Site icon

Os Nazis da Ucrânia e o dinheiro dos europeus

Um bilhão de Euros: é esta a quantia de dinheiro que o Parlamento Europeu decidiu enviar para a Ucrânia. Com nove meses de atraso, pois o montante era esperado em Dezembro passado, mas afinal será pago: 527 deputados, contra 124 contrários e 29 abstenções, votaram o envio da ajuda para o regime nazista de Kiev. É verdade que a maior parte desse bilhão servirá apenas para cobrir os interesses dos anteriores créditos concedidos pela UE, mas isso não é que melhore em muito a posição de Bruxelas. Afinal, como é utilizado o dinheiro dos contribuintes europeus?

De acordo com a rádio ucraniana Hromadskeradio, meio milhão de UAH (símbolo da Grívnia, a moeda oficial ucraniana) foram destinados ao financiamento de alguns projectos apresentados pelos nacionalistas do C14, enquanto outras 760.000 UAH foram destinadas a projectos da banda musical Golosïïvska Křivka, fundada por ativistas do partido nazista Svoboda. Nada de grave do ponto de vista económico, são poucas dezenas milhares de Euros. Que acabam nos bolsos de movimentos antidemocráticos, mas não passam de montantes reduzidos. O problema é o tipo de projectos que estão a ser financiados pelo “democrático” Parlamento Europeu.

A receber dinheiro será também a educação nacional-patriótica do Ministério da Juventude e do Desporto; cujo director, em 2016, tinha feito imprimir panfletos que glorificavam a OUN-UPA Polesskaja Sec, organização nacionalista activa durante a Segunda Guerra Mundial e inspirada na Wehrmacht.

Dinheiro também para a organização de “campos de verão” dedicados aos jovens, com temas:

Voltando aos jovens “nacional-patriotas” da organização C14:  entre os mais recentes projectos nacional-patrióticos deste grupo encontramos, por ordem de tempo:

Este é o tipo de projectos do C14, que agora irá receber novos fundos europeus para continuar as suas actividades. Doutro lado, o nível nacional da propaganda rádio e televisiva apresenta o mesmo teor: incita o público a denunciar qualquer pessoa (amigos, vizinhos e até parentes) culpada, por exemplo, de discursos contra a guerra ou de ir para a Rússia para o mundial de futebol; propõe o rapto de pessoas suspeitas de simpatias russas para depois poder troca-las com os soldados ucranianos feitos prisioneiros; sugere prender cantores e actores russos que pretendem actuar na Ucrânia; e assim por diante. Apresentadores de TV, comediantes, actores emprestam-se a estas obrigações e incitam dos ecrãs ou das páginas de Facebook a marcar publicamente os culpados de terem ido à Rússia, mesmo que apenas para visitar parentes.

Tudo isso enquanto Kiev envia para a ONU “cem quilos de acusações” contra Moscovo por “financiamento do terrorismo” e “discriminação racial”.

Apenas alguns dias atrás, a emissora pública alemã Deutsche Welle (que até nem esconde as suas simpatias ucranianas) tinha ousado falar de verdadeira “guerra civil” na Ucrânia. O Ministério das Relações Exteriores de Kiev interveio imediatamente e, pouco depois, a redação foi corrigida com um mais educado “conflito no leste da Ucrânia”. O Ministério nazista pretendia que DW falasse duma “agressão russa”, mas isso era pedir demais nos dias em que os observadores da OSCE (a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) são obrigados a admitir que as tropas ucranianas trazem “violência e destruição” no Donbass.

Uma admissão referida especificamente à situação da aldeia de Cigari, uma das áreas que caíram na “zona cinzenta” (terra de ninguém) ao longo da frente e em seguida ocupadas pelas tropas de Kiev. Enquanto as forças golpistas estão a concentrar tanques perto da linha de demarcação, os observadores da OSCE escrevem que “nas palavras do povo de Cigari [aqueles que não fugiram para Gorlovka e Toretsk e que não têm os produtos essenciais básicos, ndt] a nova situação trouxe ainda maior violência e destruição”.

E tanto para não deixar dúvidas: a imagem que acompanha o artigo apresenta a runa Wolfsangel (em alemão, literalmente: “gancho do lobo”), um símbolo originário da Alemanha e que Svoboda escolheu como “ideia da nação”. Foi adoptada nos primeiros tempos pelo nazismo, embora mais tarde suplantada pela suástica e, posteriormente, por numerosas unidades militares da Alemanha nazista. Por esta razão, e por causa do uso feito pelas organizações neonazistas, o símbolo é actualmente associado ao Nazismo, também porque na versão barrada com alinhamento horizontal podem ser facilmente vistos dois S estilizado com bordas afiadas, orientadas como a runa SS.

Durante o Terceiro Reich, a runa Wolfsangel foi utilizada pela SS-Panzer-Division “Das Reich”, pela SS-Polizei-Panzergrenadier-Division, pela SS-Freiwilligen-Grenadier-Division “Landstorm Nederland”, pela 60ª Panzergrenadier-Division “Feldherrnhalle”, pela Hitlerjugend (Juventude hitleriana) e pela Nationalsozialistische Volkswohlfahrt (associação nazi de apoio social) e pela Werwolf (grupo de fuzileiros).

Hoje a ideologia da runa Wolfsangel renasce também com o dinheiro pago pelos cidadãos da União Europeia.

 

Ipse dixit.

Fonte: L’Antidiplomatico