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O CDC alerta: a vacina Johnson & Johnson provoca coágulos

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA recomendou ontem, Quinta-feira, que seja preferida a vacina da Pfizer em substituição daquela da Johnson & Johnson (J&J), como relata o The New York Times.

A decisão chega após os conselheiros do CDC terem recolhido um numero crescente de provas segundo as quais a vacina da J&J pode desencadear um raro coágulo sanguíneo que está ligado a dezenas de casos e pelo menos nove mortes nos EUA no último ano. Os novos dados, segundo o CDC, mostram de facto que existe um risco mais elevado do que anteriormente conhecido.

A vacina da J&J não será retirada do mercado por enquanto. Continuará a ser uma opção para as pessoas que “não podem ou não querem” receber as vacinas mais populares da Moderna ou da Pfizer-BioNTech.

Continua o diário:

Dezenas de Países autorizaram a vacina da J&J e têm-na utilizado como parte das campanhas de imunização. Mas, embora continue a ser muito procurada em algumas partes do mundo, tem perdido popularidade devido a preocupações de segurança e à sua relativa baixa eficácia contra a Covid.

Alguns governos já se moveram para colocar restrições à vacina da J&J, devido ao risco de coagulação do sangue. A Finlândia, a Dinamarca e a Eslovénia deixaram de a utilizar, e várias outras nações classificaram-na como inferior à das vacinas da Pfizer-BioNTech e Moderna. Alguns Países também aconselharam os médicos a aconselharem as mulheres com menos de 50 anos acerca do risco potencial.

Na reunião de Quinta-feira do Comité Consultivo sobre Práticas de Imunização, os funcionários da CDC entraram em pormenores sobre a síndrome relacionada com a coagulação, identificada em 54 pessoas que receberam a injecção antes do final de Agosto no território dos Estados Unidos.

Pensa-se que as pessoas que receberam a vacina há meses não estão em risco porque o início dos sintomas ocorre tipicamente cerca de nove dias após a vacinação. Um risco acrescido para o mesmo problema foi também associado à vacina da AstraZeneca, que todavia não é autorizada nos Estados Unidos.

O que é perturbador é que a FDA (Food and Drug Administration) apenas há poucos dias tinha afirmado que os benefícios ainda compensavam os riscos. Agora a mesma FDA junta-se ao CDC e refuta esta conclusão. O risco é maior entre as mulheres de 30-49 anos, com uma taxa de “acidente” de 1 caso em cada 100.000.

A guerra das vacinas

Aquele das vacinas anti-Covid é um mercado que está a gerar um oceano de dinheiro. Mesmo nesta semana, por exemplo, o Primeiro Ministro de Portugal falou sobre a possibilidade duma quarta dose enquanto as farmacêuticas falam abertamente da vacina como dum habito anual.

Antes da “pandemia” de Covid, em 2019, o mercado das vacinas rendia 46.88 biliões de Dólares mas agora as previsões apontam para 104.87 biliões nos próximos anos. Se numa primeira fase o objectivo era aquele de convencer as pessoas a aceitar o medicamento, ocultando o verdadeiro alcance dos efeitos secundários, óbvio que agora o foco concentre-se no conseguimento das maiores fatias do mercado através da eliminação dos concorrentes.

Prova disso é o facto que a página de Wikipedia (versão inglesa) assim ainda reza:

Um risco acrescido de trombose rara e potencialmente fatal com síndrome de trombocitopenia (TTS) tem sido associado principalmente às receptoras mais jovens da vacina. Esta síndrome, marcada pela formação de coágulos nos vasos sanguíneos em combinação com baixos níveis de plaquetas sanguíneas 4-28 dias após a administração das vacinas, ocorreu a uma taxa de cerca de 7 por 1 milhão de mulheres vacinadas com idades compreendidas entre os 18-49 anos e ocorre mais raramente noutras populações (ou seja, mulheres com 50 anos ou mais e homens de todas as idades).

Estes dados foram retirados dos estudos SARS-CoV-2 Vaccine–Induced Immune Thrombotic Thrombocytopenia, publicado em 16 de Abril de 2021 pela Livraria Nacional do Congresso dos EUA, e Safety of COVID-19 Vaccines do CDC, publicado originariamente em 11 de Fevereiro de 2020 (mas o link agora apresenta a versão entretanto actualizada).

Portanto, o problema da “trombose rara e potencialmente fatal” no caso da vacina J&J era conhecido há mais de um ano.

Com a eliminação/limitação da AstraZeneca antes e da J&J agora, de facto o mercado norteamericano e europeu é deixado nas mãos de duas casas farmacêuticas, a Pfizer e a Moderna (nenhuma das quais concluiu a Fase III da experimentação) e dum único tipo de tecnologia, a mRNA.

É interessante notar também como tanto a AstraZeneca quanto a J&J são vacinas que utilizam a tecnologia do vector viral, a mesma que está na base da russa Sputnik-V e da chinesa Ad5-nCoV da CanSino (nome comercial “Convidecia”), esta última a única a ter completado a Fase IV da pesquisa e autorizada apenas numa dezena de Países.

Considerada a grande difusão da vacina Sputnik-V (autorizada em 88 Países), as suas tecnologias e origem, teremos no futuro novas “espantosas revelações” acerca do risco implícito na vacina russa? Mais difícil que este discurso possa envolver as chinesas Sinopharm BIBP (autorizada em mais de 100 Países) e CoronaVac ou a indiana Covaxin, considerado que todas estas estão baseadas na clássica e experimentada tecnologia da inoculação do vírus inactivado.

 

Ipse dixit.

Imagem: Flickr/New York National Guard