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Covid: as novas medidas do Governo

Portugal volta a uma situação de calamidade com uma série de medidas que, mais uma vez, limitam as liberdades individuais. A declaração é acompanhada por um curto documento Pdf, que merece ser analisado.

Nas primeiras quatro páginas é repetido até a exaustão que “Graças ao sucesso da vacinação, estamos melhor do que outros países”, tudo acompanhado por gráficos. Portugal, por exemplo, tem 87.78% de pessoas vacinadas. Não é explicado se com uma ou duas doses, mas tudo bem. Nem fica muito claro por qual razão:

… mas ainda tudo bem, estes são apenas pormenores.

Nas sucessivas quatro páginas é novamente repetido ad nauseam que “Graças ao sucesso da vacinação, estamos melhor do que há um ano”. Portanto não pode haver dúvida: a vacinação foi um sucesso e não se discute mais disso.

Dado este sucesso, seria lícito esperar que a vida pudesse regressar à normalidade, acompanhada por indicadores que mostrassem os números deste sucesso. Mas não é isto que acontece. É exactamente o contrário.

Página 11: “Não obstante o sucesso da vacinação, estamos a entrar numa fase de maior risco” devido, como é explicado, a factores quais o crescimento da pandemia no resto da Europa, a proximidade do Inverno e a época de convívios familiares e festivos. Tudo isso não deveria ser um grande problema: a vacinação foi um sucesso. A pandemia cresce na Europa? Mas nós temos a maior taxa de vacinação! O Inverno? O que tem a ver com a Covid? Convívios e festas? Sim, mas 87.78% das pessoas são vacinadas, portanto…

Nas quatro páginas sucessivas: “A situação está a agravarse”.

Pronto, já percebemos: são aqueles criminosos dos não vacinados. Verdadeiros miseráveis individualistas espalhadores de pragas, são eles que impedem um sucesso total da campanha da vacinação. Portanto, eis as medidas introduzidas que, como é claro, irão atingir prioritariamente os não vacinados: pelo contrário, os que receberam a vacina podem gozar de festividades normais, como é justo que seja.

Portanto: máscara para todos. Ok, não é um grande esforço. 

Justo: sem o certificado fica-se de fora. Assim aprendem os não vacinados que não podem entrar nem com um teste feito na hora. Os vacinados, pelo contrário, podem entrar à vontade, sem testes e espalhar o vírus. Porque, como sabemos, um vacinado pode ser positivo e transmitir o vírus. Mas isso não parece ser um grande problema.

Curioso: assim sabe-se que um vacinado pode ter Covid e transmiti-la. Então por qual razão nada de testes em restaurantes, estabelecimentos turísticos e alojamento local, eventos com lugares marcados e ginásios? A intenção é punir os não vacinados ou travar a propagação do vírus?

Esta é uma medida que faz sentido na óptica da prevenção.

Então vamos encerrar tudo só depois das festividades? Qual o sentido? Esta medida, eventualmente, deveria ter início antes do dia 24 de Dezembro e continuar até o dia 2 de Janeiro. Feita a partir do dia 2 do próximo ano evita a altura em que maior será a concentração das pessoas.

E por qual razão fechar os trabalhadores vacinados em casa entre 2 e 10 de Janeiro se entre 1 de Dezembro e 1 de Janeiro podem tranquilamente entrar em todos os espaços públicos sem um teste e espalhar alegremente o vírus ou ficar infectados?

Aliás, a pergunta com mais sentido seria: por qual razão fechar tudo aos vacinados também? A vacinação não foi um sucesso? Sim, foi: foi um sucesso, Portugal está entre os Países europeus que mais vacinaram, pelo que estamos de volta ao estado de calamidade para todos….

 

Ipse dixit.