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Até que enfim: Siding Spring, uma (possível) catástrofe

Ohhhh, finalmente: depois de Nibiru, Elenin, o calendário Maya e o cometa Ison, é desta.
É só ter paciência, cedo ou tarde as desgraças acontecem.

O protagonista do próximo ano será o cometa C/2013 A1, Siding Spring para os amigos. Não chocará com a Terra, mas nem tudo está perdido: com um pouco de sorte (ou de azar, pontos de vista) será possível observar os efeitos da sua passagem. Observar de perto, muito de perto…

De acordo com as previsões orbitais elaboradas pelos astrónomos, o cometa C/2013 A1 atingirá a maior aproximação ao planeta Marte no próximo dia 19 de Outubro de 2014: menos de 60 mil quilómetros da superfície, uma distância que, de acordo com os cálculos do observatório russo Ison-nm (o mesmo que descobriu Elenin e o homónimo cometa), não exclui a possibilidade de um impacto catastrófico.

As previsões orbitais estão baseadas numa continua actualização dos dados sobre a rota de C/2013 A1, pelo que de momento é impossível prever a exacta localização do cometa em Outubro do próximo ano: o risco de impacto é real.
Agora os estudiosos perguntam-se se Marte realmente será o alvo de Siding Spring e há duas opiniões que prevalecem: segundo a primeira, o corpo celeste transitará a uma distância de 650 km de altitude do planeta, considerada como “segura”, enquanto a segunda prevê que o cometa acabe directamente sobre a superfície de Marte, impactando com a velocidade de 35 quilómetros por segundo.
Resumindo, há duas opiniões: sim e não.

O cometa está a mover-se na direção oposta ao movimento orbital dos planetas do sistema solar, portanto a velocidade relativa do impacto poderia ir até 56 quilómetros por segundo: se isso acontecer, o impacto poderia produzir uma explosão equivalente a 20 bilhões de megatons de TNT, criando uma cratera com um diâmetro de 500 km.

Mas há um outro factor desconhecido: não se sabe qual o tamanho real do cometa e, geralmente, o núcleo não é tão pequeno.

Russos em alerta

Os astrónomos da Agência Espacial Federal da Rússia (Roscosmos) acreditam que a possibilidade de uma colisão entre o cometa Siding Spring e Marte seja bastante elevada, ao ponto de preparar um relatório confidencial à atenção do Presidente Putin.

Os pesquisadores aconselham activar imediatamente as defesas espaciais russas e tornar operacionais os 5.000 abrigos para a população civil (abrigos concluídos no ano passado, como resultado da explosão do meteoro na região central de Chelyabinsk, nos Urais). O aviso seria motivado pelo fato de que C/2013 A1 é considerado um “corpo celeste assassino” e “Marte está na mira dele”.

Mas se o cometa impactasse em Marte, então por qual razão activar abrigos para a população na Terra? O relatório salienta que segundo a Roscosmos a possível colisão entre Marte e Siding Spring representa uma grave ameaça para a Terra.

O impacto, além de gerar a já citada forte explosão com relativa cratera, atiraria para o espaço uma enorme quantia de detritos, que começariam a cair na direcção do Sol.

E quem fica entre Marte e o Sol? Exacto: nós. Os fragmentos gerados pela colisão poderiam ser tão pequenos como um carro, mas também poderiam ter o tamanho de um campo de futebol.

Richard Zurek, cientista-chefe do Mars Program Office no Jet Propulsion Laboratory, já tinha avisado que se Siding Spring impactasse com Marte estaríamos diante de um grande evento cósmico global, e alertou para procurar e adoptar rapidamente as precauções necessárias.

Portanto, já sabem: no próximo Outubro fechem as janelas.

Ipse dixit.

Fontes: Space.com