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Ambiente: o trilho do dinheiro

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Ambiente: o trilho do dinheiro

Hoje falamos de dinheiro e ambiente. Tudo junto? Sim, tudo junto, porque as duas coisas, como será possível ver, vão de mão dada.

Vou repetir algo que já escrevi nas páginas do blog: não tenho uma posição certa relativa ao aquecimento climático. O meu pesadelo é o conjunto das actividades humanas que prejudicam o ambiente. Podemos chamar isso com o termo genérico de ”poluição”.

Acerca do aquecimento global: eu não sou um especialista, não tenho as competências para julgar e seria curioso saber quantos dos apoiantes da simpática Greta realmente percebem acerca do assunto. Somos todos climatólogos? Todos especialistas em efeito estufa? Não me parece. Posso estar enganado mas é difícil acreditar nisso.

Não sendo especialistas, temos que confiar nos dados apresentados. E aqui começam os problemas porque os dados são contraditórios e sabemos que houve falsificações dos mesmos. Só os mais obtusos podem negar isso porque esta é história e não opinião. Sei que os gases com efeito estufa são vários, não apenas o dióxido de carbono. Aliás, existem gases com mais efeitos estufas e emitidos em mais quantidades de que o CO2. Mas disso raramente se fala, a cruzada é toda contra o dióxido de carbono.

Mas hoje duvidar do efeito estufa, pôr em causa que o inimigo do planeta seja o dióxido de carbono, equivale a uma heresia. Significa ser um apoiante de Trump ou ser manipulado pelas companhias petrolíferas. Então proponho uma abordagem diferente. Vamos tentar perceber quem está a promover a actual vaga de propaganda e de activismo climático. Vamos seguir o rasto do dinheiro.

Vários anos antes de Al Gore e de todos aqueles que decidiram utilizar uma menor doente como personificação da urgência de uma intervenção climática, os gigantes financeiros já haviam começado a elaborar planos para desviar centenas de biliões de fundos para investimentos em empresas “climáticas”, na altura ainda geralmente sem valor.

O primeiro documento conhecido em que pela primeira vez surge a “necessidade” de reduzir as emissões de CO2 é o Tratado de Copenhaga de 2009. Foi redigido por Simon Linnett, vice-presidente executivo dos Rothschilds de Londres. Rothschild… não sei se este nome diz algo.

De acordo com o Tratado, trata-se de impor (por parte da ONU) um imposto internacional de 2% sobre todas as transacções financeiras e de 2% sobre o PIB de cada País, imposto recebido pelo Banco Mundial. Para qual finalidade? “Criar uma fonte de financiamento para o governo mundial”.

Quem diz isso não é um blogueiro conspiracionista, mas um senhor, tal Sir Christopher Monckton que, apesar de ser um membro da Câmara Alta inglesa, teve que ameaçar um incidente diplomático para obter o texto do Tratado, que era “confidencial”. Depois de ler o documento, Lord Monckton comentou: “Mais uma vez, tentam desesperadamente esconder a vastidão do que querem fazer: tentam instalar um governo mundial”.

Mas já no anterior manifesto político de combate contra o CO2, publicado em 2008 pela Social Market Foundation, Simon Linnett definia as “emissões de gases de efeito estufa” como “o novo mercado social”. Em que sentido? O que significa isso? Significa que devemos impor às forças do mercado e do livre comércio de lidar financeiramente com as emissões de carbono, o que exige que uma instituição internacional responda a essa necessidade: o governo mundial com poderes coercitivos.

Obviamente, diz Linnett, “é improvável que um organismo global, como tal, comece” por conta própria, então o alerta acerca dos gases de efeito estufa serve ao propósito. Cria-se o alarme, espalha-se o pânico, decide-se a urgência. É assim foi: o projecto prosseguiu a toda velocidade, com o Protocolo de Kyoto e o COP21, realizado em Paris e assinado por Barak Obama; e avançou rapidamente com a criação de uma taxa sobre os crimes climáticos, a fim de financiar o Banco Mundial.

Em 2013, após anos de meticulosa preparação, uma empresa imobiliária sueca, Vasakronan, emitiu o primeiro “Green Bond” corporativo. A essa companhia juntaram-se outras empresas, incluindo Apple, SNCF e o principal banco francês da altura, o Credit Agricole. Em Novembro de 2013, a Tesla Energy de Elon Musk comercializou o primeiro título garantido por actividades decorrentes do sector fotovoltaico (Solar Asset-Backed Security). Hoje, de acordo com uma organização chamada Climate Bonds Initiative, os mais de 500 biliões de Dólares investidos nesses títulos “verdes” tornaram-se um montante impressionante. Os criadores desse tipo de títulos afirmam que o objectivo é ganhar uma parcela significativa das actividades de 45 triliões de Dólares que, em todo o mundo, assumiram o compromisso de investir em projectos “favoráveis ​​ao clima”.

O Príncipe Carlos de Inglaterra, possivelmente o futuro monarca do Reino Unido, e os círculos financeiros do Bank of England e da City de Londres promoveram “instrumentos financeiros verdes”, especialmente Green Bonds, com o fim de redireccionar planos de pensão e fundos comuns de investimentos para projectos verdes. Um actor importante na conexão das instituições financeiras globais com a agenda verde é Mark Carney, chefe do Banco da Inglaterra. Em Dezembro de 2015, o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) do Bank for International Settlements (BIS), presidido na época por Carney, criou um grupo de estudo de divulgação financeira relacionado ao clima (a Task Force on Climate-related Financial Disclosure,TCFD ) com o fim de aconselhar “investidores, financiadores e companhias de seguros sobre os riscos relacionados ao clima”. Esse era certamente um objectivo bastante estranho para os banqueiros centrais globais: na altura ainda não havia Greta com os seus gretinos a ocupar as ruas.

Em 2016, o TCFD, juntamente com a City de Londres e o governo do Reino Unido, iniciaram a Iniciativa de Financiamento Verde, com o objectivo de canalizar triliões de Dólares em investimentos “verdes”. Os banqueiros indicaram 31 pessoas para o a direcção do TCFD. E vale a pena citar os nomes destes indivíduos: presididos pelo bilionário Michael Bloomberg, a direcção podia contar com figuras-chave do JP Morgan Chase & Co, BlackRock (um dos maiores gestores de activos do mundo, com quase 7 triliões de Dólares), do Banco Barclays, do HSBC (o banco repetidamente multado por lavagem de dinheiro e drogas), da Swiss Re (a segunda maior empresa de resseguros do mundo), do banco chinês ICBC, da indiana Tata (neste caso sector do aço), da italiana ENI (e aqui falamos de petróleo), da Dow Chemical, do gigante da mineração BHP Billington, da Generation Investment de Al Gore.

São estas as raposas que estão a escrever as regras da nova ecologia: Greta e os seus gretinos espalham a ilusão de que aqueles que reduziram o planeta nestas condições, que ganham fortunas com isso, serão aqueles que irão abdicar dos seus lucros para melhorar a nossa qualidade de vida.

O já citado Mark Carney, do Banco da Inglaterra, também foi um importante participante nos esforços para tornar a City de Londres qual centro financeiro das finanças verdes globais. O chanceler britânico do Tesouro, Philip Hammond, publicou em Julho de 2019 um documento com um título significativo: “Estratégia financeira verde: transformar as finanças para um futuro mais verde”. O documento afirma que (e passo a citar): “Uma das iniciativas emergentes mais influentes é a task force do sector privado sobre os relatórios financeiros relacionados ao clima (o também já citadoTCFD), apoiado por Mark Carney e presidida por Michael Bloomberg. O projecto foi aprovado por instituições que representam 118 triliões de Dólares de activos aonível global. (fim da citação). Este é o plano: financeirizar toda a economia mundial, usando o medo de um cenário de fim do mundo para atingir objectivos arbitrários, como “zero emissão de gases de efeito estufa”.

Interessante a parte do documento no qual Hammond prevê que a implementação da “estratégia verde” irá custar aos contribuintes britânicos 1 trilião de Libras. Interessante também o facto do documento, antes disponível no database do Parlamento inglês, agora tenha desaparecido.

E poderia faltar a Goldman Sachs? O omnipresente banco de Wall Street, do qual saíram também o presidente do BCE, Mario Draghi, e o chefe do Banco da Inglaterra, Carney, lançou o primeiro índice global de ações ambientais de alto nível, índice desenvolvido em conjunto com o CDP de Londres, CDP mais conhecido como Carbon Disclosure Project (“Projecto de Divulgação da questão do Carbono”). O CDP, em particular, é financiado por investidores como HSBC, JPMorgan Chase, Bank of America, Merrill Lynch, American International Group e State Street Corp e, obviamente, Goldman Sach.

Esse novo índice, agora chamado CDP Environment EW e CDP Eurozone EW, visa arrecadar dinheiro através de fundos de investimento, sistemas estatais de pensão, como o CalPERS (a instituição estatal de reformas da Califórnia) e CalSTRS (o sistema de pensão do Estado da Califórnia), uma actividade com um valor combinado de mais de 600 biliões de Dólares, tudo para investir em objectivos cuidadosamente escolhidos. As empresas mais cotadas no índice incluem a Alphabet, a dona do Google, Microsoft, ING Group, Diageo, Philips, Danone e, é claro, Goldman Sachs.

É neste ponto que entram em cena Greta e os seus gretinos ou Alexandria Ocasio-Cortez, de New York, atrás das quais existe uma máquina financeira bem lubrificada que faz isso com fins lucrativos. O que vamos fazer? Vamos falar das ligações de Greta com Al Gore, presidente do grupo Generation Investment, cujo parceiro é David Blood, ex-funcionário do Goldman Sachs e também membro do citado TCFD? Vamos falar da ONG sueca à qual Greta Thunberg está ligada, We Don’t Have Time, fundada por Ingmar Rentzhog, líder do Climate Reality Project de Al Gore e por sua vez membro da task force europeia de política climática? Vamos falar de Alexandria Ocasio-Cortez, entre cujos conselheiros encontramos o co-fundador de Justice Democratas, o tal Zack Exley membro também da Open Society de George Soros e que recebe financiamento da Fundação Open Society e da Fundação Ford? Não, não vale a pena. Como diz um comentador no Facebook: “Há Google, sugiro utiliza-lo”. Aqui o objectivo não é Greta e nem Alexandra, aqui o discurso é mais amplo.

Os vínculos entre os maiores grupos financeiros do mundo, bancos centrais e corporações globais no actual impulso em direcção duma estratégia climática radical para abandonar a economia de combustíveis fósseis em favor de uma economia verde vaga e genérica, não são de todo devido a um esforço autêntico para tornar o nosso planeta um ambiente limpo e saudável. Pelo contrário, é um programa intimamente ligado à Agenda 2030 da ONU para uma economia “sustentável”; é um programa que visa, literalmente, criar triliões de Dólares em nova riqueza para os bancos globais e os gigantes financeiros que compõem o verdadeiro poder.

Em Fevereiro de 2019, após um discurso de Greta Thunberg na Comissão Europeia em Bruxelas, o então Presidente da Comissão Europeia, o alcoólico Jean-Claude Juncker, depois de ter beijado galantemente a mão de Greta, parecia ter decidido a agir mesmo. Juncker disse a Greta e à imprensa que a União Europeia gastaria, nos próximos 10 anos, centenas de biliões de Euros para combater as mudanças climáticas. Juncker propôs que, entre 2021 e 2027, (e passo a citar) “um quarto de cada Euro gasto no orçamento da UE fosse destinado a acções que visam mitigar as mudanças climáticas”.(fim da citação)

O que o astuto e alcoólico Juncker não disse é que o projecto não tem nada a ver com as orientações da jovem activista sueca. Tudo já tinha sido decidido um ano antes, em 26 de Setembro de 2018 no One Planet Summit, em colaboração com o Banco Mundial, a Fundação Bloomberg, o Fórum Económico Mundial e outros ainda. Juncker inteligentemente usou a atenção dos media acerca da jovem sueca para promover a sua agenda climática. Em 17 de Outubro de 2018, alguns dias após o acordo da UE na cúpula One Planet, Juncker, em nome da União Europeia, assinou um memorando de entendimento com a Breakthrough Energy-Europe. Este memorando previa que as empresas pertencentes ao Breakthrough Energy-Europe tivessem acesso preferencial a todos os tipos de financiamento.

Os membros da Breakthrough Energy? Virgin Air, Bill Gates, Jack Ma (de Alibaba), Mark Zuckerberg de Facebook, o Príncipe Al-Waleed da Arábia Saudita, Ray Dalio da Bridgewater Associates, Julian Robertson da gigante Tiger Management, David Rubenstein (fundador do Carlyle Group), George Soros, Masayoshi Son (fundador da Softbank do Japão). Estas são as pessoas em nome das quais falam, sem conhecimento, Greta e os seus gretinos, Alexandria Ocasio-Cortez e todos os jovens que manifestam nas ruas contra o terrível dióxido de carbono.

Mas podemos considerar todas estas pessoas (Greta, os gretinos, a simpática Alexandra, os jovens de todo o mundo) como inocentes? Sim e não.

Sim porque de certeza que a maioria deles actua com as melhores intenções. Não tenho dúvidas de que a grande maioria destas pessoas esteja genuinamente preocupada com as condições do nosso planeta. E isso é perfeitamente natural: a poluição, os estragos que a nossa sociedade provoca no meio ambiente estão debaixo dos olhos de todos, aqui não é preciso ser um especialista.

Não, não são inocentes porque antes de aceitar cegamente a participação numa cruzada, deveria ser normal tentar perceber algo mais: por exemplo, seria normal perguntar-se “mas quem financia isso tudo?”. Sem esta pergunta, as melhores intenções naufragam num mar onde circulam tubarões como BlackRock, Goldman Sachs, as Nações Unidas, o Banco Mundial, o Banco da Inglaterra… todas entidades que têm como único fim o lucro, como sempre tiveram.

As várias Fundações hoje ligadas ao ambiente são autenticas minas. E não seria mal perguntar-se por qual razão a ONE Foundation de Bono dos U2, em 2010 (portanto antes da vaga ambientalista) recebeu 9.6 milhões de Libras em doações, pagou 5.1 milhões de Libras em salários e destinou para África apenas 118.000 Libra, ou seja 1.2% das doações. Em caso de dúvidas, verifiquem as fontes desta e dos outros dados apresentados neste podcast, fontes cujos links deixo em coda ao artigo na versão escrita do blog.

Quem apoia de forma incondicional as iniciativas “ambientalistas” destes meses tem que ter a coragem de olhar debaixo da superfície das campanhas dos activistas públicos e procurar as motivações reais de quem financia estes movimentos. Ao não fazer isso, tornam-se cúmplices ou, nas melhores das hipóteses, úteis idiotas. E isso é gravíssimo, porque falamos dum assunto, o ambiente, que precisa urgentemente de respostas de nossa parte: a poluição, os estragos, a excessiva exploração dos recursos naturais, tudo isso é realidade.

Em 2010, o chefe do grupo de trabalho n ° 3 da comissão intergovernamental das Nações Unidas sobre a mudança climática, o Dr. Otmar Edenhofer, disse a um entrevistador:

Deve-se dizer claramente que, com a política climática, realmente redistribuímos a riqueza do mundo. Devemos livrar-nos da ilusão de que a política climática internacional é uma política ambiental. Isso praticamente não tem nada a ver com a política ambiental, com os problemas como a desflorestação ou o buraco no ozono.

Meus senhores, mas por qual razão, na vossa óptica, as casas automobilísticas, e os governos com medidas de apoio fiscal, tentam impingir os carros eléctricos? Pensam de verdade que isso aconteça por causa da saúde do ambiente? Por causa da dióxido de carbono?

O que aconteceria imaginem que todos os automobilistas do planeta passem a utilizar o carro eléctrico. Agora vejam qual o consumo médio dum carro 100% eléctrico por cada recarga, depois comparem este consumo com a produção diária duma central nuclear e façam as contas…

 

Ipse dixit.

Fontes: Climate Bonds, TCFD, Disclosure Insight Action, WUWT, Daily Mail, BBC.