Rezam as Nações Unidas:
O Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular (GCM) é um acordo negociado entre governos, preparado sob os auspícios das Nações Unidas, que abrange todas as dimensões da migração internacional de maneira holística e abrangente.
Bom, se for holístico então podemos ficar descansados. Aliás, esta era a minha principal dúvida ao acordar de manha: “O [wiki title=”Global Compact for Migration” base=”EN”]CGM[/wiki] é holístico?” Sim, é. É holístico e criminoso, até que vários Países recusam assina-lo.
A conferência das Nações Unidas para adotar o pacto será realizada em Marrakesh, Marrocos, de 10 a 11 de Dezembro de 2018. Existem 23 objetivos listados no projecto. Entre os outros: recolha e uso de dados detalhados e anónimos para desenvolver políticas de migração baseadas em evidências, garantir que todos os migrantes tenham provas de identidade, potenciar a disponibilidade e a flexibilidade para favorecer a migração, garantir que os migrantes acessem aos serviços básicos, prever a plena inclusão dos migrantes no tecido social.
Áustria, Austrália, Bulgária, Croácia, República Checa, República Dominicana, Estónia, Hungria, Itália, Polónia, Eslováquia, Suíça e Estados Unidos não irão assinar o acordo. Justo assim.
Mais uma vez: o que está em causa não é o direito à imigração. Eu sou imigrante. Verdade, não fugi de fome e da guerra, não vim para Portugal à procura de sobrevivência. Mesmo assim, deixei o meu País e inseri-me numa realidade diferente, portanto seria absurdo se eu fosse contrário à ideia de emigração. Além disso, acho que sobretudo numa sociedade como a nossa, que anula as distâncias e os tempos, acho uma mais valia a possibilidade de conhecer outros Países de forma mais aprofundada, não apenas como simples turistas. Portanto: emigração? Sim, sem dúvida.
Mas é preciso distinguir entre emigração e comércio de escravos. Nas 34 páginas do GCM, nem uma é dedicada a esta prática desumana: o assunto nem sequer é citado, sendo o documento todo focado nos “deveres” e nas “boas práticas” dos Países acolhedores. Ao ler o documento fica-se com a impressão que os imigrantes consigam aparecer de forma quase milagrosa nos novos Países.
Depois haveria outros “pormenores”: o documento não distingue entre imigração ilegal e legal, bem como entre imigração económica e humanitária. Mas isso para mim até é secundário: o que tem que ser realçado é que com o seu silêncio a ONU apoia e favorece o comércio dos escravos.
Pergunta: quem é o autor deste criminoso documento?
O autor tem um nome: [wiki base=”EN”]Louise Arbour[/wiki], Ordem do Canadá, Orden National do Quebec, Comendadora da Ordem Nacional da Legião de Honra de França, Grande Prémio do Conselho Gay e Lésbico do Quebec, Representante Especial para a Migração do Secretário-Geral da ONU. Quem é este sujeito que está a negociar com os vários Estados o CGM?
Canadiana, no final dos anos ’90 era o procurador-chefe do Tribunal Internacional de Haia por crimes de guerra na antiga Jugoslávia. Ela apoiou os americanos e os britânicos no duvidoso [wiki title=”Massacre de Račak”]massacre de Racak[/wiki], usado como um gatilho para justificar a guerra “humanitária” da Nato contra os sérvios.
Nos últimos anos tem sido indicada como possível líder dos [wiki title=”Partido Liberal do Canadá”]Liberals[/wiki] canadianos, o partido de centro-esquerda do Parlamento de Ottawa. Uma “progressista”, óbvio. No papel de Representante Especial da ONU defende o Global Compact, apoiando teses muito próximas às do “filantropo” George Soros:
Não há dúvida de que o Ocidente precisará importar recursos humanos em todos os níveis. A ideia de que os chamados “migrantes económicos”, ao contrário dos refugiados, entrem nos Países ocidentais para roubar empregos ou abusar do sistema de assistência social, é negada pelos factos.
Quais factos? Tá bom, não importa. O que conta é reter que aceitar a imigração não é um simples acessório, é um dever. Não admira: a canadiana não apenas compartilha as ideias de George Soros, mas também é amiga de longa data dele. Em 23 de Junho de 2010, em Budapeste (Hungria), na sede da Central European University (universidade fundada pelo “filantropo”) a Arbor foi premiada pelo próprio Soros.
Louise Arbour foi também presidente do [wiki]International Crisis Group[/wiki] (“Grupo de Crise Internacional”, ICG) de 2009 a 2014. Trata-se duma organização não-governamental, sem fins lucrativos e transnacional, fundada em 1995, que “realiza pesquisas no âmbito dos conflitos violentos e propõe políticas para prevenir, mitigar ou resolver tais conflitos”. George Soros não apenas fundou o ICG com uma doação, também está presente no Conselho desta ONG, junto com o filho Alexander e:
- Robert Malley, também no [wiki]Council on Foreign Relations[/wiki], ex Administração Clinton e Obama
- Lord George Mark Malloch Brown, ex [wiki]Banco Mundial[/wiki], ONU e Ministro no governo do inglês Gordon Brown
- Fola Adeola, [wiki title=”World Economic Forum”]Fórum Econômico Mundial[/wiki], [wiki base=”EN”]Aspen Institute[/wiki]
- Carl Bildt, ex Primeiro Ministro da Suécia, hoje [wiki]RAND Corporation[/wiki], consultor do presidente ucraniano Petro Poroshenko
- Frank Giustra, da [wiki title=”Fundação Clinton”]Clinton Foundation[/wiki]: foi ele que produziu o documentário Fahrenheit 9/11 de [wiki]Michael Moore[/wiki].
É desta escumalha que faz parte a simpática Louise Arbour, é esta escumalha que determina as políticas da ONU.
Ipse dixit.
Fontes: Global Compact for Safe, Orderly and Regular Migration, International Crisis Group, Oltre La Linea