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Covid: dezasseis razões para não vacinar as crianças

No passado dia 25 de Novembro, a Agência Europeia do Medicamento autorizava a entrada no mercado da vacinação da Pfizer/BioNTech para crianças entre os 5 e os 11 anos. Poucos dias depois, em 1 de Dezembro, o Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças também aceitava a vacinação para crianças, deixando aos Países a decisão final tendo como base a situação epidemiológica local.

Em Portugal, a Comissão Técnica de Vacinação para Covid-19 da Direção Geral de Saúde fez saber no dia 7 de Dezembro que recomenda a vacinação das crianças da mesma faixa etária. Hoje, a DGS revelou a posição técnica sobre a vacinação em crianças dos cinco aos 11 anos, posição que “resulta de estudos internacionais e da consulta de outras fontes científicas” para concluir que “a avaliação de risco-benefício é favorável à vacinação universal de crianças nesta faixa etária, sendo prioritária nas crianças com comorbilidades consideradas de risco para a covid-19 grave”.

Por inciso: a posição técnica da DGS é simplesmente alucinada, mas disso falaremos num próximo artigo.

No entanto há boas razões para evitar a injecção duma vacina experimental nas crianças. Não uma ou duas razões mas pelo menos dezasseis segundo o parecer da Comissão Médica Científica independente (CMS) nascida por iniciativa da Assis (associação italiana de médicos, pessoal sanitário e advogados) e composta pelos seguintes profissionais:

A Comissão solicitou um encontro urgente com o Comité Técnico Científico que assiste o governo nas suas decisões para discutir o assunto.

Eis, segundo o CSM, as razões pelas quais é bem não vacinar as crianças:


1. Não há nenhuma emergência Covid entre as crianças.

Se estiverem infectadas com SARS-CoV-2, as crianças são geralmente assintomáticas ou têm sintomas ligeiros como demonstram os dados do Instituto Superior da Saúde (ISS) o equivalente da DGS portuguesa.

2. Não há aumento da mortalidade devido à Covid entre as crianças.

O aumento das infecções entre os jovens não causou um aumento da mortalidade. Dos 0 aos 19 anos de idade, o ISS registou até agora 35 mortes, ou seja ~20 casos/ano, o que (considerados os 10.431.663 jovens de 0-19 anos presentes em Italia) significa 1 morte por 522.000 jovens/ano, ou seja 0.19 mortes por 100.000 jovens. Isso significa 125 vezes menos do que os 2.505 jovens que morreram em média todos os anos no período entre 2015-2019.

O aumento das infecções entre os jovens não causou um aumento da mortalidade. Muitas das 2.500 mortes por ano provocadas por outras causas seriam evitáveis e mereceriam muito mais atenção. No entanto, não é uma conclusão inevitável que a vacinação teria salvo algumas destas 20 mortes/ano da Covid-19, sendo na maioria sujeitos já afectados por graves doenças.

3. Os riscos de hospitalização por Covid em crianças são muito pequenos.

O risco de admissão em cuidados intensivos é também muito baixo: 1 em mais de 46.000 diagnósticos de Covid-19, e envolvem frequentemente crianças já com outras patologias. Na Alemanha, entre as crianças de 5-11 anos sem patologias, o risco é de 1 em 50.000, e ninguém morreu.

4. A MIS-C é rara/muito rara e os sintomas de Long Covid são ligeiros.

A Síndrome da Inflamação Multissistémica Pediátrica temporalmente relacionada com SARS-CoV-2 (PIMS-TS, também chamada de MIS-C) é rara (3.16 por 10.000 crianças infectadas com SARS-CoV-2 nos EUA, onde atinge crianças negras, hispânicas e asiáticas de forma desproporcionada quando comparadas aos brancos) e muito rara na Alemanha: 1.7 por 10.000 casos positivos. Além disso, a associação com a SARS-CoV-2 é possível mas incerta, e a medida em que as vacinas conseguem impedi-la não é clara.

A duração e gravidade dos sintomas da Long Covid são semelhantes aos das doenças virais comuns, o número de sintomas parece em média até mais baixo (1.8% das crianças têm sintomas persistentes nas 4 semanas após a Covid, 0.9% das crianças após outras infecções virais respiratórias; mas em média com a Covid têm apenas 2 sintomas e 1 é frequentemente a anosmia, a perda total do olfato; com outras infecções respiratórias costumam ter 5 sintomas).

Um tratamento precoce eficaz pode reduzir a gravidade dos raros casos complicados e as consequências a longo prazo.

[nota: a Long Covid, também conhecida como síndrome pós-Covid-19, é um termo utilizado para descrever uma série de sintomas que aparecem como sequelas depois da infecção por Covid-19. Ainda não existe uma definição exata dessa doença, geralmente é descrita como um quadro clínico caracterizado pela persistência de sintomas para além das quatro semanas depois do começo da fase aguda da Covid-19: fadiga, dificuldade em respirar, dificuldade em concentrar-se, dor de cabeça, anosmia, tosse, depressão e febre baixa, ndt].

5. Mesmo ao vacinar as crianças (e todos os outros) não é alcançada a imunidade do rebanho.

É impossível alcançar a imunidade do rebanho com as vacinações actuais devido:

No último mês, a taxa de infecções por 100.000 foi cerca de 800 entre os não vacinados e 400 entre os vacinados (estes com o ciclo de vacinação concluído há poucos meses, quando a protecção está no seu nível mais elevado). Assim, mesmo que 100% da população fosse vacinada, 50% continuaria a ser susceptível à infecção.

6. As crianças não são uma das principais causas de transmissão na família.

As crianças não são um factor determinante na propagação do vírus, mesmo no seio da família.

7. As pessoas não vacinadas não favorecem particularmente as variantes e a transmissão do vírus.

A não-vacinação não promove a circulação do vírus e o aparecimento de variantes em comparação com as pessoas vacinadas a médio prazo. De facto, num ano de 52 semanas, se a criança não for infectada nunca pode infectar; se for infectada, pode infectar durante uma semana, e durante as outras 51 semanas é imune. Mesmo a criança vacinada é mais susceptível à infecção nas duas semanas que se seguem à inoculação.

8. Não é ético vacinar as crianças para proteger indirectamente os outros.

Se idosos e frágeis forem imunizados, os riscos de transmissão por parte de crianças não vacinadas são muito pequenos.

9. O número de crianças nos ensaios das vacinas é insuficiente.

O número de crianças recrutadas nas fases 2 e 3 dos ensaios clínicos (1.517 vacinados contra 751 com injecção salina) e seguidas durante apenas 2 meses é insuficiente para detectar possíveis acontecimentos adversos graves e raros.

10. Os riscos da vacinação pediátrica superam os benefícios (com algumas excepções).

Os riscos da vacinação Covid-19 em idade pediátrica ultrapassam os benefícios duma forma que é possível demonstrar, tanto nos estudos como nos poucos exemplos de vigilância activa que mostram reacções adversas graves com impacto na saúde (a partir do impedimento da normal actividade diária para cima) em ~11% de jovens entre 12 e 17 anos por causa da 1ª dose e 27% em média após a 2ª dose (Quadro 3 do documento Pdf). A AIFA (a agência pública italiana do fármaco) afirma “actualmente não existem alertas de segurança”. Mas a vigilância passiva, que faz a AIFA declarar “128 relatórios adversos por cada 100.000 doses administradas“, subestima em centenas de vezes as reacções adversas detectadas pelo CDC dos EUA com vigilância activa v-safe em adultos (Carta 97 GruppoNoGrazie, pág. 2-5) e adolescentes.

Crianças e adolescentes estariam em risco de eventos adversos, incluindo os graves, não só de forma imediata mas também possíveis a médio e longo prazo, que começam a surgir com aumentos de miocardite nos homens, irregularidades menstruais nas mulheres e doenças auto-imunes. Os eventos adversos podem aumentar com reforços, agora esperados pelo menos anualmente.

NB: os resultados mais definitivos (mortalidade total, não apenas da Covid) em ensaios clínicos com vacinas mRNA em adultos não são tranquilizadores até à data e exigiriam uma urgente investigação científica, tal como o excesso de mortalidade na faixa etária inferior a 65 anos em 2021 em comparação com 2020 que emerge na EuroMOMO (o observatório europeu da mortalidade), consistente com os dados do ISTAT (o instituto nacional italiano de estatística) 2020 e 2021 disponíveis até à data para adolescentes e jovens adultos italianos.

11. É geralmente contraproducente prevenir a infecção SARS-CoV-2 em crianças.

Isto porque os expõe ao risco de contrair a doença numa idade mais avançada, com uma maior probabilidade de êxitos mais graves, enquanto que na idade pediátrica a doença será quase sempre suave ou assintomática e produzirá uma imunidade natural persistente.

12. Com a devida cautela, a imunidade natural deve ser promovida nestes grupos etários.

As estratégias baseadas na ciência que permitem o desenvolvimento da imunidade natural em grupos com risco mínimo de Covid grave devem ser discutidas, uma vez que a imunidade adquirida através da infecção natural, segundo o actual estado do conhecimento, é mais forte e mais duradoura do que a imunidade por vacinação. Isto é de benefício individual para a criança, mas também para a sua família, avós e toda a comunidade.

13. Antes das crianças, é justo e razoável vacinar os frágeis e os idosos.

Como a OMS (Organização Mundial da Saúde) também argumenta, não seria justo vacinar as crianças quando em muitos Países os idosos e os frágeis, que mais beneficiariam com a vacinação, não podem ter acesso a ela.

14. Os conflitos de interesses tornam muitos estudos pouco fiáveis.

Os estudos publicados até agora são financiados pelos produtores; os autores são na sua maioria funcionários dependentes ou com importantes relações financeiras com as indústrias produtoras; o número de eventos é baixo no momento da interrupção/quebra antecipada da dupla ocultação nos estudos (estudos duplo-cego): cada uma destas três condições leva a um exagero sistemático dos benefícios.

15. As sociedades profissionais, financiadas por empresas farmacêuticas, não emitem directrizes independentes.

As importantes sociedades profissionais que insistem na vacinação universal das crianças recebem um substancial financiamento da indústria farmacêutica (exemplo: 52 páginas de nomes de profissionais e empresas da saúde italianos, privados e públicos, directamente financiados pela companhia farmacêutica GlaxoSmithKline durante o ano de 2019, por um total que ultrapassa os 19 milhões de Euros).

16. Ainda não está disponível nenhum tratamento para crianças afectadas por estas vacinas

Isso enquanto que as intervenções profilácticas e o tratamento precoce estão disponíveis para a Covid-19.


Em Portugal

Acrescentamos uma intervenção no âmbito da realidade portuguesa com as declarações de Jorge Amil Dias, presidente do Colégio da Especialidade de Pediatria da Ordem dos Médicos, recolhidas pela agência Lusa e publicadas pela pela CNN Portugal:

A vacinação de crianças entre os 5 e os 11 anos é “desproporcionada” e “desnecessária” e não aconteceria em “nenhuma outra doença” com “um terço da população já protegida”. […] “Cerca de 200 mil crianças já contactaram com o vírus, já adquiriram anticorpos contra o vírus, porque o contacto com a infeção causa imunidade natural. Sabendo-se que existem 600 mil crianças entre os cinco e os onze anos (segundo dados do Governo), pelo menos um terço das crianças desta faixa etária já estão naturalmente imunizadas.”

É importante realçar como estas crianças infectadas não ficaram doentes, nem morreram e “só excecionalmente, em quatro casos, precisaram de ser internadas em cuidados intensivos”.

“Qual é a necessidade então de implementar um programa de vacinação que é caro, que mobiliza recursos e que não vai acrescentar muito mais do que aquilo que a natureza está a fazer sozinha? […] Nenhuma outra doença seria passível de um programa de vacinação se tivéssemos um terço da população já protegida”

Jorge Amil Dias fala de um processo “profundamente inquinado”, diz “não tem havido muita seriedade” na discussão. Por exemplo: acerca do número de crianças em internamento ou cuidados intensivos que está a ser citado, na verdade foram incluídos jovens até aos 18 anos e não apenas da faixa que agora vai ser vacinada.

“O processo já estava inquinado desde o princípio, porque os decisores políticos anunciaram as decisões antes de perguntarem aos especialistas o que pensavam”.

Os testes? O pediatra contesta que seja feita distinção entre crianças vacinadas ou não:

“É o que acontece com todas as outras doenças: lidamos com as pessoas e tomamos atitudes quando elas estão doentes. Neste caso, estamos a lidar com as pessoas em função dos testes que fazem. Isto é desproporcionado”.

Para acabar, Jorge Amil Dias falou das vacinas que “ainda não demonstraram completa eficácia na variante [a Ómicron, ntd] e não foram ainda devidamente testadas”:

Se a imunidade se for perdendo ao fim de algum tempo, como se verificou nas pessoas que já foram vacinadas, vamos vacinar as crianças a cada três meses?

Para concluir, falta focar o ponto central de toda a questão: a vacinação, não apenas das crianças, é antes de mais uma escolha política e ideológica, não técnico-científica. Esperar que possa haver uma debate “sério” e “isento” nestas condições é ilusório.

A única questão é: desejamos envolver nisso os mais jovens, arriscando a saúde deles, para que sejam utilizados como meros instrumentos? Aos pais cabe a resposta.

 

Ipse dixit.