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O Verdadeiro Poder: 10 Reis de Barnard

Ontem tive uma troca de e-mail com Paolo Barnard, o jornalista italiano do qual muitas vezes traduzo
os artigos ou nos quais encontro pontos de partida para aprofundamentos.

A troca de e-mail não tem sido nada simpática, reciprocamente insultuosa em certos pontos. Pouco mal, internet provoca isso.

Tema: os Verdadeiros Poderes. Quem são os Verdadeiros Poderes? Como operam? Porquê? Atenção: não falamos aqui dos “poderes” visíveis, tipo Goldman Sachs, JP Morgan ou os bancos. Estes, como já todos entendemos, são apenas a parte visível. E destes até conhecemos a maneira de actuar: são cinco anos que o blog não fala de outra coisa.

Eu não concordo com todas as ideias dele, todavia Barnard não é um daqueles jornalistas que fica sentado atrás dum computador para traduzir os despachos da Reuters: no seu site há também o curriculum que fala por si. Angola (na altura da guerrilha), Oriente Médio, israel, Palestina, a África do Sul do apartheid, Somália… estes são apenas alguns dos lugares bem poucos “tranquilos” nos quais Barnard tem trabalhado, muitas vezes em condições de perigo pessoal. Foi ele que introduziu a Mosler Economics, que em Italia organizou debates, conferências, encontros públicos nos pavilhões para falar da Modern Money Theory.

Não pouco daquilo que transitou neste blog teve origem no trabalho de Barnard. Além da série dedicada à Modern Money Theory (sim, eu sei, falta ainda uma parte, peço desculpa!), podemos citar
Palestina – Israel: 10 Respostas Documentadas ou a Breve mas interessante história da economia, só para fazer alguns exemplos recentes. Pelo que: bem vale a pena ouvi-lo.

A ideia de Barnard é a seguinte: está errado falar duma única elite. E no lugar do NWO (a Nova Ordem Mundial) ele vê o Novo Caos Mundial. Porque Caos? Porque, no seu ponto vista, o Verdadeiro Poder tem problemas em controlar a actual situação.

Atenção: não problemas em controlar nós (isso não deve ser nada difícil), mas problemas derivados do choque entre os vários Verdadeiros Poderes, cada um em luta para estabelecer a respectiva supremacia.

O poder é actuado através do controle dos organismos supranacionais, que não são difíceis de individuar (União Europeia, Nações Unidas, Nato… e não acrescento outro para não ser mordido por todos os Leitores Brasileiros).

Esta, em extrema síntese, a visão de Barnard. 
Mas, do meu ponto de vista, sobra ainda uma pergunta: quem são estes Verdadeiros Poderes?
Já à noite, Barnard envia-me um curto e-mail. Curto, mas extremamente interessante, que proponho aos Leitores para que cada um possa (se assim desejar) reflectir nisso e dar o seu ponto de vista:

10 Rei caídos concordam sobre a forma de recuperar o poder das terras. O plano tem pilares precisos e para todos. Em seguida, eles ganham. Agora se encontram com montanhas de ouro. O que achas que fazem estes gatunos? Que comecem a partilha-las como bons irmãos?

Paolo Barnard

Eu sei que pode ser complicado pôr de lado tudo aquilo no qual acreditamos. Mas de vez em quando é bom fazer isso, é um óptimo (e útil) exercício. Por vezes necessário até.
Então vamos ver.

Que tal a ideia dum Grande Caos, determinado pelas lutas internas entre as várias facções do Verdadeiro Poder? O Grande Caos é tal até um certo ponto, como é óbvio: como vimos, não há caos no controle dos desgraçados (nós), há caos em questões bem mais importantes.

Um exemplo? A recente queda da Bolsa chinesa. Eu interpretei isso como uma manobra bem controladinha. Mas se assim não tivesse sido? Se realmente foi “apenas” um episódio duma guerra interna ao Verdadeiro Poder? Não uma guerra entre BRICS dum lado e Wall Street do outro: estamos a falar dum outro nível, superior. É o nível do topo: acima não há nada. Um Poder que tem um único plano: a supremacia, o controle total.

Isso pode fazer lembrar o NWO, a Nova Ordem Mundial. Mas seria um erro olhar naquela direcção. O NWO, tal como é apresentado na internet, é constituído por um grupo de poderosos que trabalham em conjunto para a implementação dum governo mundial. A ideia de Barnard é bem diferente: não há nenhum projecto NWO, se é que alguma vez existiu ou existirá, estamos numa fase na qual é só luta.

Num dos mails enviado, escrevi:

A ideia que transmites é a dum grupo de desgraçados (nós) que observamos nos céus a luta dos deuses (sem compreende-la).

É esta a nossa situação? Parece que sim.
É uma visão bem preocupante. Afinal, um NWO teria aos menos um objectivo de longo alcance, no qual os desgraçados teriam um mínimo de relevância (afinal o NWO serviria também para melhorar o controle sobre nós todos). Aqui não há nada disso, é bem pior: só luta pelo poder, nós nem existimos a não ser como massa útil para ser explorada e descartada se for preciso.

Ok pessoal, esqueçam por enquanto tudo o que o blog escreveu ao longo do anos. Eu não tenho nem a experiência e nem a inteligência dum Paolo Barnard, pelo que pego na resposta dele e atiro-a para os Leitores. O que acham? Como interpretam isso? O que são os Verdadeiros Poderes para vocês, tendo como base a resposta do jornalista?

Espero respostas e agradeço já pela participação.

Ipse dixit.