(É com grande prazer que o blog hospeda um artigo de P.Lopes. Uma visão metafórica da realidade, com dedicatória. Muito obrigado, caro P.Lopes).
Ao meu virtual e venerável amigo Nuno
Nuno e P.Lopes estavam sozinhos no meio do pátio da prisão, estava cinzento e ameaçava chover, o vento frio quer anunciava o Outono trazia as primeiras folhas, os outros presos em redor olhavam aqueles dois no meio do pátio desolado apenas em silêncio olhando lentamente em redor e ocasionalmente um para o outro como se apenas necessitassem de comunicar com o olhar os poucos pequenos pormenores que ainda não conseguiam comunicar em telepatia.
Sabiam que seria fácil fugir daquela prisão, sabiam a rotina das viaturas que entravam e saiam, tinham na cabeça a planta de todo o edifício, os locais onde iludir a vigilância, Nuno tinha mesmo feito uma escala dos turnos dos Guardas, sabia aqueles que eram mais meticulosos e os que eram completamente baldas, os que tinham alguma réstia de humanidade e aqueles que se subornavam facilmente, olharam de frente um para o outro… E sabiam também que não tinham para onde fugir, que não tinham como sobreviver lá fora mais que duas semanas, até esgotar o pouco dinheiro, a força física e a possível ajuda de alguns amigos.
E não mais iriam ter a sua rotina, as suas discussões sobre temas alternativos, sobre teorias da conspiração, as partidas que pregavam aos outros, os sonhos que construíam e alimentavam para quando saíssem dali, como andaimes ferrugentos de uma realidade futura, a rotina por vezes estúpida parecia estranhamente deixar saudades apenas ante a perspectiva de se perder.
Sim…até poderiam fugir …mas não tinham para onde ir…
Alguns guardas no pátio começaram a olhar para aqueles dois sozinhos no meio do nada que olhavam agora de frente um para o outro em silêncio. Parecia um pacto, pareciam ter um plano, um propósito e os Guardas pareciam agora desconfiados. Nuno e P. Lopes; olharam então para os Guardas que os vigiavam… Recordaram o que conheciam do seu carácter, do que ouviram falar… até mesmo daquilo quem com eles haviam confidenciado.
O que vivia afogado em dívidas e hipotecas; o que era viciados em drogas pesadas apesar do ar gingão e saudável; o que se aproximava da idade da reforma e não tinha ninguém lá fora á sua espera; o lambe-botas do director da prisão cujo único propósito de vida parecia ser apenas o de lambe-botas…
Olharam então para os Guardas que os vigiavam … e sentiram-se livres …
P.Lopes dixit!
Ahahahah foste pegar a capa de um dos meus filmes favoritos(Shawshank) Erraste, a ideia é ir para um Zihuatanejo alternativo ainda este ano* mais não digo (e passar lá e grande parte do tempo, cá o necessário até quase deixar de o ser) mas a coisa vai e está a ser planeada e em execução.
“Guardas” existem em todo o lado, mas são diferentes, como as suas leis e chefes (é preciso estudar tudo, padrões, rotinas, leis etc) como prefiro coisas bem abertas incluindo prisões em que a maioria vive sem se dar conta, ao menos terei a ilusão de liberdade. Já não será nada mau. Mas quando quiseres(mais para o verão ou antes) vou estar aí na Costa de C. Sinceramente gostava de conhecer o adepto do Genoa que faz este blog.
nuno ou Dumfries ou Red
https://youtu.be/XLZEdhU-gGs
Meu virtual e venerável amigo Nuno , este é outro filme, mas se o objetivo é a fuga para um paraíso… um “Zihuatanejo” á altura deste “trailer” então considera este o 1.º episódio, aguardo que escrevas o próximo … 😉
Muito legal saber que Nuno e P. Lopes é um casal!
E viva a diversidade!!! 😀 😀 😀