Diz Ambrósio Vihalva, Guarani duma das comunidades interessadas:
A Shell tem que deixar a nossa terra, a companhia tem que acabar de utilizar a nossa terra, pedimos justiça e que a nossa terra seja delimitada e protegida.
A Shell e a empresa brasileira Cosan (bio-carburantes) actuam em conjunto com a marca Raizen; parte do etanol, vendido como carburante, é extraído da cana de açúcar, crescida nas terras ancestrais dos Guarani.
Ao que parece, os episódio de diarreia aguda que manifestaram-se entre as crianças Guarani são provocados pelos produtos químicos utilizados nas plantações: os mesmos produtos que matam peixes e plantas.
Não conseguimos encontraras ervas medicamentosas que uma vez cresciam na floresta; as plantas morrem por causa do veneno, os cultivadores nunca falaram connosco nem pediram autorização para plantar na nossa terra.
Stephen Corrym Director Geral de Survival International:
É tragicamente irónico que as pessoas comprem o bio-etanol da Shell como uma alternativa ética aos combustíveis fosseis. Não há nada de ético na maneira desumana com a qual são tratados os Guarani. O governo do Brasil tem de fazer respeitar as leis e travar a destruição da terra deles.
A carta dos Guarani, publicada ao lado (clicar para aumentar), é um documento valioso.
Com simplicidade, demonstra mais uma vez como o Homem esteja a afastar-se do próprio meio natural, a perder o contacto com a realidade e a essência da vida: tudo em prol dum ideal de progresso que já evidencia todas os próprios limites, além dos custos insustentáveis.
A seguir, o link para descarregar o relatório (Pdf) de Survival International acerca das condições desesperadas dos Guarani, documento que felizmente também em língua portuguesa: Violações dos Direitos dos Índios Guarani do Mato Grosso do Sul, Brasil
Aconselho também uma visita ao site de Survival International, organização que defende os direitos das tribos em perigo e que já ganhou o Prémio Nobel Alternativo.
O site não é disponível em Português, mas entre os vários idiomas podem ser encontrados em Espanhol, Italiano e sobretudo em Holandês, língua que todos os Leitores deste blog conhecem bem…
Ipse dixit.
Fontes: Il Cambiamento, Survival International,