Tal como fizemos há umas três semanas, vamos espreitar as reacções adversas provocadas pelas vacinas através dos dados da Eudra Vigilance, o departamento da Agência Europeias dos Medicamentos que, lembramos, limita a recolha de dados aos Velho Continente (mais precisamente: Espaço Económico Europeu, o que não é a Europa toda) mais Reino Unido.
Para aceder aos dados, lembro o link: Database.
Novidade a respeito da anterior actualização: há os primeiros dados significativos da vacina Moderna. Poucos, na verdade, mas é um começo. Os dados da Eudra Vigilance estão actualizados ao dia 13 de Fevereiro.
Vacina Pfizer/Biontech
A vacina conhecida como Pfizer até agora provocou 54.828 reacções adversas. Lembramos: fala-se aqui de qualquer tipo de reacção, tanto grave quanto leve.
O País com o maior número de acontecimentos adversos é a Itália, seguida por Espanha, França e Alemanha. Portugal ocupa a 7ª posição com 1.517 casos.
Entre os eventos mais frequentemente notificados encontram-se perturbações gerais e/ou relacionadas com o local de administração, perturbações do sistema nervoso, perturbações músculo-esqueléticas e do tecido conjuntivo e perturbações gastrointestinais. Neste caso a tendência confirma quanto observado há 20 dias.
- casos fatais
- não resolvidos
- não especificados
- resolvidos
- resolvidos com consequências
- em recuperação
- desconhecidos
Aqui vamos observar os casos mais graves, aqueles “fatais”, “não resolvidos” e “resolvidos com sequelas”, ignorando os “não especificados” e os “desconhecidos” (atenção: os casos com desfecho definido como “desconhecido” representam uma percentagem muito significativa do total das reacções adversas).
É também importante realçar como os “casos não resolvidos” e os “casos resolvidos com sequelas” indicam na verdade um amplo conjunto de consequências, de gravidade variável: não seria correcto assumir todos estes como casos “graves” porque assim não é. Todavia, dado que estamos a falar duma vacina oficialmente “inócua” e “100% segura”, não deixa de ser interessante realçar tal aspecto.
Até a data a vacina Pfizer provocou:
- 1.385 mortes
- 22.580 casos não resolvidos
- 1.182 casos resolvidos com sequelas.
Vacina Moderna
Ainda poucos os dados da vacina Moderna.
Para já podemos observar 1.147 casos de reacção adversa, de gravidade variável.
A distribuição geográfica reflecte a logística das entregas das vacinas escolhida na Europa: neste caso, o País mais atingido é a Espanha, seguida por Holanda, Italia e França. Não está presente Portugal porque neste País a única vacina importada por enquanto é aquela da Pfizer.
Mais interessantes os dados (ainda muito limitados) acerca da tipologia das reacções adversas. Estas parecem reflectir as reacções mostradas pela vacina Pfizer, com perturbações gerais e/ou relacionadas com o local de administração em primeiro lugar, perturbações do sistema nervoso em segundo, depois perturbações músculo-esqueléticas e do tecido conjuntivo e perturbações gastrointestinais em último lugar.
Quanto aos dados acerca da faixa etária e do sexo, vale quanto afirmado anteriormente no caso da vacina Pfizer, sendo que no caso da Moderna a limitada utilização torna os dados ainda menos significativos.
Acabamos com as reacções adversas dividias por categoria. Até agora, a vacina Moderna provocou:
- 148 mortes
- 795 casos não resolvidos
- 103 casos resolvidos com sequelas.
Resumo dados Pfizer/Biontech e Moderna
Portanto, segundo os dados fornecidos pela Agência Europeias dos Medicamentos relativos ao processo de vacinação em curso na Europa, as vacinas provocaram até agora:
- Reacções adversas: 55.975 (de gravidade variável)
- Mortes: 1.533
- Casos não resolvidos: 23.375
- Casos resolvidos com sequelas: 1.285
…o que, para vacinas 100% seguras, não é nada mal.
Nota final: do database da Agência desapareceu o diagrama que dividia os casos em graves e não graves, presente na primeira actualização.
Ipse dixit.