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Covid: o passaporte vacinal

Os cientistas da Universidade de Oxford sugerem que as pessoas podem precisar de uma vacinação contra o coronavírus não uma, não duas vezes, mas sempre que quiserem viajar para fora do seu País de origem.

Os cientistas publicaram um relatório no Royal Society Journal na semana passada que reconhecia a existência de poucos dados sobre a eficiência ou durabilidade das actuais vacinas, pelo que é provável que os Países necessitem cada vez da vacinação mais recente.

Ter vacinações intermináveis quando não há indicação da sua real eficácia ou dos efeitos secundários a longo prazo pode parecer uma loucura, mas é isso que está a ser sugerido.

O diário Telegraph falou com o epidemiologista Christopher Dye, um dos principais autores do relatório, o qual afirmou:

Se a duração da protecção fosse apenas uma questão de meses, então o tipo de critérios que poderiam ser introduzidos – não estamos a dizer que deveriam ser – é que quando se viaja para o estrangeiro durante uma curta viagem curta, indo de férias por exemplo, somos vacinados para essa viagem todas as vezes.

Com certeza. Não seria possível pôr no braço de cada cidadão uma daquelas pequenas torneiras utilizadas nos hospitais para múltiplos soros? Em vez que sermos picados em cada viagem, é só ligar a vacina à torneira, abri-la e está feito. Muito mais prático, estranho que em Oxford não pensaram nisso.

Os cientistas também disseram que os passaportes vacinais são “exequíveis”, mas apenas quando é possível chegar a acordo sobre normas globais:

Um sistema eficaz de passaporte vacinal que permita um regresso às actividades pré-Covid, incluindo viagens, sem comprometer a saúde pessoal ou pública, deve satisfazer um conjunto exigente de critérios.

A Universidade já preparou 12 pontos que o passaporte tem que respeitar. Um passaporte vacinal deve:

  1. Cumprir os padrões de referência para a imunidade Covid-19 [imunidade que, como vimos, é incerta, ndt]
  2. Especificar as diferenças entre as vacinas na sua eficácia e as alterações na eficácia da vacina contra variantes emergentes [incerto também]
  3. Ser estandardizado internacionalmente
  4. Ter credenciais verificáveis
  5. Ter utilizações definidas
  6. Ser baseado numa plataforma de tecnologias interoperáveis [o que significa: digital]
  7. Estar seguro para os dados pessoais [sim, sim…]
  8. Ser portátil [e quanto é suposto pesar?]
  9. Ser acessível a indivíduos e governos [a todos]
  10. Cumprir as normas legais
  11. Cumprir os padrões éticos [LOLOLOLOLOL]
  12. Ter condições de utilização que sejam compreendidas e aceites pelos titulares do passaporte [esta sim que é bondade. Não aceitas? Então não viajas]

Outros co-autores do estudo queriam a implementação imediata do passaportes vacinal, que o Ministro das vacinas do governo britânico tem repetidamente afirmado não serem considerados (pelo menos até agora). Pena, este passaporte parece algo simpático.

Nem todos em Oxford deliram: uma professora da task force universitária sobre a Covid, Melinda Mills, alertou que tal sistema “poderia inadvertidamente discriminar ou exacerbar as desigualdades existentes”, acrescentando que “a utilização pretendida teria implicações significativas numa vasta gama de questões legais e éticas”:

Seria literalmente um passaporte para permitir viagens internacionais ou poderia ser utilizado de forma domestica para permitir maiores liberdades aos titulares?

Da “guerra contra o coronavírus” arrisca emergir uma espécie de distopia de alta tecnologia, em que os cidadãos exibem as suas identificações de vacinas e os seus resultados de risco biológico para comprar um copo de leite, ou o reconhecimento facial aprovado pelo governo para um copo de cerveja. A presunção de inocência e a liberdade são tão mentalmente reprimidas na elite política que tem sido quase totalmente esquecidas: somos todos potenciais “espalhadores de vírus”, todos sujeitos perigosos que devem ser controlados, vigiados, limitados, autorizados, multados e até presos se for o caso.

Isso tira-me do sério. Não há nenhuma certeza acerca da imunidade (o que, dito ente nós, parece terrivelmente suspeito após mais de um ano do começo da “pandemia” e, alegadamente, 112 milhões de casos no planeta), todavia fala-se abertamente dum passaporte vacinal.

Admitimos por um momento a “pandemia”, admitimos toda a versão oficial e perguntemos: o passaporte demonstraria o quê? A vacinação? Mas se nada sabemos sobre a imunidade (assim é dito) e se nem temos certezas acerca dos efeitos das “variantes” (assim é contado), é evidente como o tal passaporte só seria mais um instrumento de vigilância, tendo do ponto de vista da saúde um efeito nulo.

Neste clima de incerteza, alimentado pelos mesmos pesquisadores e amplificado pelos órgãos de comunicação, a única alternativa para qualquer indivíduo seria um continuo processo de vacinação (doutro lado sugerido pelos “especialistas”, como vimos), na esperança que a vacina consiga ser eficaz contra todas as variantes. Mas quantas vacinas do mesmo tipo pode assumir um indivíduo? Inútil procurar uma resposta, sobretudo no caso das vacinas mRNA: não há qualquer histórico de referência, a Fase III da Pfizer estará completa apenas em 2022.

Doutro lado, é evidente que o passaporte vacinal não tem uma finalidade ligada à saúde. Os principais apoiantes desta iniciativa são, entre outros, a Microsoft, a Oracle, a Mitre (ONG americana que gere centros de investigação e desenvolvimento com financiamentos federais), o Change Healthcare (Grupo Blackstone), a Rockefeller Foundation, o World Economic Forum. Espreitem os projectos Common Project e Common Pass, por exemplo.

Assim fica tudo bastante mais claro: a última das preocupações é mesmo a saúde.

 

Ipse dixit.

Imagem: Times of India