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Charlie Hebdo: quando Allah é um pobre idiota

As informações ainda são poucas, o atentado aconteceu há pouco. Difícil perceber se estamos perante um acto cometido por um grupo de pessoas com capacidades mentais particularmente reduzidas ou se for preciso cavar um pouco debaixo das aparências e encontrar a longa mão do terrorismo “útil” ocidental.

Por enquanto tomamos como boa a primeira versão. Cinco minutos de terror, 12 mortes e 20 feridos, incluindo cinco graves. São os números do ataque de dois homens que hoje assaltaram a sede do semanal satírico Charlie Hebdo em Paris.

Homens encapuçados e armados que invadiram a sede do jornal, abrindo fogo com Kalashnikovs. Entre as vítimas, dois agentes da polícia, o editor do semanário, Stephan Charbonnier, e os três mais importantes cartoonistas: Cabu, Tignous e Georges Wolinski.

Segundo as testemunhas, os dois assaltantes abriram o fogo gritando “Vamos vingar o Profeta” e Allah u Akbar (Deus é grande). Portanto, segundo esta primeira versão, estamos perante dois muçulmanos fanáticos.

A revista já tinha tido problemas no passado por causa de desenhos nos quais aparecia Maomé.
Em 2006 Charlie publica uma caricatura de Maomé com um turbante em forma de bomba e a polícia começou a proteger a sede do jornal e alguns jornalistas.
em 2011, a sede de Charlie Hebdo ficou em chamas depois após a publicação duma edição especial sobre as eleição na Tunísia.
Sempre em 2011, o site do semanário é vítima de dois ataques por parte de hackers, após na capa aparecerem uma foto de Meca e alguns versos do Corão.

Já em 2008 Charlie Hebdo tinha sido levado para o tribunal pela Grande Mesquita de Paris, mas ganhou a acção judicial em nome da liberdade de expressão.

Como referido, por enquanto tomamos como boa a versão dos integralistas islâmicos (apesar destes terem afirmado ser combatentes de Al-Qaeda, o que atira uma sombra ainda mais sinistra sobre o episódio…): haverá tempo para analisar os factos e tentar perceber “quem” e “porque”.

O blog publica alguns dos desenhos mais contestados de Charlie Hebdo por duas razões:

Saber rir não é algo “normal”: é essencial na vida. Uma ideia, seja ela uma religião ou uma fé política, que não tenha a capacidade de rir de si mesma é apenas uma forma de histeria. Matar quem sabe e faz rir é matar a vida.

Por isso o título deste artigo: um Deus, seja ele quem for, que “permite” (aspas obrigatórias como é óbvio) que seja morto quem sabe rir-se Dele é apenas um ser com graves problemas psiquiátricos. Um idiota, portanto. Neste dia Allah não passa dum idiota.

A seguir, algumas das imagens mais controversas publicadas pela revista ao longo dos últimos anos. 

Ipse dixit.

Fontes: La Repubblica