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Agora já não há limites

O mundo está em choque. Paciência, depois passa.

O que fica:

• Joe Biden como Presidente temporário, enquanto na garagem Kamala aquece o motor.

• Donald Trump censurado pelos vários Twitter, Facebook, etc.

• A polícia que abre aos manifestantes.

• Duas alegadas bombas que ninguém viu e que, obviamente, não explodiram.

• Recolher obrigatório até 21 de Janeiro (data da tomada de posse) em Washington.

• O “povo a lutar pela democracia” em Ucrânia, Síria, Rússia, Venezuela, Hong Kong… de repente “terrorista” nos EUA.

• Mike Pence que trabalha para promulgar a 25ª Emenda e retirar o actual Presidente do cargo alegando que é “mentalmente instável”.

• Os últimos Republicanos dissidentes que baixam os braços.

• A China que apoia os Democratas, em linha com o guião.

• Os órgãos de informação europeus compactos em condenar o “ataque à democracia” com uma cobertura mediática enjoativa.

• O regime de israel que doutro lado do planeta bombardeia mais uma vez Damasco.

• Quatro mortos.

O resto é coreografia: o que vimos foi um bom exemplo de guerra híbrida ao vivo e a cores. O actual Presidente jogou muito mal as suas cartas, independentemente de ter sido ele ou não a razão dos tumultos (o seu discurso antes da marcha até foi dos mais “contidos”): ganhou a elite globalista de Biden contra a elite “da velha guarda” de Trump; aquela da Finança contra a da produção. A normalização tem agora as portas bem abertas com tanto de passadeira vermelha; carta branca para um processo de limpeza que acabará só quando assim Wall Street e companhia decidirem.

O “farol mundial da Democracia” saí politicamente ainda mais fragmentado depois de ontem? As pulsões secessionistas podem ter encontrado nova linfa? É provável, mas isso não tem muita importância: uma eventual secessão seria algo bom para encher as páginas dos jornais e no futuro os livros de história, mas do ponto de vista prático seria insignificante. Os Estados Unidos como expressão geográfica deixaram de ter relevância, hoje em dia não se governa com as tropas no terreno mas com a Bolsa e o digital.

Sinceramente não há muito que possa ser acrescentado: em boa parte é um déjà vu. Sem dúvida, nos próximos meses teremos a possibilidades de analisar, esmiuçar, ir até ao mais ínfimo pormenor com “revelações” num sentido e no outro. Mas a extrema síntese é que foi removido o último obstáculo, de forma espectacular mas necessária: agora já não há limites. Vai ser divertido, vai. E isso não que não passa.

 

Ipse dixit.