Maionese para Gaza

Como reportámos ontem (link para o post aqui), navios de guerra americanos atravessaram o Canal de Suez rumo ao Golfo Pérsico.

As ameaças de Teheran, que está prestes a enviar um navio de ajudas humanitárias para Gaza, evidentemente surtiram o efeito.

Israel quer isolar os Palestinianos.
E até agora conseguiu, cúmplice o silêncio dos governos ocidentais que ajudam os habitantes da Faixa de Gaza com as palavras mas apoiam Israel e os Estados Unidos com os factos.

Eis as notícias de Informazione Scorretta:

O bloqueio de Gaza

Brinquedos, artigos de papelaria, utensílios de cozinha, colchões, toalhas, maionese, ketchup, laços, botões, agulhas, alfinetes e linha de costura.

Artigos que agora podem voltar a entrar em Gaza.

Esta não é uma boa notícia.

Dado que o bloqueio continua, e continua a existir e ser dependente das mãos de Israel sobre o semáforo vermelho ou verde.

É uma má notícia porque foram precisos:

  • um ataque aos navios independentes em águas internacionais, em aberto desafio às convenções internacionais
  • o desvio destes navios em território israelita
  • o saque da carga pelo exército israelita
  • a perda de 13 vidas

E tudo isso não foi suficiente para a publicação duma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que estabeleça sanções económicas punitivas contra o Estado culpado desta agressão.

Nem serviu à expulsão daquele Estado do consentimento internacional.

Nada disso.

Serviu apenas para entregar um pouco de algodão e lápis e cadernos em Gaza.

E o pior é que antes todos esses artigos não podiam entrar. Assim como não entravam, de acordo com um documento revelado pela BBC: chocolate, geleia, suco de fruta e madeira, calçados, escovas. Que, como é sabido, explodem.

O bloqueio, ou seja, a punição colectiva imposta aos palestinianos em Gaza (que, por sua própria natureza, constitui um crime de guerra), também é feito disto: bens básicos que simplesmente desapareceram. Como a geleia, que é conhecida por explodir.

As mercadorias só podem entrar por terra: o bloqueio naval persiste.

Bloqueio que vai novamente ser forçado, ou pelo menos esta será a tentativa, por um grupo de mulheres muçulmanas e cristãs, bem como trinta pacifistas europeus e cerca de 20 jornalistas. O porto de partida é provável que seja libanês. O Ministro da Guerra israelita, Ehud Barak, disse que o Líbano será responsável por qualquer partida dos seus portos de navios com destino Gaza.

Que estranho: o mesmo tratamento não foi aplicado contra Chipre, de onde os navios da Freedom Flotilla partiram. Será porque em Chipre não correm rios que possam interessar a Tel Aviv e porque em Chipre não viveu uma das 12 tribos de Israel há 4.000 anos?

Em Líbano sim, por isso explode.

Ehi, um meu antepassado vivia há 4.000 anos nos prados verdes da Baviera.
Posso inventar a captura dum parente meu na fronteira com a Baviera e atacar Munique com tiros dos tanques?

Voltando ao delírio israelita, o vice-chanceler Ayalon disse que os próximos que tentarem forçar o bloqueio serão colocados na prisão em vez de expulsos.

Poder do direito divino de Israel, que se comporta como se o mundo inteiro já estivesse abaixo do seu calcanhar.

Pois.

Completa o alegre cenário o anúncio de que Teheran enviará uma carga de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. O navio, chamado “As crianças de Gaza”, partirá no Domingo, 27 de Junho, do porto de Bandar Abbas e chegará à costa palestiniana em duas semanas, razoavelmente no Domingo 11 de Julho.

Fonte: Informazione Scorretta

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