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Os presos do Coronavirus

Em 14 de Maio de 2020, o Comité Superior da Irmandade Humana promoveu um dia de jejum e oração para combater a emergência do Coronavírus. Papa Francisco aderiu à iniciativa declarando que “aceitei a proposta do Alto Comité para a Irmandade Humana para que no próximo dia 14 de Maio os crentes de todas as religiões se unam espiritualmente num dia de oração e jejum e obras de caridade, para implorar a Deus que ajude a humanidade a superar a pandemia do coronavírus”.

Funcionou? Sem dúvida. Pelo menos na Europa. Nos Estados Unidos e no Brasil um pouco menos, mas temos que ter em conta o tempo das deslocações: Deus já não é um garoto e tem muitas coisas para fazer.

Naquele mesmo dia, Don Gianluca Loda decidiu almoçar ao ar livre com quatro operários que chegaram de Treviso para realizar algum trabalho na igreja de Castelletto di Leno (mil e quinhentos habitantes, província de Brescia). Infelizmente, Don Gianluca Loda tem um estranho hábito. Na verdade, três. O primeiro é pensar com a cabeça, o segundo é dizer o que pensa, o terceiro é pensar coisas bastante diferentes das impostas pelo pensamento dominante. A receita perfeita para a catástrofe.

Don Gianluca Loda

Por exemplo, em Abril de 2017, Don Gianluca disse que está a ter lugar na Europa uma invasão islâmica planeada, estudada e calculada, denunciou a profanação de um presépio na sua aldeia, convidou as pessoas a reflectirem sobre a crise demográfica, disse que os nossos governantes, tanto em Roma como em Bruxelas, afastaram-se cada vez mais da vida concreta das pessoas e apenas se preocuparam com a grande finança, convidou a reflectir sobre a Brexit, denunciou a rendição de Erdogan à Turquia e, em polémica com o elogio politicamente correcto do diálogo, acrescentou: “Diz-se que o confronto com outras culturas e civilizações enriquece; e é verdade. Mas, permitam-me, não gostaria de mudar com a cultura e a civilização de mais ninguém; sinto-me feliz com a minha. Ainda hoje o posso dizer livremente. Mas até quando?”.

Sim. Até quando? As crónicas dizem que Don Gianluca foi recentemente acompanhado pela polícia até o hospital “para investigação”.

Hospital? Investigações? E porquê?

Porque há dias, em polémica contra as restrições impostas pelas autoridades, o citado Don Gianluca almoçou na praça, ao ar livre, como já referido. Foi multado (quatrocentos Euros), mas comeu ao ar livre também à noite (uma pizza) e voltou a reclamar o direito de pensar com a sua própria cabeça, sem ceder ao clima de terror.

Não só isso. Anteriormente, sobre as restrições impostas à Igreja Católica devido ao Coronavírus, Don Gianluca tinha dito que as autoridades eclesiásticas são “dobrada perante ao poder”, que para o governo “nós católicos contamos menos do que a bola, menos do que a Série A… menos do que os cães”. Depois, enquanto lá esteve, acrescentou reflexões como a de que “os lombardos são bons para o governo só para espreme-los com impostos”, que “os italianos são bons para que a Europa só para fazer funcionar o carro da maçonaria” e, por último, mas não menos importante, que “os católicos são bons desde que façam trabalho social e tapem os buracos do Estado”.

Agora, especificando que conheço e costumo frequentar a zona de Brescia mas que nunca conheci pessoalmente Don Gianluca e nunca tive oportunidade de falar com ele, parece-me que as suas observações, certamente expressas de uma forma bastante directa, não são assim tão descabidas. No entanto…

No entanto, num belo dia, na casa de Don Gianluca chegam a polícia local, os Carabinieri e os bombeiros (só faltavam os fuzileiros), que, depois de partirem uma janela, entram na reitoria, apanham o padre e o levam para o hospital.

O Leitor dirá: mas a Diocese não protestou? Claro que não. Pelo contrário, a Diocese divulgou uma nota na qual diz:

Parte do comportamento de Don Gianluca Loda nos últimos dias é o resultado de um evidente desconforto pessoal. Neste momento, o bispo e seus colaboradores, após um momento de escuta e com o conselho do médico assistente, concordaram com Don Gianluca em tomar uma série de medidas para recuperar uma condição pessoal mais serena o mais rapidamente possível. Nas próximas semanas, portanto, o actual pároco de Castelletto di Leno estará ausente da paróquia e será acompanhado num caminho de verificação e apoio que lhe permitirá uma recuperação total.

E Papa Francisco? Nada, mas está desculpado porque provavelmente encontrava-se num estado de êxtase entre jejum e oração.

O que significa tudo isso? Tudo isso significa, em primeiro lugar, que da próxima vez que visitarei Brescia será com máscara, luvas, botas e fato anti-contaminação, com uma imagem de Papa Francesco colada no vidro anterior do carro e uma de Bill Gates naquele posterior.

Depois, é inevitável a comparação com o que acontecia com os dissidentes da antiga URSS que eram colocados no hospital psiquiátrico porque, evidentemente, só um louco poderia estar contra o “paraíso dos trabalhadores”. Este é um dos muitos episódios que demonstram como esta pseudo-democracia se tornou há muito tempo um regime corrupto e mafioso.

E custa admitir que também faz parte deste regime o chefe do Catolicismo, que supostamente deveria obedecer à missão dada à Igreja pelo próprio Cristo no Evangelho, isto é, “fazer seus discípulos todos os povos da Terra” e não “vacinar todos os povos da Terra”. A Igreja, bem inserida nos planos globalistas, está a vender o Cristianismo aos muçulmanos dum lado e aos vacinadores compulsivos do outro.

Mas, deixando de lado a religião, não podemos esquecer que aquele de Don Gianluca não é o primeiro caso de pessoa com problemas por ter ousado contradizer a ordem estabelecida do Coronavirus. Na verdade, os casos são vários e espalhados pelo mundo fora. Alguns exemplos de presos por violação das regras de confinamento obrigatório:

A lista é quase infinita: poucos Países escaparam à loucura do Coronavirus. Don Gianluca Loda está em boa companhia. Rezemos e jejuemos.

 

Ipse dixit.