Caso Nemtsov: as pistas tchetchena e ucranianas

Algo começa a emergir das investigações sobre a morte de Boris Nemtsov em Moscovo.

Ao que parece, os assassinos foram no mínimo dois e Nemtsov não teria sido morto na ponte perto do Kremlin.

Um dos killers já tem nome: Aslan Alkanov. Alkanov foi encontrado morto no dia 28 de Fevereiro, aparentemente suicida no quarto do hotel onde havia também um computador portátil e alguns documentos.

Alkanov fazia parte do grupo extremista islâmico-tchetcheno Doku Umarov, destruído em 2014. Após o desaparecimento do grupo, Alkanov teria começado a trabalhar como assassino pago por terceiros: tinha chegado em Moscovo via Ucrânia há pouco.

Para reconstruir o acontecido, os investigadores utilizaram as câmaras de vigilância da cidade, que deram para individuar os carros que transitaram na área na noite do homicídio. Em seguida, pediram aos automobilistas que entregassem as gravações das mini-câmaras instaladas por cima do painel de instrumentos dos seus carros (trata-se duma dotação muito difundida entre os veículos russos): isso permitiu ter várias imagens do carro utilizado pelos assassinos.

Isso permitiu num primeiro tempo que os killers eram originários do Sul da Rússia. Apesar da pista islâmica ter sido descartada desde o início, o facto de Alkanov ser um militantes muçulmano radical abre novos cenários: neste caso, a razão do acto poderiam ter sido as posições públicas de Nemtsov acerca dos acontecimentos de Paris, ligados ao massacre na redacção de Charlie Hebdo.

É uma hipótese débil, sobretudo porque não houve nenhuma reivindicação; todavia, o Cáucaso do norte é uma região que alimenta abundantemente as franjas mais extremistas do islamismo, em primeiro lugar do Isis.

Entretanto, é cada vez mais forte a suspeita segundo a qual Nemtsov teria sido assassinado num outro lugar e só depois atirado para a ponte. Praticamente ausentes as manchas de sangue, nenhuma das pessoas nas proximidades ouviu os disparos e as balas encontradas perto do corpo são todas diferentes uma das outras (Nemtsov foi morto com uma arma de pequeno calibre).

Portanto, adquire mais significado a ponte como lugar simbólico dada a proximidade do Kremlin.
Por fim, não pode ser esquecido o “pormenor” segundo o qual Alkanov tinha chegado em Moscovo tendo partido da Kiev. Não podemos esquecer quais as orientações políticas do governo da Ucrânia e quais os aliados deste País.

Uma outra das vozes (todas ainda para ser verificadas) que circulam na internet nestas horas é aquela pela qual Nemtsov teria sido morto por ordem de Dmitro Iarosh, o líder da extrema direita paramilitar ucraniana (Pravyi Sektor). O objectivo seria culpar em Putin.

E a propósito de Ucrânia: muito estranha a atitude da companheira de Nemtsov. Antes não apareceu no funeral, depois fugiu para Kiev. E as autoridades russas deixaram que saísse do País, apesar de ela ser a pessoas que ficou com Nemtsov durante a última hora da vida dele. A explicação das autoridades é que a rapariga não teria visto nada.

Ipse dixit.

Fontes: Huffington Post Italia, Giornalettismo, Pandora Tv

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