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O terrorismo sionista berço de israel: para não esquecer

Agora que os astros assim decidiram, voltemos a falar dum assunto que há muito tem sido negligenciado nestas páginas por minha responsabilidade.

Estamos no mês de Dezembro, um mês de felicidade segundo os Cristãos, um mês particularmente triste na óptica do povo palestiniano: foi precisamente Dezembro a ser escolhido, há muitas décadas, como mês para concentrar uma série de ferozes ataques contra os cidadãos da Palestina:

A resposta do Estado israelita contra os ataques dos ferozes Palestinianos? Não, porque estamos em 1947 e o Estado de israel ainda não existe. A actividade terrorista de Dezembro de 1947 foi a lógica consequência da decisão da Assembleia das Nações Unidas que, no mês de Novembro, tinha aprovado a Resolução no. 181 que previa a criação de um Estado judeu. Uma vez obtida a luz verde da ONU, israel atacou os civis com meios puramente terroristas para alimentar um clima de medo e “libertar” quantas mais terras possível. Os ataques eram planeados e sistemáticos, não fruto de acções isoladas: faziam parte do Plano Dalet (ou “Plano D”), que oficialmente tinha como âmbito a defesa e controlo do território do futuro Estado israelita e dos colonatos judeus em risco do outro lado da fronteira. Na verdade o plano, longe de ser “defensivo”, previa a possibilidade de ocupar “bases inimigas” colocadas para além da fronteira e a destruição de aldeias (“atear fogo, explodir e plantar minas nos escombros”) expulsando os seus habitantes. Um plano directamente responsável por massacres e acções violentas contra os civis numa operação de limpeza étnica. A comunidade internacional estava consciente desta limpeza étnica, mas decidiu, especialmente no Ocidente, não entrar em conflito com a comunidade judaica na Palestina.

A limpeza étnica não consistia apenas em aniquilar uma população e expulsá-la da terra: para que fosse eficaz, era necessário apagar as pessoas da história e da memória, por exemplo com a destruição de fotografias da época, documentos e testemunhos da vida e da cultura palestiniana. E isso foi feito em mais de 530 aldeias evacuadas ou completamente destruídas.

Estas operações, que continuam até hoje, assumem diferentes formas e nomes, sendo actualmente chamadas de “transferências”. Na altura, os refugiados palestinianos fugiram para diferentes locais em volta do Estado de israel, a maioria num raio de 200 km das fronteiras, acolhidos pelo vizinhos Estados árabes; alguns foram para a Palestina, aceitando viver nos campos de refugiados construídos especificamente pelas agências da ONU; outros ainda dispersaram-se pelo mundo fora. É a Al-Nakba, “o desastre”, termo com o qual os Palestinianos lembram o êxodo durante o qual mais de 700.000 pessoas tiveram que fugir das suas cidades e aldeias, sendo-lhes posteriormente negado qualquer direito de regressar às suas terras.

Mas a vaga desencadeada em Outono de 1947 não era a primeira: o terrorismo tinha sido a arma de eleição nas décadas dos anos ’30 e ’40, quando ainda um Estado de israel formalmente nem existia. Se é verdade que as imigrações de judeus para a Palestina já tinham sido registadas desde o início dos anos 1900, é igualmente verdade que, com a Declaração de Balfour de 2 de Novembro de 1917, elas se intensificaram. O então Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Arthur Balfour, escreveu a Lord Rothschild, o principal representante da comunidade judaica inglesa e referente do movimento sionista, para comunicar que olhava favoravelmente à criação de um “coração judeu” na Palestina, tendo em vista a colonização judaica do território. Então, quanto mais a data da criação oficial dum Estado israelita se aproximava, tanto mais se intensificavam as operações para reprimir qualquer resistência dos Palestinianos e expulsa-los das suas terras, podendo assim aumentar tanto o controle quanto a extensão do futuro Estado.

A seguir uma lista de ataques contra a população árabe, perpetrados pelos sionistas nos anos imediatamente anteriores à declaração do Estado israelita. Não é uma lista exaustiva: aqui são lembrados apenas os eventos que mais marcaram a memória colectiva.

A acabam aqui os massacres terroristas pré-Estado de israel. A partir de Maio de 1948, os massacres continuarão (ainda Haifa, Jerusalém, Tabra Tulkarem, Al Hadar…), mas serão perpetrados tanto pelas milícias paramilitares sionistas quanto pelas forças regulares de Tel Avive.

 

Ipse dixit.

Nota: Recomendo a leitura de Palestina – israel: 10 Respostas Documentadas.