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Coronavirus e Gripe Espanhola

Já realçado por P.Lopes e postado nos comentários por José, vou republicar o vídeo do Prof. Tilly pois julgo ser de extrema importância. A seguir duas notas acerca da gripe Espanhola.

Antes o vídeo. Se ainda não assistiram, façam o favor de assistir ate ó fim.

Já escrevi ao Prof. Tilly para dar-lhe os parabéns e, como é óbvio, desejo agradecer P.Lopes e José também. Mas agora falamos da Gripe Espanhola, citada no vídeo.

Uma boa fonte de notícias (datas, dados, etc.) pode ser a página de Wikipedia, que por uma vez quase não tem razão para distorcer os factos. “Quase” porque há um parágrafo hilariante, Segunda onda pandêmica mortal que assim reza:

A segunda onda da pandemia de 1918 foi muito mais mortífera que a primeira. A primeira onda se assemelhava às epidemias típicas de gripe; os que estavam em maior risco eram os doentes e os idosos, enquanto que as pessoas mais jovens e saudáveis se recuperavam facilmente. Em agosto, quando a segunda onda começou na França, Serra Leoa e Estados Unidos, o vírus havia se transformado em uma forma muito mais mortal. Outubro de 1918 foi o mês mais mortal de toda a pandemia, ocasionando 195.000 mortes só nos Estados Unidos.

A maior gravidade foi atribuída às circunstâncias da guerra. Na vida civil, a seleção natural favorece um leve desgaste. Os muito adoentados permanecem em suas casas e os que estão levemente doentes continuam com suas vidas. Nas trincheiras, a seleção natural foi revertida. Soldados com um leve desgaste permaneceram onde estavam, enquanto os gravemente enfermos foram enviados em trens lotados para hospitais de campo lotados, espalhando o vírus mais mortal.

Pelo que, foi culpa dos comboios, pois é sabido que um soldado em trincheira tem uma esperança de vida bem superior àquela num vagão. Se os redactores de Wikipedia não fumassem coisas pesadas, talvez pudessem entender que é totalmente desconhecido o número de contagiados com sintomas leves mortos em combate. Não esquecemos a extrema proximidade vivida nas trincheiras e o facto das condições higiénicas nestas últimas (em particular naquelas dos aliados ocidentais) forem péssimas, bem piores daquelas dum qualquer comboio ou dum hospital de campo.

Em frente, para falar dum assunto que Wikipedia ignora.

Frederick Taylor Gates (1853-1929) não parece ser um ancestral do simpático Bill Gates, sempre seja louvado. Frederick era accionista da Standard Oil e consultor próximo de John D. Rockefeller, para o qual inventou e organizou o sistema das “doações filantrópicas”, isentas de impostos (e que permitem aos bilionários reduzir o seu rendimento tributável, evitando o escalão superior de tributação).

Foi assim que nasceu a Fundação Rockefeller em 1913: o primeiro instrumento em que, sob o disfarce da caridade, os bilionários americanos dum lado poupam dinheiro e do outro influenciam a pesquisa médica e até as decisões dos governos. Todas as outras “fundações” (como a Open Society do simpático George Soros) são criadas com base naquele modelo original.

Sob a direcção de Frederick Gates, a instituição filantrópica financiou três vertentes: a Medicina, as Ciências Sociais (o controlo da opinião pública através da sociologia) e as Eugenia.

A Eugenia, a selecção científica dos “melhores” (no sentido darwiniano) e a esterilização dos “piores”, foi notoriamente praticada nos EUA muito antes da Alemanha de Hitler. Em 1909, pelo menos três Estados (incluindo a Califórnia) aprovaram leis que obrigavam à esterilização de elementos “inadequados” das classes subalternas. A Carnegie Institution, a Rockefeller Foundation e a família Harriman (sector ferroviário) financiaram sistematicamente as cátedras da “Ciência Eugénica”, que por isso surgiram como cogumelos em Stanford, Yale, Harvard e Princeton.

Não acaso, no seu livro Mein Kampf de 1924, Hitler elogia a ideologia eugénica americana. Já em 1926, a Fundação Rockefeller financiou amplamente o Instituto Kaiser Wilhelm de Antropologia, Hereditariedade Humana e Eugenia em Berlim, que mais tarde inspirou e conduziu experiências eugénicas no Terceiro Reich. Após a Segunda Guerra Mundial, em 1949, um prestigiado membro do Instituto Kaiser Wilheml em Berlim, Otmar Freiherr von Verschuer, foi nomeado membro correspondente da nova Sociedade Americana de Genética Humana, organizada por eugenetistas e geneticistas americanos. Verschuer tinha sido o mestre de Joseph Mengele.

Mas qual pode ser a ligação entre este Gates e a Gripe Espanhola? Como sabemos a Espanhola deve o seu nome não ao facto de ter tido origem na Espanha mas porque naquele País, onde não vigorava a censura militar, surgiram as primeiras notícias acerca da pandemia. Pelo contrário: qual foi o verdadeiro berço da Espanhola?

Os pesquisadores hoje concordam que um dos possíveis berços da Gripe Espanhola foi no Condado de Haskell, precisamente na base militar de Fort Riley, em 1918. Como demonstrado pelas autópsias dos mortos exumados, os óbitos não foram provocados pelo vírus da gripe, mas por uma consequente infecção bacteriana pulmonar de estreptococos. E a Fundação Rockefeller tinha distribuído amplamente (também no Reino Unido) uma quantidade de vacinas, incluindo a anti-meningocócica, para prevenir epidemias entre as tropas. Vacinas completamente experimentais, concebidas e fabricadas de forma aproximada.

Voltemos para 1918, em Fort Riley (na altura Camp Funston), no Kansas. Aí mesmo, a Fundação Rockefeller administrou a vacina contra a meningite bacteriana a 4.700 soldados, uma vacina retirada de soro de cavalo. Aí mesmo trabalhava Frederick Gates que relatou o assunto no A report on antimeningitis vaccination and observations on agglutinins in the blood of chronich meningococcus carriers (“Um relatório sobre a vacinação e as observações de antimeningite sobre as aglutininas no sangue dos transportadores crónicos de meningococo”), disponibilizado para publicação em 20 de Julho de 1918.

Em Fort Riley a doença manifestou-se imediatamente, no mesmo dia em que a terceira vacinação foi subministrada, e de forma explosiva.

Isso significa que a Gripe Espanhola foi obra dos Rockefeller? Não, de todo. Há fortes evidências segundo as quais a doença pode ter tido uma origem estadounidense mas já circulava em forma mais leve em 1917. E nem pode ser excluída categoricamente a origem numa outra zona do globo, como Reino Unido ou China. Pelo que, a Gripe Espanhola foi um evento natural.

O que não deixa de ser curioso é que o primeiro surto em terras americanas aconteceu cedo (pelo menos desde Janeiro de 1918) e na mesma base militar onde eram subministradas vacinas experimentais sob a supervisão duma instituição (Rockefeller) que perseguia os objectivos da Eugenia. Coincidências, sem dúvida.

Depois as tropas de Fort Riley costumavam viajar até Europa e a origem do surto francês foi Brest (Agosto de 1918), um dos principais portos onde desembarcavam os soldados americanos. É aqui que começa a segunda vaga, a mais mortífera.

Considerados os meios bastante primitivos, não é possível imaginar um “vírus” construído para matar. Repetimos porque é importante: a Gripe Espanhola foi um evento natural. E nem podemos esquecer as condições da época, com uma guerra mundial em curso ou a falta de antibiótico. Mas não deixa de ser curiosa a concomitante presença duma vacina experimental no mesmo lugar onde foram encontrados os primeiros casos de Gripe Espanhola nos Estados Unidos e o nascimento da segunda e mortífera vaga numa das cidades através das quais os vacinados americanos acediam ao território europeu.

 

Ipse dixit.