egipto tinha sido “anulado” enquanto ameaça na década dos anos ’80; mas, num mundo cada vez mais empenhado na estrada da multipolaridade, Tel Avive arrisca perder esta peça de fundamental importância estratégica. Recentemente, a China investiu 1,5 biliões na área de Suez e os relacionamentos entre Cairo e Pequim são cada vez mais amigáveis.

E a área à volta do Nilo arrisca tornar-se terra de conquista.

O cerco aperta

O triângulo Síria-Turquia-Irão no Norte, a instável situação iraquiana no Leste, a penetração Chinesa no Sul: Israel vê os próprios espaços de manobra cada vez mais reduzidos.

Ao mesmo tempo, os relacionamentos com o Egipto está a deteriorar-se. No dia 23 de Dezembro, o embaixador israelita no Cairo, Yitzhak Levanon, é literalmente fugido com a família da capital egípcia, sem avisar as autoridades locais.
A razão? O serviço de contra-espionagem egípcio tinha capturado uma célula israelita que controlava as conversas telefónicas das máximas autoridades à beira do Nilo.

O atentado de Alexandria como retaliação do Mossad? Provavelmente é cedo para perceber de quem a responsabilidade. E não podemos esquecer que a tensão entre Muçulmanos e Cristãos na cidade mediterrânica sempre foi alta, com ou sem Al-Qaeda ou o Mossad.

Por enquanto, reportamos o juízo do Movimento da Resistência Islâmica no Líbano, segundo o qual

O atentado contra a igreja de Alexandria foi uma das operações mais perigosas contra os Países árabes, que favorece apenas os interesses do regime sionista e dos Estados Unidos, e que semeia discórdia entre os Muçulmanos. .

Palavra de Hezbollah…

Fontes: Guardian , Irib World Service

Obrigado por participar na discussão!

This site uses User Verification plugin to reduce spam. See how your comment data is processed.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.