Livros: A User’s Guide e Freakonomics

Porque não falar de livros? Porquê?

Não sei. Aliás, vamos falar de livros.

Ler faz bem.
O estômago precisa de comida, os pulmões de ar, o cérebro de livros: só assim consegue manter-se estimulado, treinado e eficiente. Porque ao ler obrigamos os neurónios a mexer-se. E, uma vez aquecidos, podem até surgir perguntas: nasce assim o pensamento.

É o contrário do que acontece com a televisão: neste caso não é preciso pensar, pois áudio e vídeo chegam já embrulhados e nós temos só que absorver. Com efeitos deletérios.

Bom, após o mini-sermão pseudo-pedagógico, vamos a que interessa: livros.

Nafeez Mosaddeq Ahmed
A User’s Guide to the Crisis of Civilisation: And How to Save it

Nafeez Mosaddeq Ahmed tem um nome que parece o dum terrorista procurado nos quatro cantos do mundo. Mas Nafeez não foge, vive tranquilamente no Reino Unido e, sobretudo, não é terrorista: é um professor de Relações Internacionais e ensina na University of Sussex, em Brighton. 

O seu último livro (pois não é o primeiro) é o seguinte: A User’s Guide to the Crisis of Civilisation: And How to Save it, que traduzido fica em algo tipo “Manual da crise da Civilização e como salva-la”.

Ahmed analisa cinco diferentes crises que representam um desafio à nossa civilização: catástrofe climática, crise energética, insegurança alimentar, instabilidade económica, terrorismo internacional e tendência para a  militarização. 

A sua teoria é que estas crises convergentes não podem ser abordada em compartimentos estanques, mas que devem ser consideradas como uma “tempestade perfeita”, um “continuum de crises” que ameaça a moderna civilização industrial.

Boa ideia, não acham?

Segundo o autor, todas estas crises são manifestações, com intensificação progressiva, geradas pelo carácter intrinsecamente disfuncional da política económica global, da sua ideologia, do seu sistema de valores e da relação de tudo isso com as políticas dos governo e a acção individual.

Ahmed analisa a contribuição das teorias de Joseph Tainter, Thomas Homer-Dixon, John Michael Greer e outros, talvez com algum optimismo, observando que o perigo dum colapso oferece uma esperança: as crises globais não são apenas um sintoma duma falha do sistema global, são sintomas duma transição de civilização.

Esperamos que sim. Um pouco de optimismo não faz mal.

Onde é possível encontrar A User’s Guide to the Crisis of Civilisation: And How to Save it?
No Reino Unido. Pois, ainda não foi traduzido.

Possível comentário do leitor: olha só o safado, por uma vez que sugere um livro vai buscar uma coisa que nem é possível comprar.
Verdade: mas cedo ou tarde será traduzido e na altura o leitor, zac!, como uma ave de rapina capturará o livro e acabará como agradecer-me para o resto do seus dias.
Mais ou menos.

Se o leitor não consegue resistir, pode sempre comprar o livro na Amazon: 23 Dólares, mais transporte.

Tá bom, vamos ver um livro que já saiu e é fácil de encontrar.

Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner
Freakonomics

Diz Wikipedia:

O livro “Freakonomics – O lado oculto e inesperado de tudo que nos afecta” é uma colectânea de estudos do economista Steven Levitt, Ph.D. pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), em parceria com o jornalista Stephen J. Dubner. A obra defende teses polémicas, entre elas a de que a legalização do aborto seria a grande responsável pela redução das taxas de criminalidade em New York.

Linda apresentação: quem compraria um livro assim?

Felizmente Freakonomics é muito mais de que isso: é uma tentativa de explicar fenómenos da vida quotidiana, observados dum ponto de vista menos comum. O ponto de vista dum economista e dum jornalista.

A tentativa resulta, tão bem que gerou polémica na altura da publicação (a edição original é de 2005).

Porque existe a corrupção? Porque os traficante de drogas têm um baixo padrão de vida? Porque a informação é “assimetrica”?

Pode parecer esquisito, mas os autores conseguem demonstrar que tudo isso pode ser explicado com a ajuda da economia. Nada de gráficos, nada de equações: palavras simples que cada um entende sem problemas.

Absolutamente aconselhado.

Como já afirmado, o livro não é novo. O que acaba por ser uma vantagem pois o custo é mais baixo.

Em Portugal o livro é publicado pela Editorial Presença. Na Fnac custa 16,50 €
No Brasil a editora é a Campus e o custo na Fnac é de 47,60 RS (mas na Walmart o preço é 38,25 RS).

Ipse dixit.

5 Replies to “Livros: A User’s Guide e Freakonomics”

  1. Oi Max , acho que è 1 euro cada um, não è? Mas ainda assim vale a pena …Um amigo meu escrevu "il tallone del drago", tem o link do lado…

  2. Sim, 1 € cada.
    Paolo Do? Parece bem interessante. E nem custa muito, 12 €.

    Obrigado! Um dos problemas de Portugal é que os livros são muito caros.
    Há pouco tempo falei com um jornalista que explicou-me a razão.
    Que afinal tem lógica: quando em Portugal editam livros, preparam e vendem, por exemplo, 10.000 cópias.

    Na vizinha Espanha, ou em Italia, logo são 50.000 e o custo de produção por cada exemplar é mais reduzido. Por isso: preços inferiores.

    Aqui deveria existir o papel do Estado, com subsídios.

    Deveria…

  3. Sim Paolo esteve na China alguns meses pesquisando, eu li alguns trechos e me pareceu muito bom…
    Eh o custo dos livros è um perrengue, porèm, vi que no Brasil os livros são bem mais caros que na Itàlia e eles são muita gente… Na Argentina em comparação è um paraiso.
    Cele

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