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Pandora Papers

A coisa funciona assim: o Leitor é uma pessoa com rendimentos bastante elevados e deseja evitar o pagamento de algumas (ou muitas) taxas e impostos. Que, efectivamente, são uma seca. Dado que o Leitor viu um pequeno castelo na Costa Azul francesa, e dado que tem consultores financeiros que conhecem o trabalho deles, vira-se para um paraíso fiscal: aqui pode abrir uma empresa de fachada em nome da qual será efectuada a compra. Vantagens? Ao fisco do País onde o Leitor reside nada será declarado e dado que a agência das entradas tem grandes dificuldades em aceder às opacas contas dum paraíso fiscal, tudo correu maravilhosamente bem: o Leitor tem agora o pequeno castelo, nada pagou de taxas e impostos.

Este é apenas um exemplo de como pode funcionar um paraíso fiscal, assunto voltado à tona após as revelações dos Pandora Papers. Esta é uma investigação jornalística do ICIJ, o International Consortium of Investigative Journalists (“Consorcio Internacional do Jornalismo de Investigação”). Vamos espreitar apenas alguns nomes da lista revelada.

Os mais conhecidos:

Em Portugal:

No Brasil:

Celebridades:

Outros:

África

Ásia/Médio Oriente

América do Central e do Sul

Europa

Os Pandora Papers não acrescentam muito a quanto já revelado por outras investigações, como os Panama Papers: temos a confirmação de que a fuga ao fisco é uma prática bastante difundida não apenas entre as pessoas no topo da hierarquia política ou da económica mundial mas também nas camadas inferiores, entre as segundas linhas.

Nas listas os nomes mundialmente conhecidos são poucos e, pelo contrário, proliferam expoentes de médias e até de pequenas realidades com pouca ou quase nenhuma relevância no plano internacional.

Outro aspecto que deve alarmar é que os paraísos fiscais são óptimos “cofres” para receitas obtidas de forma ilegal, como por exemplo os frutos da corrupção.

Não há muito mais que possa ser dito pois os Pandora Papers confirmam quanto já aprendido com os vários Panama Papers, Paradise Papers, etc.: biliões de receitas fiscais perdidos através desta forma de evasão.

 

Ipse dixit.