Dinheiro europeu contra Gaza

Israel utiliza fosforo branco na Faixa de Gaza. É proibida a utilização deste químico nas acções contra civis.

Parte dos impostos pagos pelos cidadãos da União Europeia financiam o exercito israelita.
Não sabiam disso?
Pois, esta é uma das notícias que Bruxelas não publiciza devidamente.O que é esquisito. Se a União já decidiu qual das duas partes apoiar na guerra entre Israel e os Palestinianos, os Europeus deveriam sabe-lo, no mínimo.

Algo que podem encontrar no artigo de Davis Cronin.

Aviões de guerra e UAV’s

Um importante fornecedor israelita de aviões de guerra, que são utilizados para matar e mutilar civis na Faixa de Gaza, foi colocado na lista da União Europeia para obter dois novos subsídios para a investigação científica.

No final de 2008, início de 2009, a agressão de Israel contra a Faixa de Gaza deu ao exército a oportunidade de testar os UAV’s [aviões não tripulados de controle remoto, NDT], tecnologia  avançada semelhante ao Heron; as organizações dos direitos do homem estimam que o Heron e outros aparelhos similares, durante as três semanas de guerra, mataram pelo menos 87 civis. A União Europeia, de forma provisória, aprovou a desbloqueou as verbas disponíveis para o fabricante do Heron, a Israel Aerospace Industries (IAI).

O Heron, avião não tripulado

Para o período 2007/2013 existem, no programa da União Europeia para a investigação, dois projectos que envolvam a IAI e que, recentemente, passaram com sucesso os níveis de avaliação do programa para o qual foram atribuídos 53 biliões de Euros (65,4 bilhões de dólares).

A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, confirmou que a IAI foi uma dos 34 membros israelitas envolvidos em 26 projectos financiados pela European Information Technology e actualmente em preparação.

Ao nível deste tipo de financiamento, entre as outras empresas israelitas há a AFCon, fabricante de detector de metais para os postos militares nos territórios ocupados (Palestina) e em particular na passagem de Erez entre o sul de Israel e o norte da Faixa de Gaza. Em 2008 a AFCon também obteve um contrato para instalar um sistema de segurança para projectos de transportes urbanos destinados a ligação das colónias ilegais israelitas em Jerusalém Leste, e o centro da cidade (Jerusalém Oeste).

Os procedimentos para estes projectos não estão acabados, na opinião de Marc English, porta-voz da Comissão. Mas o diário da finança israelita “Globes” revelou no mês passado que a sociedade israelita, com um subsídio da União Europeia, poderia ganhar algo como 17 milhões de Euros graça à tecnologia da informação. Segundo o mesmo jornal, a partir de 2007 o montante de dinheiro que Israel recebe do programa de investigação da UE irá aumentar para 290 milhões de Euros.

No programa científico da União Europeia, Israel é o maior participante estrangeiro. Em Tel Aviv, os funcionários acreditam que até a conclusão deste programa as empresas e as instituições israelitas deveriam recuperar 500 milhões de Euros.

 Les affairs, toujours

Chris Davies, membro do partido liberal-democrata britânico no Parlamento Europeu, manifestou a própria indignação perante a forma como o departamento de investigação da Comissão se prepara para ratificar os novos subsídios para o benefício de empresas israelitas. Ele disse que essa prática, les affaires, toujours [sempre, os negócios, NDT] está em contradição com as garantias implícitas dos oficiais que tratam das relações globais entre a UE e Israel.

Um pedido de Israel para o fim de 2008 foi aceite pelos 27 governos da UE para a Europa “, destaca” as suas relações com Israel, para que você pode precisar de mais um “vasto leque de actividades da União Europeia. Mas os esforços foram bloqueados por causa da invasão de Gaza.

Davies afirma que um financiamento da UE em favor da Israel Aerospace Industries “deveria ser considerado como totalmente inaceitável, incoerente e surpreendentemente ingénuo.” E salienta que há aparentemente “uma total falta de comunicação” entre os diferentes grupos de representantes da UE sobre como Israel deve ser tratado. “Onde está a reflexão comum?” pergunta.

Na altura em que a Comissão Europeia pretende que toda a sua cooperação na investigação científica com Israel seja utilizada na área civil, o governo israelita não demora a divulgar a relação estreita entre a indústria tecnologicamente próspero do País e o seu exército. No começo desse ano numa brochura intitulada “Comunicações de Israel”, publicada pelo Ministério das Indústrias, fala de “simbiose” entre os sectores de segurança e tecnologia em Israel. Muitos avanços tecnológicos – como a invenção na década de 80 de dispositivos de reconhecimento de voz para computadores do exército de Israel, resultam desta “convergência”, como afirma o panfleto.

Outros prováveis beneficiários israelitas desta nova colheita financeira europeia não escondem a maneira em que gozam dessa convergência. A filial israelita do fabricante de software SAP, que publicou informações explicando como havia fornecido para o exército de Tel Aviv equipamentos especializados. A Emza e a LiveU são outros dois exemplos de fabricantes de equipamentos de vigilância em Israel que viram os pedidos no livros das encomendas aumentar que o País tenta posicionar-se como parceiro indispensável na “guerra contra o o terrorismo” declarada pelo ex-presidente dos EUA George W. Bush.

Israel: nada de escrúpulos, é tudo normal

De acordo com Marcel Shaton, director de ISERD (Israeli Directorate for EU Framework Pogramme, órgão interface da participação de Israel no âmbito dos programas da UE) em Tel-Aviv, os Europeus não devem ter qualquer escrúpulo em financiar empresas de armamento israelitas. “É toda a investigação que suporta a produção de armamentos”, disse ele. “A tecnologia não militar é usada para os militares em todo o mundo.”

Mas Yasmin Khan, um especialista no comércio de armas da organização “Luta contra a pobreza”, a UE torna-se cúmplice na ocupação da Palestina por o facto de apoiar a indústria militar de Israel.

Observa que os UAV’s construídos pela IAI e outras empresas israelitas foram comprados por vários Países europeus aliados dos americanos na guerra no Afeganistão. “O sector militar é central para a economia de Tel Aviv” disse. “O equipamento que produz é vendido como “já foi testado em guerra”, maneira sinistra para mostrar que já foi usado nos territórios ocupados”.

53 biliões (BILIÕES) de Euros em projectos que acabarão, entre outras coisas, por facilitar a guerra de Israel? 
Afinal a crise não é para todos.

Ipse dixit.

Fonte: Comedonchisiotte

2 Replies to “Dinheiro europeu contra Gaza”

  1. Só para dizer uma coisa, tens conseguido meter montes de informação a um ritmo alucinante. Parabéns, continua assim!

  2. Obrigado Dani.

    Custa um pouco de fadiga mas é recompensada pelo número de leitores que cresce.

    E este, afinal, é um blog de informação.

    Um abraço!

    Max

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