Como uns drogados

Ainda uma opinião acerca da operação das mentes pensantes de Bruxelas.

Nada de novo, a não ser a confirmação das muitas dúvidas que existem sobre o estado de saúde da economia na qual vivemos.

Overdose de dívida

A reunião extraordinária de ministros das Finanças da UE em Bruxelas é a confirmação da gravidade da situação económica actual, situação que piorou na semana passada.

É agora claro que estamos perante a conclusão de uma longa jornada, um processo irreversível destrutivo que se tenta manter em vida tanto tempo quanto possível. Os dias passados, ao olhar para as tendências do mercado, confirmaram que nos bastidores das operações financeiras há guerras e batalhas acerca das quais quem está “de fora” pouco consegue entender, e os movimentos dos governantes e governadores claramente traíram o pânico que, como uma nuvem negra, estaciona acima das (principalmente nossas) cabeças.

Assim, se uma pessoa usa heroína ao longo do tempo sentirá a necessidade de tomar uma quantidade cada vez maior da substância da qual é dependente. À medida que aumentar a quantidade da dose também vai aumentar as chances de sofrer uma morte prematura, fato do qual não se pode escapar.

O viciado em heroína, então, tem apenas duas opções: pode tentar uma desintoxicação, enfrentando um percurso difícil e doloroso, quase insuportável, feito de prolongados e exaustivos sintomas de abstinência, ou pode continuar a tomar doses de drogas e aumentar constantemente a quantia, indo assim enfrentar a morte certa.

Os nossos governantes optaram pela segunda opção e decidiram “curar” a economia dependente da dívida com injecções de endividamento adicional, em doses muito mais significativas. E a economia, como o pobre viciado, encontrará a força para se levantar por um tempo, talvez à espera do dia de uma overdose.

Não percam a entrevista com Nouriel Roubini no próximo post!

Fontes: Tra Cielo e Terra,

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