É a noticia económica do dia em Portugal.
Mas como é lida a mesma noticia no estrangeiro?
Eis o que reporta o diário brasileiro O Globo:
A agência de classificação de risco Fitch Ratings reduziu a nota de crédito soberano de Portugal nesta quarta-feira de “AA” para “AA-“, citando o fraco desempenho orçamentário do país em 2009 e alertando que mais problemas de orçamento neste ano e em 2011 podem causar outro rebaixamento. Em resposta, o euro renovou a mínima em 10 meses contra o dólar, caindo a US$ 1,3345, a menor cotação desde maio de 2009.
Um choque fiscal considerável em um cenário de relativa fraqueza macroeconomica e estrutural reduziu a credibilidade de Portugal
Apesar o rebaixamento da nota, a Fitch disse que o plano de austeridade fiscal português é plausível, e que não espera que a instabilidade política atrapalhe a aprovação da legislação necessária.
De qualquer forma, este anúncio reforça os temores de que Portugal e Espanha entrem na crise de liquidez que ameaça a Grécia […]Após o comunicado da Fitch, o governo português pediu à oposição que apoie seu plano de austeridade de longo prazo, que será votado na quinta-feira no Parlamento, antes de ser apresentado a Bruxelas.
– É fundamental que Portugal mostre um esforço político firme na execução do seu programa de crescimento e estabilidade, com vista à correção das finanças públicas e redução do déficit por meio do aumento da competitividade externa – disse o Ministério das Finanças.
Fitch vê risco maior em 2012/2013
Apesar de positiva em relação ao plano de autoridade fiscal português, a Fitch viu, no entanto, um risco “significativo” de decepção macroeconômica, com um efeito dominó para o déficit particularmente no ano fiscal de 2012/2013.
– Um choque fiscal considerável em um cenário de relativa fraqueza macroeconômica e estrutural reduziu a credibilidade de Portugal – disse Douglas Renwick, diretor-adjunto na equipe de Dívida Soberana da Fitch.
Mas a agência disse que a possibilidade de Portugal enfrentar uma crise de liquidez é baixa.
– O rebaixamento tem mais impacto na crise de dívida soberana mais ampla do que em Portugal neste momento – disse Peter Chatwell, analista de bônus do Crédit Agricole em Londres. – A Fitch ficou no meio da Moody’s e da S&P em termos de rating, então essa redução tem um impacto material mínimo e não significa necessariamente que outras farão o mesmo – disse.