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Dados: menos vacinas menos mortes?

Durante o confinamento obrigatório (o lockdown), houve uma queda de 30% na mortalidade infantil nos Estados Unidos de América. Isso é: a Síndrome da Morte Súbita (SMSL o acrónimo português) desaparece magicamente quando as crianças perdem as visitas dos pediatras e não são logo vacinadas.

Não é um teoria da conspiração, é o fruto duma análise baseada nos dados do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) e National Center for Health Statistic Mortality Surveillance Sistem. Explica o documento:

As taxas de mortalidade por todas as causas variam muito e de forma algo previsível. A variação mais pronunciada ocorre por faixas de idade (a maioria das mortes ocorre nos idosos) e por época do ano e, em menor grau, por geografia. As mortes por todas as causas são cíclicas, normalmente aumentando nos meses de Inverno e na “época da gripe” e depois diminuindo para níveis mais baixos à medida que chega o tempo mais quente. Na medida em que as taxas de mortalidade variam de região para região, tal deve-se sobretudo a diferenças na composição etária dos residentes.

A análise foi conduzida pela organização Age of Autism, que trata da doença conhecida como autismo. Não é um ponto de vista imparcial, pois Age of Autism olha com desconfiança para as vacinas. Mas os dados utilizados, como afirmado, são os oficias e a bibliografia anexada confirma:

Desde o início de Março, as mortes começaram a diminuir drasticamente [em comparação com a taxa de mortalidade esperada para as crianças, ndt], dum nível esperado de cerca de 700 mortes por semana para menos de 500 em meados de Abril e durante todo o mês de Maio. Enquanto as mortes prematuras aumentavam entre os idosos nos lares de Manhattan e em locais semelhantes em todo o país, algo misterioso estava a salvar a vida das crianças. Com a chegada da Primavera à América, com as enormes convulsões na vida familiar num período de isolamento quase total, morreram cerca de 30% menos crianças.

A análise apresenta muitos gráficos que apresentam vários factores relacionados com a morte no País (faixas etárias, geolocalização, etc.), mas um em particular desperta o interesse:

De facto, os dados são extremamente claros: houve uma acentuada queda na mortalidade entre as faixas etárias mais jovens.

Obviamente, os autores perguntam-se: o encerramento das escolas teve um efeito protector sobre os adolescentes, que ficaram menos expostos a situações de risco de todo o tipo?

Na verdade não é bem assim: ao descompor as estatísticas, podemos ver que nada muda para as crianças em idade escolar. As mortes só diminuíram significativamente entre os bebés com menos de um ano de vida. Entre as crianças com mais de 1 ano e os 14 anos, as estatísticas permaneceram inalteradas.

Praticamente toda a mudança aconteceu entre os bebés. De alguma forma, o padrão alterado da vida americana durante o lockdown salvou a vida de centenas de recém nascidos: mais de 200 por semana.

Por qual razão costumam morrer as crianças nesta idade? Basicamente ou por causa duma patologia congénita conhecida ao nascimento (0.32 por mil), ou por acidentes (0.31) ou até mesmo por homicídio (0.007). Mas o caso dos bebés saudáveis que morrem inesperada e inexplicavelmente, fenómeno catalogados como SMSL, é uma das duas principais causas de morte dos bebés entre 1 mês e 1 ano: 0.32, a par das doenças congénitas.

A análise:

Temos relatórios anedóticos de médicos de Urgência que observaram um declínio nas SMSL. Um médico que disse poder ver 3 casos de SMSL numa semana típica não viu casos desde o início da pandemia e do subsequente confinamento.

O que mudou neste período? Não sabemos. Ou talvez sim.

Durante o período de lockdown, os funcionários da saúde pública acusaram os pais de não levarem os filhos a clínicas pediátricas para fazer os exames regulares de saúde infantil. Na edição de 15 de Maio do Mortality and Mortality Weekly Report do CDC, um grupo de autores relatou uma queda acentuada nas encomendas de vacinas e uma queda nas doses pediátricas administradas. Estas diminuições começaram no início de Março, por volta da altura em que a mortalidade infantil começou a diminuir.

A Organização Mundial de Saúde emitiu um comunicado de imprensa no dia 22 de Maio, assinalando que “desde Março de 2020, os serviços de imunização de rotina para crianças foram interrompidos à escala mundial, o que pode não ter precedentes desde o lançamento dos programas de imunização alargados na década de 1970.”

Pelo que, seria interessante observar as eventuais variações nas taxas de Morte Súbita também em outros Países. Se o fenómeno registado nos EUA estivesse presente também em outras realidades, e se fosse possível excluir outras causas, talvez seria possível construir uma pergunta muito mais específica: estarão menos crianças a morrer porque os pais estão a saltar as vacinas infantis de rotina? É supérfluo realçar a extrema urgência desta questão.

Obviamente a análise tem sido atacada com formas de desprezo e raiva impressionantes. Algo sem sentido pois os dados estão aí, por enquanto não há uma explicação, a falta das vacinas é uma tentativa de encontrar uma resposta: se alguém tiver uma resposta melhor, que avance, qualquer explicação lógica e comprovada será bem aceite porque estamos a falar de salvar vidas.

Conclui a análise:

O que ninguém teria previsto antes da Covid19 é que a resposta ao lockdown produziu uma experiência natural que, na realidade, põe em causa as próprias acções – vacinas amplamente difundidas e obrigatórias para todos – que a comunidade da saúde pública tem vindo a promover desde há anos. Deveríamos lamentar a morte dos idosos residentes nos lares de idosos de Manhattan, mas também ter em conta as centenas de mortes infantis evitadas. Só com esse tipo de equilíbrio poderemos retirar as devidas lições da pandemia e dos bloqueios que se lhe seguiram.

 

Ipse dixit.