Vive la France

Duas notícias do blog O outro lado da notícia do jornalista Osvaldo Bertolino.

A primeira é a mais importante: algo está a mudar, não é novidade. 

América Latina já exporta mais do que importa da Europa

A América Latina e o Caribe registraram em 2009 superávit de e 8,5 bilhões (US$ 10,5 bilhões) em suas transações com a União Europeia (UE), revertendo a tendência de 2000, segundo dados da agência Eurostat, que indicam, além disso, que o Brasil é o principal sócio comercial dos 27 países do bloco.Entre 2000 e 2009, as exportações dos 27 países da União Europeia (UE) para a América Latina aumentaram de e 59 bilhões a e 65 bilhões, menos que suas importações, que passaram de e 54 bilhões a e 74,4 bilhões, afirma a agência europeia de estatísticas.

Desta forma, a balança comercial europeia com os 33 países da América Latina e do Caribe (ALC) passou de um superávit de e 5 bilhões de euros em 2000 a um déficit de e 8,5 bilhões em 2009.Esta mudança é o resultado de uma alta da fatura de matérias-primas latino-americanas, enquanto que o excedente em produtos manufaturados foi estável.

 região ALC representou pouco mais de 6% do total do comércio externo de bens da UE em 2009, segundo a Eurostat. O Brasil é o maior sócio comercial da UE e foi o principal destino das exportações do bloco em 2009 (33% do total), seguido do México (24%).

A primeira fonte de importações do bloco foi igualmente o Brasil (34%), seguido do México (13%) e da Argentina (11%). Entre os Estados membros da UE, a Alemanha é o primeiro sócio comercial da região ALC e, de longe, o principal exportador dos 27, com um total de e 18,5 bilhões no ano passado, ou seja, 28% do total, seguido da Itália (13%), França (12%) e Espanha (11%).(Redação com AFP – Agência IN)

De forma lenta mas inexorável, os velhos equilíbrios são substituídos por novas realidades.
Enquanto Estados Unidos e Europa mergulham numa crise profunda e sistémica, mas ainda convencidos de ser o centro do mundo, Sul America, China e Índia avançam mostrando onde está o futuro.

E a propósito de Europa. Eis um bom exemplo de solidariedade continental:

Franceses não querem ajuda à Grécia

Revolta. Este é o sentimento do francês em relação à crise económica da Grécia. A grande maioria dos franceses, em especial o parisiense, não querem pagar essa conta, uma vez que, no passado, o governo grego gastava muito mais do que podia. Para o pequeno e médio empresário, o governo grego “mentiu” na hora de discutir a sua situação económica e, agora, quer que a comunidade europeia pague sua conta.

Este cenário produziu uma espécie de discriminação contra os gregos. Tudo que esta ligado àquele pais é boicotado. Um bom exemplo disso é facilmente percebido nos restaurantes da capital francesa. Numa localidade que pode ser equiparada como a Saara de Paris, cheia de restaurantes e lojas, tudo que diz respeito a Grécia é descartado. Na Rua La Hucheitte, que fica ao lado do Rio Sena, está localizado o restaurante grego Mythos. Enquanto todos os demais estão lotados, o grego esta entregue às moscas, completamente vazio.

No que diz respeito ao custo de vida do parisiense, acontece uma situação surreal. Enquanto o preço dos alimentos se mantiveram no mesmo patamar antes da crise, os electrónicos tiveram seus preços “super reduzidos”. Na Fnac, por exemplo, é possível comprar uma TV de LCD de 40 polegadas por cerca de 600 euros (R$ 1.500). Máquinas fotográficas de última geração que, no Brasil, custam, em media, de R$ 2.000 a R$ 4.000, aqui os preços giram em torno de 250 a 400 euros. O mesmo acontece com o sector de perfumaria, cujos preços caíram, em média, 60% na comparação com os mesmos perfumes brasileiros.

Este cenário propício para compras provocou uma enchente de turistas em Paris. A cidade esta lotada de visitantes de varias partes do mundo, principalmente do Brasil, Alemanha, Argentina, EUA e Italia. São vários grupos de 20 a 30 pessoas que circulam pela cidade fazendo compras. Com isso, os lojistas daqui agradecem e os donos de hotéis também, uma vez que as lotações estão esgotadas e o custo da diária caiu cerca de 20%. Para muitos, o festival de cinema que aconteceu em Cannes foi o grande responsável por essa enxurrada de visitantes em Paris.

“Partilhar um destino comum”? “Coesão e solidariedade”? Mah…

Fonte: O outro lado da notícia

Obrigado por participar na discussão!

This site uses User Verification plugin to reduce spam. See how your comment data is processed.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.