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Coronavirus: a vacina funciona

Boas notícias na frente da vacina: como sabemos, a empresa Moderna está a desenvolver um medicamento de nova geração contra a terrível Covid-19.

A vacina, como já lembrado nas páginas de Informação Incorrecta, explora as maravilhas da mais recente biotecnologia: uma vacina com RNA mensageiro (sintético neste caso), programado para que o nosso organismo produza proteínas semelhantes ao do Coronavírus, as mesmas proteínas (spike) que o vírus utiliza para entrar nas nossas células; uma vez que estas falsas proteínas virais tenham entrado em contacto com o sistema imunitário, o nosso corpo aprende a reconhecê-las e começa a caça contra o verdadeiro vírus.

Tudo isso em teoria. Na prática, as vacinas RNA nunca foram experimentadas antes e nem estão aprovadas para uso humano. Por esta razão, a empresa Moderna (Bill Gates & alegre companhia) está a testar tudo em voluntários, com uma vacina produzida utilizando células fetais abortadas tipo HEK 293. Em boa verdade, a vacina não poderia ser testada em seres humanos, não antes de conduzir uma série de testes em animais, como prevê o Código de Nuremberga. Mas sabemos como é, a terrível Covid-19 requer uma resposta imediata, pena o desaparecimento da nossa espécie, pelo que a Moderna começou já a testar a vacina em voluntários humanos, sem passar pelos testes em animais. O que, dito entre nós, acho muito bem: por uma vez evitemos de fazer sofrer outras criaturas por causa da nossa loucura.

Os resultados? Óptimos. Aliás, como declarou à Bloomberg o CEO da Moderna, Stephane Bancel, os resultados “não poderiam ter sido melhores”.

Os testes: um sucesso

E eis os resultados dos testes. Pegamos no relato duma das cobaias utilizadas pela Moderna, Ian Haydon, de 29 anos de idade, um dos quatro voluntários nas experiências de vacinação conduzidas em Seattle (45 em total nos Estados Unidos).

O responsável da comunicação da Moderna disse à publicação de ciência médica STAT News que a cobaia começou a sentir arrepios alguns dias depois de voltar para casa após a segunda dose, acordando à noite com febre nos 39.5ºC (nota positiva: a vacina algo faz).

Dado que já estava com náuseas e tinha dores musculares (a vacina faz várias coisas), a sua namorada utilizou a linha telefónica de emergência disponibilizada àqueles que estavam a realizar o estudo, seguindo o conselho de levar a cobaia humana ao serviço de urgências da empresa e chegando lá às 5 da manhã (a vacina trabalha 24 horas por dia).

Haydon recusou a oferta para ser levado a um hospital local e, em vez disso, regressou a casa para descansar, tomando paracetamol. Depois de dormir algumas horas, ainda tinha uma temperatura de 38.6°C. Sentindo-se enjoado, vomitou na casa de banho (a vacina evita que o paciente fique o tempo todo na cama) e depois desmaiou enquanto voltava para o quarto (a vacina proporciona períodos de descanso). A namorada, felizmente, estava ao lado e conseguiu impedir que batesse com a cabeça contra o chão (a vacina favorece os relacionamentos).

Chamado os médicos do estudo experimental pela segunda vez, Haydon decidiu outra vez ficar em casa (a vacina favorece o heroísmo) enquanto a febre começava a baixar.

Haydon escondeu inicialmente a reacção adversa. Entrevistado por Anderson Cooper, famoso pró-vacinas da CNN, só deu a entender que tinha sido “um trabalho duro de 24 horas” (a vacina estupidifica, mas só um pouco).

Na verdade, como afirmou mais tarde numa série de tweets, Haydon preferiu não revelar o horror que tinha sofrido porque tinha medo de “desencadear os anti-vax”. O que está certo: antes morto em casa que tratado num hospital para dar razão aos anti-vax.

A experiência de Haydon não é única: há outros quatro sujeitos em test que teriam tido reacções adversas à vacina, mas encontrar confirmações não é simples dado que as farmaceuticas não gostam de publicitar estes pequenos inconvenientes. Doutro lado, publicitar para quê? Afinal seriam apenas cinco casos num total de 45 testados, só um em cada nove.

Funciona? Funciona!

Pelo que, retomando as palavras do CEO da Moderna, os resultados “não poderiam ter sido melhores”.

E é verdade: o valor das acções da Moderna dispararam até 30% depois da empresa ter anunciado resultados promissores para a sua vacina contra o terrível Coronavírus. O Director Financeiro e o Director Médico Chefe da Moderna, por exemplo, venderam opções de compra e acções combinadas por cerca de 30 milhões de Dólares.

Trinta milhões? Não há dúvida: a vacina funciona.

 

Ipse dixit.