Como sabem, um dos desportos favoritos de Max é ligar os pontinhos. Às vezes acerta e nasce um bonito desenho. Às vezes o coitado erra e tudo dá em nada. Mas aos menos tenta. Agora, peguem no psicodrama do Coronavirus e ponham ao lado o termo “ID2020”. Vamos tentar juntar os pontinhos? Apertem os cintos e vamos.
Projecto ID2020
ID2020 é o nome do projecto que poderia levar à identificação digital de praticamente todas as pessoas no planeta. A expressão “identificação digital” significa a inserção de um microchip no corpo humano, algo que contém todas as informações pessoais dos cidadãos.
Pouco tem sido dito sobre o assunto nos órgãos de comunicação, mas o projecto ID2020 chegou a um estágio bastante avançado. O site oficial afirma que ID2020 é uma espécie de parceria público-privada que envolve a ONU, governos nacionais e membros fundadores, que são também os seus financiadores mais activos. Quem são os financiadores?
Os membros fundadores incluem nomes importantes como a Microsoft de Bill Gates; a GAVI, a aliança global para as vacinas e a imunização, interessada em promover o uso de vacinas em todo o mundo; e a família Rockefeller.
Na Administração do ID2020 encontramos representantes dos conhecidos do costume: JP Morgan, Banco Santander, Banco USB, Deutsche Bank, IBM, Rockefeller Foundation, Microsoft… só não encontrei a Goldman Sachs e isso deixou-me muito perplexo.
Obviamente, ID2020 é apresentado como uma mais valia para os cidadãos. Mais do que isso: um direito. Na primeira página do projecto podemos ler:
A identidade é vital para as oportunidades políticas, económicas e sociais. Mas os sistemas de identificação são arcaicos, não seguros, falta uma adequada protecção da privacidade e, para mais de um bilião de pessoas, são inacessíveis.
Pelo que: ID2020 é para o nosso bem. Tinham dúvidas? Já viram quantas pessoas e empresas privadas cheias de dinheiro pensam apenas nos nossos bem estar e direitos?
Bill!
Bill Gates, ele mesmo: o indivíduo que poucas semanas antes do começo do psicodrama previu a pandemia de Coronavirus. Olhem o acaso. Mas o que a imunização tem a ver com a identidade digital?
É aqui que podemos encontrar algo que parece saído dum livro de ficção: a identidade digital não só proporcionaria a possibilidade de incluir todas as informações pessoais dos cidadãos num microchip subcutâneo, mas ao mesmo tempo permitiria também que as vacinas fossem administradas em formato digital. Incrível? Sem dúvida. Mas real, já existe. No Estado do Texas, nos Estados Unidos, os pobres desabrigados já estão a ser usados como cobaias para testar este microchip. E o governo do Bangladesh também aderiu oficialmente a esta iniciativa no passado mês de Setembro. Dúvidas? Espreitem os links contidos neste artigo.
Bill Gates, como sabemos, é um maníaco das vacinas. Não admira: falamos dum negócio bilionário e algo mais. O simpático Bill sugere:
investir na vigilância de doenças, para incluir um repositório digital imediatamente acessível às organizações mais relevantes com regras que exijam que os Países compartilhem suas informações.
Este é exactamente o projecto que Gates está a financiar com o ID2020. Se isso se tornasse realidade, toda a informação dos cidadãos estaria imediatamente disponível neste microchip, incluindo, é claro, informações sobre as suas doenças pessoais; e os Países seriam obrigados a partilhar estas informações com as organizações “mais relevantes”. As implicações para a privacidade seriam devastadoras, uma vez que praticamente todos poderiam ser sujeitos a uma verdadeira vigilância digital em massa. E ninguém, até agora, preocupou-se em apontar o macroscópico conflito de interesses de Bill Gates que, ao promover tal instrumento, de facto daria a si mesmo um enorme poder de controle sobre a população mundial.
Embora o projecto seja apresentado sob uma capa humanitária, na realidade esconde implicações perturbadoras tanto para a questão dos lucros quanto para as consequências directas na liberdade pessoal. O microchip, de facto, permitiria àqueles que gerem o arquivo digital rastrear os movimentos de qualquer pessoa. O Big Brother digital, sob o pretexto da protecção da saúde, poderia saber em tempo real onde está uma pessoa e o que ela está a fazer.
O diário La Stampa explica quais as nossas vantagens ao falar com o director de Accenture, uma das multinacionais que participam no projecto ID2020:
A ideia, que faz parte dos objectivos da Agenda do Desenvolvimento Sustentável, é permitir a qualquer pessoa aceder às suas informações pessoais através de uma nova plataforma de Cloud Computing ligada aos sistemas públicos ou privados existentes em diferentes Países.
Em suma, não há mais passaportes, bilhetes de identidade, certidões de nascimento ou documentos em papel que comprovem a cidadania ou o estatuto de requerente de asilo. Qualquer pessoa pode provar quem ele é, e de onde ele vem, fornecendo prova da sua existência legal, ou ter disponíveis dados médicos e até mesmo dados bancários e educacionais, conectando-se, onde quer que esteja, a uma rede digital universal também acessível via app e telefone celular.
Para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados,Accenture já desenvolveu uma plataforma que permite a identificação de refugiados individuais utilizando dados biométricos de impressões digitais, íris e características faciais. O novo sistema, cuja segurança seria garantida pelo uso da tecnologia blockchain, é um desenvolvimento deste projecto que permite às pessoas registadas receberem assistência humanitária nos campos de refugiados.
“Ter uma identidade digital é um direito humano fundamental”, diz o director da Accenture, David Treat, “sem o qual você está excluído do acesso aos serviços básicos de saúde, educação e serviços bancários”.
Um sexto da população mundial paga o preço d essa privação, um terço da qual é menor, vivendo principalmente na Ásia e na África.
Mas graças ao sistema digital os mais necessitados, incluindo refugiados e deslocados, poderão, no futuro, receber os recursos e cuidados médicos de que necessitam. E, uma vez autenticados na rede global, recebem um endosso oficial para poder confirmar perante qualquer autoridade e agência dados tais como nascimento, cidadania ou nível de educação.
Tudo correcto: a miséria do Terceiro Mundo não é provocada pela falta de dinheiro, de oportunidade, de instrução, de meios de sustentação regularmente subtraídos pelos investidores internacionais; nada de guerras do petróleo, nada de corrupção, nada de dívidas internacionais: é a falta de identidade digital o verdadeiro drama destes povos. E nem vale a pena falar da trágica situação dos cidadãos dos Países mais evoluídos, obrigados a viajar com pesados passaportes no bolso.
Fiquei convencido, vou já enviar uma doação.
A GAVI
Depois há a GAVI, uma espécie de parceria público-privada à qual pertencem entidades públicas e privadas como a Organização Mundial da Saúde, a Unicef, o Banco Mundial e, obviamente, o próprio Bill Gates com a Fundação Melinda & Bill Gates. Mas a GAVI já foi acusada de não ser movida por fins de caridade.
De facto, a GAVI tem utilizado os fundos públicos recebidos dos governos de vários Países para aumentar os grandes negócios das empresas farmacêuticas que produzem vacinas, em particular os negócios da britânica GlaxoSmithKline e da americana Pfizer. Como rezava o britânico The Guardian já sete anos atrás:
MSF [Médecins sans Frontières, ndt] está preocupada que os acordos entre a Global Alliance for Vaccines and Immunisation (GaAVI) […] e empresas farmacêuticas como a gigante britânica GlaxoSmithKline e a Pfizer nos EUA, não sejam transparentes e não tenham sustentabilidade.
“Parece-nos um grande subsídio para as farmacéuticas, não há outra forma de o dizer realmente”, diz a Dra. Manica Balasegaram, directora executiva da campanha da MSF.
De facto, a GAVI financiava Big Pharma enquanto a empresa indiana de medicamentos poderia produzir aqueles mesmo medicamentos por menos dinheiro, como explica o indiano Development Today.
Coisas velhas? Nem por isso, pois ainda no passado mês de Dezembro, assim relatava MSF:
Antes da reunião desta semana da directoria da GAVI, Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu aos membros da directoria que parassem imediatamente de pagar os fundos remanescentes de um subsídio de 262 milhões de Dólares às corporações farmacêuticas Pfizer e GlaxoSmithKline para a vacina pneumocócica. A MSF pediu que os restantes fundos fossem usados para apoiar a adopção de uma vacina pneumocócica mais acessível, que deve chegar ao mercado em breve.
“A Pfizer e a GSK arrecadaram mais do que sua parcela para a vacina pneumocócica, além dos quase 50 biliões de Dólares em vendas que fizeram nos últimos 10 anos com a vacina, então é hora da Gavi parar com esse pagamento às farmacêuticas” disse Kate Elder, Assessora Sénior das Políticas de Vacinas da campanha de MSF Access. “Em vez de fazer mais dinheiro na Pfizer e na GSK, a GAVI deveria começar a apoiar os Países a prepararem-se para um fornecedor alternativo que promete preços mais baixos da vacina pneumocócica para todos os Países”.
Pelo que, há anos que a GAVI ajuda Big Pharma a realizar lucros bilionários: por baixo das declaradas intenções filantrópicas estão escondidos grandes os interesses das empresas farmacêuticas. E não só delas.
Os Rockefellers
A família Rockefeller também tem um grande interesse na identidade digital. No site do ID2020, os Rockefellers são apresentados como uma família há muito “comprometida com a promoção do bem da humanidade”. É precisa muita inconsciência ou uma boa dose de humor negro para escrever algo assim.
Para quem não está familiarizado com esta família americana, será útil lembrar o Massacre de Ludlow, de 1914, no qual uma greve eclodida nas minas de carvão de Ludlow, no Estado do Colorado, de propriedade de John D. Rockefeller, foi resolvida com um grupo de homens armados enviados pelo mesmo Rockefeller. A revolta foi suprimida com sangue e custou a vida de 2 mulheres e 11 crianças.
Já em 1918 a riqueza da família atingia o valor de 1.5 biliões de Dólares, equivalente a 322 biliões de Euros de hoje, de certeza não o fruto da prática da filantropia. Mas por qual razão esta família tem interesse na identidade digital?
Porque a filosofia dos Rockefellers assenta no sonho dum mundo em que os Estados-nações são substituídos por uma superestrutura globalista. É possível encontrar este projecto nas memórias de David Rockefeller, tardiamente falecido em 2017 com a idade de 102 anos:
Alguns acreditam que somos parte de um pacto secreto que trabalha contra os interesses dos Estados Unidos, caracterizando a mim e à minha família como internacionalistas e conspiradores com outros em todo o mundo para construir uma estrutura económica e política mais integrada, um mundo, por assim dizer. Se é essa a acusação, declaro-me culpado e estou orgulhoso disso.
Um psicopata bilionário, filho duma família de psicopata, na cuja visão de paraíso os povos não desempenham qualquer papel, mas são completamente remetidos para a vontade desta elite transnacional. Um desenho autoritário que deseja o advento de um supergoverno mundial que aniquile as nações e os poderes dos parlamentos nacionais. O projecto ID2020 seria, portanto, a ferramenta perfeita para mapear e controlar todos os cidadãos do mundo.
Repito: tudo isso parece ficção. Mas na Suécia já temos um exemplo concreto de como este microchip subcutâneo funciona: as pessoas que o enxertaram passam as mãos por baixo dos scanners para adquirir bens e serviços. O microchip subcutâneo já é uma realidade na Suécia.
Concluímos com um toque religioso? Boa ideia.
Apocalipse de João 13:16-18
E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.
Falta só uma musiquinha inquietante…
Só uma nota: o simpático nome. ID2020. O mesmo ano da pandemia (2020), enquanto ID deve estar por IDiots, que somos nós. Business Insider, 19 de Março de 2020:
“As coisas estão um pouco confusas neste momento”, acrescentou Gates, acrescentando que a Universidade de Washington em Seattle estava “a fornecer milhares de testes por dia, mas ninguém está ligado a um sistema de rastreamento nacional”. […]
Gates também apoiou a ideia de monitorizar mais de perto os movimentos dos pacientes com Coronavírus confirmados. “Sempre que há um teste positivo, deve ser visto para entender onde está a doença e se precisamos fortalecer o distanciamento social”, disse. “A Coreia do Sul fez um excelente trabalho, incluindo o rastreio digital dos contactos.”
Pois é: a Coreia do Sul criou um sistema que rastreia os movimentos dos contagiados, tornando os dados publicamente disponíveis num site do governo e enviando mensagens às pessoas que possam ter-se cruzado com elas. Coronavirus, vacinas, microchip… ligaram os pontinhos?
Ipse dixit.